Por sorte

Ao meu pai.

Através dos anos, tentei compreender o motivo de ser você.

Não havia o mínimo de significado. Não havia legado.

Por muito tempo, você só era lembrado

Para catalogar os anos que estava esquecido.

E por qual meios poderia ser pelo menos amigo.

Por quantos caminhos andei

Que nunca se desse conta...

Aprendi tudo que sei com a vida

Senti muita falta do seus abraços

Dos conselhos, que mais tarde, percebi,

Acho que não me serviria.

O que me ofereceu na vida foi uma grande lacuna

que preenchi sozinha.

Acho que nunca o culpei

A minha lacuna não era resposta.

Era apenas por não ter o que te dar.

Mas ai, aconteceu!

O "buscai e achareis"

O " batei a abrir-se-vos-à"

E agradeci por me dar a única coisa

que de fato precisava: a vida !

Eu corri para te falar

E, por sorte, ainda está aqui,

para ouvir: está tudo bem assim.

Andréia Borges
Enviado por Andréia Borges em 12/08/2016
Reeditado em 17/11/2016
Código do texto: T5726483
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