Qual o valor de uma alma?

Nesse mundo tão corrido, gostaria de deixar uma pergunta, para a vossa reflexão: Qual o valor de uma alma? A partir de uma perspectiva cristã, procurarei dar a minha resposta. Se tinha algo que eu gostava de fazer, era compartilhar do amor Deus para com o mundo. Era muito gratificante, quando principalmente aos domingos, tínhamos o prazer de anunciar o evangelho de Cristo. Era algo tão prazeroso, quando a gente conseguia observar, que aquela divina semente, encontrara um terreno bom, onde iria frutificar com certeza.
Lembro que eu falava para as pessoas do amor de Deus, Dizia que o valor delas obrepujava todo ouro e  toda prata que possa ter sobre a face da terra. Conforme o momento eu até dizia, se fosse necessário, Cristo seria crucificado novamente, para resgatar uma única pessoa que fosse.
Todavia sabemos que isso não é necessário, pois o sacrifício de Cristo fora plenamente eficaz, para salvação de toda a humanidade, em qualquer época, ultrapassando as barreiras de raça, cor, sexo, classe social, tempo, etc.
Do ponto de vista cristocêntrico, isso é muito lindo, muito maravilhoso, no entanto, quando aplicamos essa boa nova, à nossa realidade, isso acaba se tornando simplesmente uma quimera, uma doce ilusão, uma utopia.
Não irei estender isso, para a realidade dos outros, mas irei me ater apenas àquilo que se passa no meu cotidiano.
Não foi uma, e nem duas vezes, que em certo momento, agoniado, precisando de uma palavra qualquer, que viesse sossegar o meu coração, ligava para um parente e a resposta era essa: Olha Gilson, nesse momento fulano, fulana, não poderá te atender, porque estar indo para a igreja ou um culto de oração, fica para outra hora.
Sei que nessa minha peregrinação pela vida, Deus tem me agraciado com algumas, poucas joias raras. Se tem algo que Deus tem me abençoado, é com essa sede, essa fome, com essa imensa vontade de escrever. Sinto um prazer enorme, quando consigo editar algo aqui no recanto, e vou logo tratando de enviar para os meus amigos e conhecidos. Em certos momentos é frustrante, quando envio o texto para umas duzentas pessoas, e quando vou observar quantos leram a mensagem e tem apenas dez ou quinze leituras. Isso é muito frustrante, a nossa motivação naquele instante cai por terra, como se um balde de água, fosse jogado no fogo. No mesmo momento, vem lá no íntimo do meu ser, sou tão importante para essas pessoas, que nem sequer podem gastar um segundo da sua atenção, pelo menos para saber do que se trata.
Na passagem do bom samaritano, que está registrada no evangelho de Lucas, conta a seguinte história: Certo homem descia de Jerusalém para Jericó, e caiu nas mãos de salteadores, que roubando e ferindo-lhes, deixaram o na estrada semimorto. Por acaso, naquela estrada passara um sacerdote, que vendo-o, passou de largo. Semelhantemente passou também um levita, que fez tal qual o sacerdote. Todavia passou um samaritano, que compadecendo daquela alma, pensou-lhe os ferimentos, aplicando óleo e vinho. Como se isto não bastasse, colocou-o sobre o seu próprio animal e levou-o para uma hospedaria.
Teoricamente, o sacerdote e o levita, os que estavam sempre no templo, cuidando das coisas de Deus, seriam os mais aptos para socorrerem aquela pobre alma, entretanto aqueles dois, cegados pelos dogmas, tradições e afazeres do cotidiano, foram impedidos de enxergarem a necessidade daquele pobre coitado.
E justamente aquele que na teoria, era o mais distante de Deus, o mais marginalizado e discriminado pela sociedade daquele tempo, que se compadeceu e acudiu aquele ser.
A verdade é essa, vivemos numa sociedade tão egocêntrica, tão individualista, que somos incapazes sequer de abrir um link, de desejar um simples bom dia para alguém.
Finalizarei com o seguinte exemplo: Ano passado, no mês de abril, hospedei cinco funcionários da Palli, uma empreiteira que estava prestando manutenção para a fábrica de Celulose da Suzano. A manutenção passou, o tempo também tem passado, todavia incansavelmente, todos os dias, Vanderlei e o meu xará Gilson, enviam um bom dia para mim. O que me chama a atenção, que pouco convívio tive com eles, no entanto, jamais se esqueceram de mim.
Se soubéssemos o poder que coisas tão simples como um bom dia tem, talvez em nossa sociedade haveriam mais pessoas, como o Gilson e o Vanderlei, e com certeza, sentiríamos mais valorizados.  
 

 
Simplesmente Gilson
Enviado por Simplesmente Gilson em 27/08/2019
Código do texto: T6730316
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