Hoje

A vida, em tempos como esses, está nos portas retratos retangulares, quadrados, redondos ao vento, ao léu , ao esquecimento. Olhando pela janela do meu quarto, vejo seu quarto, vejo você na varanda, sorrindo, sem máscaras. Te vejo colocando roupas no varal, logo você que levava tudo na lavanderia da Rua Quinze, e depois ia tomar um café lá, naquela padaria famoooosa. Mudanças de hábito. Hoje a vida pede mudanças de hábito. Está tudo enquadrado, na telinha, no teatro, no cinema, no dia a dia. Mas não há quem enquadre a poesia, que salta de ponto em ponto contando um conto meio surreal. Homens caminham , todos mascarados em suas alegorias. E eu pergunto: Quem é você? E você responde: Quem é você? E eu te digo. - Eu sou aquela que da minha janela via você na sua janela numa noite fria de junho.

E num bailado infinito , em meio ao silêncio das ruas, trocamos poses e sonhos, numa self sem fim.