Os pés lavados

Amigos,

Eu já li evangelhos. Eu já ouvi evangelhos. Eu já pratiquei evangelhos.

Ontem eu "VIVI" o evangelho de João 13-1,15.

O evangelho do Lava pés. Em uma outra ocasião já participei dessa celebração. Era a demonstração da humildade de Jesus Cristo mostrando aos seus Apóstolos que devemos servir ao próximo. É sem dúvida um belo ensinamento. Naquela ocasião, na missa, não passou disso, pois sempre gostei de servir, de ser útil. Me sinto muito bem quando posso ser útil à alguém, a alguma missão. Ontem foi diferente. Ao ver a Irmã Renilda, Claretiana, catequista e orientadora espiritual de nossa paróquia, num gesto de grande humildade, imitando o próprio Cristo, numa encenação do evangelho, me fitar nos olhos e com sua candura, lavar e beijar meus pés, não entendi como gesto de humildade. Não entendi como ensinamento para servir, não. Caí em prantos. Incontrolavelmente. Tremia. Baixei a cabeça e como um filme, passou em minha mente muitas ocasiões em que fui chamado a servir e não atendi. Quantas vezes pude fazer algo por alguém e fugi da minha responsabilidade. E eu sentia naquele momento o próprio Cristo a me cobrar. "Que cristão és tu? Tu que pregas o meu evangelho? Tu que vives dentro da Minha igreja? Tu que lideras grupo? Tu que Me apresentas como exemplo de amor e tivestes oportunidade de praticar Meu mandamento maior e não o fizestes?" Ah como senti-me indigno de ter os pés lavados e beijados pela Irmã Renilda. Como senti-me indigno do amor do Cristo.

Irmãos, eu me considerava "bom". Eu sempre defendi que ser bom, praticar o bem era o suficiente para demonstrar o meu amor ao Cristo, mas eu era bom quando me convinha. Quando não gerava grandes sacrifícios. Quando não precisava abdicar dos meus prazeres da vida. Assim é fácil ser "bom". Contribuir com uma cota, dá uma carona, um sorriso, um abraço. É importante. Mas Deus quer muito mais de nós. Não é o gesto de lavar só os pés. Limpe uma ferida. Não é só dar o dinheiro, é contribuir, dar oportunidade para que seu irmão também possa ganhar. Não é só dar uma carona, mostre-lhes o caminho e como seguir. Não é só o gesto de sorrir. Faça algum aflito, angustiado, sorrir também. Não é o gesto do abraço, carregue nos braços aquele que precisa.

Meu irmão, minha irmã, que está lendo esse meu testemunho, reflita sobre sua vida. Reflita quantas vezes fostes chamados e não atendestes. Quantas vezes Deus te deu a oportunidade de praticares o Amor e não aproveitastes. Não percas a próxima e lembrem-se JESUS NOS AMA.