Limites e alcances - Js3

Uma coisa é um limite demarcado, outra é o alcance deste limite.

Vamos desdobrar de forma prática o que havíamos falado na nota anterior. Primeiro o limite.

“Desde o deserto e do Líbano, até ao grande rio, o rio Eufrates, toda a terra dos heteus, e até o grande mar para o poente do sol, será o vosso termo” (1.4).

Tomando como base a geografia mais conhecida, o rio Eufrates bem ao norte já em terras babilônicas, quem tiver um mínimo de conhecimento das Escrituras lembrará que Israel nunca chegou nem perto deste limite. Mas o limite não foi garantido por Deus?! – alguém pode questionar. Vejamos então o alcance.

“Todo o lugar que pisar a planta do vosso pé, vo-lo tenho dado, como eu disse a Moisés” (v.3).

Todo o enorme limite foi demarcado, havia respaldo ‘jurídico-divino’ para suas ações, mas a conquista desta área dependia do – ‘Esforça-te, e tem bom ânimo’ – que dependia por sua vez da relação fé-ação. Nada era de mão beijada. Havia que se lutar, sangrar, antever, atrever...

A promessa de Deus era certa como garante o verso cinco:

“Ninguém te poderá resistir, todos os dias da tua vida; como fui com Moisés, assim serei contigo; não te deixarei nem te desampararei.”

Bastava fé, bastava ação advinda da fé, que os limites já estavam garantidos por Deus. Era ir e pisar!

Mas não foi bem assim. Pois bastou Josué envelhecer, e a terra estava em relativo descanso, ele profetizará a respeito da negligência de seu povo:

“Sabei certamente que o Senhor vosso Deus não continuará a expulsar estas nações de diante de vós, mas elas vos serão por laço e rede, e açoite às vossas ilhargas [no homem, cada um dos lados do corpo, dos quadris aos ombros], e espinhos aos vossos olhos; até que pereçais desta boa terra que vos deu o Senhor vosso Deus” (23.13).

Repetimos – os limites estavam plenamente abertos, mas sem a contrapartida da obediência, o alcance ficaria muito aquém do limite. Josué vai interpelar.

“E disse Josué aos filhos de Israel: Até quando sereis negligentes em chegardes para possuir a terra que o Senhor Deus de vossos pais vos deu?” (18.3).

Mas agora tenho que transportar o símbolo para nossos dias.

“Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo” (Ef 1.3).

Não há mais nada da parte de Deus na entrega de todas as bênção espirituais. Os limites celestiais foram plenamente outorgados, entregues, garantidos.

Mas temos vivido da posse diária destes limites? Temos lutado e garantido estas posses? Temos experimentado na prática todas estas vitórias?

O céu nos foi dado! Como disse Paulo – “tudo é vosso”!

Devemos nos apropriar, devemos lutar, devemos insistir, devemos buscar, devemos ler, devemos orar, devemos jejuar – se não tivermos alcançado Seus limites.

Israel tinha um território físico, geográfico, para conquistar e pisar por fé. Nós temos todo o lar celeste para pisar e viver por fé!

“Tendo, pois, irmãos, ousadia para entrar no santuário, pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou, pelo véu, isto é, pela sua carne” (Hb 10.19-20).

Ousadia é a característica ou particularidade do que é ousado; que possui valentia ou coragem; arrojo. É o que tem faltado na vida dos cristãos e no ministério de muitas igrejas, mas digo ousadia ‘santa’, e não profana como tenho visto recorrentemente.

Que o Senhor reverta este quadro, incomodando todas as áreas da vida cristã!

Em nossa próxima nota focaremos alguns símbolos interessantes que falam muito de nós mesmos.