ALELUIA, A VIDA SE RECICLA!

(Ensaio)

Hoje, sábado de aleluia, para nós cristãos significa muito mais do que uma celebração religiosa da histórica passagem dum Espírito de Luz pela Terra, e que transformou o pensamento de grande parte da humanidade, deixando-nos inquestionáveis verdades e ensinamentos do valor do Amor.

A curta passagem de Cristo entre nós, nos mostra que de fato o tempo é muito relativo quando a proposta de vida é renovadora.

Poucos minutos transformam uma História...assim como o amor transforma a história de cada um de nós...em segundos.

A semana Santa que culmina com o término da quaresma no Domingo de Páscoa, nos leva à reflexão do quanto a vida de Cristo pode ser revivida e "reaprendida" por nós no dia a dia de todos os tempos, a cada momento da nossa vida.

Estamos na vida e "universalmente" sujeitos às mesmas adversidades que Cristo enfrentou, porém há anos luz de distância da perfeição do Seu entendimento...e do Seu propósito.

Passamos por imensas provações, por dores físicas, emocionais, por injustiças individuais e sociais, por catástrofes, por miséria, por fome, por corrupções, inclusive as dos costumes, por desafios, por tentações, por traições, enfim, por toda sorte de percalços que em última análise nos lapidam a fortalecer o nosso espírito.

Porém, Cristo nos ensina que somos partes integrantes dum Pai e da Sua promessa, seres a imagem e semelhança de Deus, um fragmento de centelha do amor do Criador que jamais se apaga nos nossos corações, a se manifestar para todo o sempre, desde que consigamos nos despertar para o grande mistério dessa nossa caminhada.

E essa centelha é perpetuada pelo também mistério do AMOR.

E mistério não se interroga, se aceita!

Do amor, aquele sentimento genuíno que faz com que nos sintamos um ser especial, único, integrante dum todo, porém a nos despir de nós, para que possamos coexistir inteiros, intimamente amparados no amor do outro.

Um todo irmão unido pelo único Pai.

Parece utópico , mas é legítimamente real.

Ontem, um canal de televisão nos mostrava direto do Vaticano, a linda celebração da Paixão de Cristo na Basílica de São Pedro, a leitura da Homilia que falava do martírio da falta de fé que ameaça o mundo, da incredulidade em Deus que ainda ronda a humanidade e também da grande transformação que a passagem de Cristo simboliza para os cristãos.

A falta de fé que leva o homem a ser imediatista e tender a satisfazer seus vãos prazeres no "aqui e agora"!

A fé é uma virtude que não tem explicação, ela nasce dentro de nós como uma dádiva do próprio Deus quando as portas do nosso coração se abrem para aceitar a sua existência...e os seus mistérios.

A fé é um ato de despojamento de si mesmo, um ato de humildade para acreditar naquilo que não vemos ...mas sentimos.

Pelo que entendi da mensagem, o orador da Homilia dizia que se um dia a descrença se deparasse com a inexistência de Deus , estaríamos reduzidos ao nada, porém diante da sua comprovada existência, sem a fé teríamos perdido o Tudo!

É por isso que nas minhas orações, sempre peço que o Próprio Deus aumente a cada dia a minha fé, posto que as provações da vida, e as constantes inquietações que invadem o nosso espírito, acabam por ameaçá-la dentro dos nossos corações humanos.

A vida sem fé, me parece o próprio nada, a plena e eterna escuridão sem sentido...

No entanto, a pedagógica e ilibada vida de Cristo, e todos os seus METAFÓRICOS ensinamentos que tão bem são descrito nos Evangelhos Sagrados, veio para nos amparar, a nos ensinar que a VERDADEIRA VIDA não é aquela que simplesmente espera pela noite ao final de cada dia, mas sim, o vivenciar de todas as noites para que os dias nos sejam eternos...e assim se cumpra a verdadeira promessa de Vida.

E ontem, de fato, me encantei com poesia e com a verdade da mensagem da homilia Pascal, proferida na Basílica de São Pedro.

Hoje, potanto, (viva!) o Sábado da Alegria, sábado da esperança, sábado da vitória sobre a dor, é dia de comemorarmos mais uma Boa Nova, a mesma pela qual esperamos todos so dias.

Folclórica e culturalmente várias comunidades têm por hábito a "malhação do Judas", que simbolicamente sempre espreita as esquinas da vida de qualquer um de nós.

Na verdade, malhamos um judas a cada por do sol...

Olhemos a nossa volta e voltemo-nos para o nosso interior.

Que possamos malhar e exorcizar tudo aquilo que corrompe o nosso genuíno amor!

Cristo ressuscitou dos mortos!

Que o amor vença; que a esperança e a fé prevaleçam, e que a Trindade norteie o coração e o espírito dos homens.

Páscoa, época de renovação da vida e de ratificação da força do amor.

Cristo está entre nós.

Que Sua paz esteja conosco para todo o sempre.

Feliz Páscoa a todos.