A ÚLTIMA CARTA...
Não digo que perdi meu tempo
Mas em tempo eu descobri
Que todo o tempo não te foi suficiente
Pra perceber que eu te queria de verdade.
Você alimentou um sentimento
Que só depois eu percebi
Que eu já tinha me entregado totalmente
Enquanto pra você era apenas amizade.
Me envolveu em sua doce sedução
Me enlouqueceu com seu fogo indomável
Me arrancou suspiros e gemidos de prazer
Sussurros de quem sente a chama ardente...
E acreditando nesse amor, entreguei meu coração
E esse foi meu grande erro, irreparável,
Sem pensar, me fiz peça do seu jogo de querer
E me usou ao seu desejo, impiedosamente.
Eu não sabia as regras, agora eu sei
Mas nunca aprendi a manipular meus sentimentos
A fim de usá-los segundo a minha vontade
Sem sofrer influências de um alheio sentir.
Sei que fui tola quando não me questionei
Sobre os teus mistérios dentro de ti incutidos;
Eu tentei compreender, te dei toda à liberdade
Mesmo assim preferiu suas verdades me omitir.
Mas agora de nada vale discutir passado
Embora eu nunca quisera que terminasse assim;
Eu te queria para sempre mas você me rejeitou
É seu direito, ainda que não precisasse ser dessa maneira.
Tenha sempre minhas cartas em lugar reservado
Até que decida devolver-me ou a elas dar um fim;
Um dia não farão sentido, de tanto tempo que passou
Alguns anos pela frente, vai achar tudo bobeira.
Guarde a última carta, que agora te escrevo
No futuro irás dizer que não passou de emoção;
Dirá que foi uma proveitosa experiência
Uma história de aventuras para se contar, ou não...
Agradecer-te por bons momentos eu devo
Vou ter mais tempo agora pra estudar a solidão;
Vou fazer desse amor que há em mim uma ciência
Pra provar que os sentidos nos enganam com razão...
Que por algum motivo, nunca é em vão.