A ÚLTIMA CARTA...

Não digo que perdi meu tempo

Mas em tempo eu descobri

Que todo o tempo não te foi suficiente

Pra perceber que eu te queria de verdade.

Você alimentou um sentimento

Que só depois eu percebi

Que eu já tinha me entregado totalmente

Enquanto pra você era apenas amizade.

Me envolveu em sua doce sedução

Me enlouqueceu com seu fogo indomável

Me arrancou suspiros e gemidos de prazer

Sussurros de quem sente a chama ardente...

E acreditando nesse amor, entreguei meu coração

E esse foi meu grande erro, irreparável,

Sem pensar, me fiz peça do seu jogo de querer

E me usou ao seu desejo, impiedosamente.

Eu não sabia as regras, agora eu sei

Mas nunca aprendi a manipular meus sentimentos

A fim de usá-los segundo a minha vontade

Sem sofrer influências de um alheio sentir.

Sei que fui tola quando não me questionei

Sobre os teus mistérios dentro de ti incutidos;

Eu tentei compreender, te dei toda à liberdade

Mesmo assim preferiu suas verdades me omitir.

Mas agora de nada vale discutir passado

Embora eu nunca quisera que terminasse assim;

Eu te queria para sempre mas você me rejeitou

É seu direito, ainda que não precisasse ser dessa maneira.

Tenha sempre minhas cartas em lugar reservado

Até que decida devolver-me ou a elas dar um fim;

Um dia não farão sentido, de tanto tempo que passou

Alguns anos pela frente, vai achar tudo bobeira.

Guarde a última carta, que agora te escrevo

No futuro irás dizer que não passou de emoção;

Dirá que foi uma proveitosa experiência

Uma história de aventuras para se contar, ou não...

Agradecer-te por bons momentos eu devo

Vou ter mais tempo agora pra estudar a solidão;

Vou fazer desse amor que há em mim uma ciência

Pra provar que os sentidos nos enganam com razão...

Que por algum motivo, nunca é em vão.

PRISCILLA PAIXÃO
Enviado por PRISCILLA PAIXÃO em 12/11/2010
Reeditado em 12/11/2010
Código do texto: T2610957
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