O caminho do amor

Para seguir o caminho do amor, não precisa ser chamado, o amor passa e você simplesmente decide ir atrás. Vários mestres em várias épocas afirmaram que não se acaba com o ódio gerando mais ódio e semeando a discórdia. Só o amor pode neutralizar tanta distorção na nossa percepção da individualidade e na vivência em coletividade. Jesus afirmou, buscai em primeiro lugar o reino de Deus e sua justiça e tudo o mais vos será acrescentado, disse ainda amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem, Buda disse, seja como o sândalo que perfuma o machado que o fere. Levaríamos algumas vidas para compreender o significado total dessas afirmações, no entanto, podemos considerar parcialmente correto pensar, nessa última, como sendo nós tanto o machado como o sândalo. Ora nos comportamos como machado e como sândalo, conosco mesmo principalmente. Podemos ser as duas coisas. Alimentamos tanto a paz como a discórdia interior. Onde será que pensamos ser o reino de Deus?

Agimos como reféns de nós mesmos, na ilusão da separação jogamos a parte de nós que acredita no amor na sela do medo, na armadilha da dualidade, caindo no jogo de medo e expectativa de ganhar ou perder, elogiar ou criticar, reconhecer ou ignorar, prazer ou dor, cansativo programar a mente a trabalhar assim, levamos para nossas relações pessoais o julgamento, no entanto, somos espelhos, quando segundo Jung, tudo o que nos irrita nos outros leva ao entendimento de nós mesmos.

Somos consultores profissionais, prestamos consultoria de tudo e de todos, todo o tempo, mesmo sem remuneração, podemos mudar o padrão, a vibração da frequência do amor é contemplação, a observação ao invés da caça as bruxas. Afinal será que somos incapazes de ver sem julgar? Observar sem se deixar cair na correnteza dos pensamentos, usar o que A. Cury afirma como autofluxo. Para formarmos uma mente criativa e não preocupada e ansiosa. Se a verdade é uma visão da percepção e esta depende dos conceitos prévios de cada ser, essa percepção da verdade pode estar muito longe da verdade. Segundo Lobão, “a certeza da certeza faz o louco gritar”. Ser extremista é desconsiderar o caminho do meio, o caminho da suavidade, do equilíbrio e harmonia. Pensar, sentir e agir com coerência.

Se pensarmos em linguagem binária, nos cobrando como máquinas sem a manutenção adequada, a ansiedade sufoca, apavora e somado a isso o “vencer” na vida ditado pelas propagandas, quando não corresponde a vida que imaginamos ter o sentimento de culpa e impotência diante da existência, temos que achar culpados, lógico, sempre foi mais fácil para o ego arrumar culpados, visto que ao identificarmos o ego no controle enquanto estamos no piloto automático da vida, na não presença, em diversos momentos como quando com o celular na mão ao invés de dar atenção aos que nos rodeiam, ele o ego, deixará de controlar, deixará naquele momento de existir, pois passará para o segundo plano. Estamos acostumados com um véu de ilusão em cima de ilusão baseado em egoísmo e vaidade, só que o véu que separava já não separa mais, a luz que outrora apagada agora brilha e cada dia brilha mais, segundo a música de Asaph Borba.

Salomão, o homem que a bíblia diz ser o mais sábio nascido na terra, afirmou que “tudo é vaidade”. Sidarta, em seu processo de iluminação afirma que o nobre caminho óctuplo compreensão correta, pensamento correto, ação correta, palavra correta, modo de vida correto, esforço correto, atenção correta e concentração correta certamente nos traria a harmonia. Assim como o Pai nosso, perdoai as nossas dívidas assim como perdoamos os nossos devedores, necessita não da passividade do coração, mas de sua atitude. Mahatma Gandhi diz que o caminho da não violência é um caminho para os corajosos :

Você não deve perder a fé na humanidade. A humanidade é um oceano. Se algumas gotas do oceano estão sujas, o oceano não se torna sujo. Temos de nos tornar a mudança que queremos ver. Assim como uma gota de veneno compromete um balde inteiro, também a mentira, por menor que seja, estraga toda a nossa vida.

Jesus disse: “conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”, está no hora do templo de Deus ser sua imagem e semelhança.

Contudo, somente através do estudo, prática e ensinamento podemos evoluir no sentido de completarmos as lições das várias oportunidades que a espiritualidade nos dá. Se quisermos, pois o cérebro e suas façanhas para nos desviar do caminho, dominados pela ansiedade, insatisfação, sofrimento por antecipação, juízes e algozes de nós mesmos, de mãos dadas com a síndrome do pensamento acelerado descoberto por Augusto Cury. Porém, Deus em sua infinita misericórdia, nos mostra que, se pararmos para meditar nada está perdido.

A meditação nos faz acalmar em busca da concentração correta. O amor está dentro e a chave para acessá-lo também. A saída sempre foi para dentro, ele pulsa, em alguns um foguinho em outros sarça ardente que visitou Moisés e disse tira a sandália dos teus pés que aqui é terra santa. Ninguém pode amar por você, nem percorrer o caminho que te leva ao jardim interior. Só se pode apontar a direção. A jornada é individual. O caminho do amor segundo Murilo Gun é aquele que nos aproxima do que queremos, o do medo nos afasta do que não queremos, se seguirmos o caminho do medo seremos o resto do que evitamos, o que sobrar, se seguirmos o do amor seremos o que escolhemos, tudo o que desejamos e decidimos ativamente. Onde está o nosso desejo? Porque, segundo Jesus, onde estiver o nosso deseja aí estará o nosso coração.