Perfeito amor

Faz frio em plena primavera.
É a natureza demonstrando sua revolta contra a humanidade.
O ser humano deixou-se seduzir pelo hedonismo, o consumismo e esqueceu-se que ele também faz parte da natureza criada, desde as origens. Tornou-se infiel aos princípios ditados pelas leis do Perfeito Amor.
A ambição e a autossuficiência fizeram dele um ser cruel, um destruidor.
Um matador em potencial de si mesmo.
Matam-se as matas.
Mata-se quem mata.
Mata-se quem tem tudo e quem não tem nada.
Mata-se com arma, com a fala
e por medo da morte também se mata.
Mata-se por amor, por ódio,
mata-se por paixão e rancor.
Mata-se por drogas, desprezo, indiferença,
Na ilusão de massagear o ego do autor.
Que ironia.
Quanta hipocrisia.
Mata-se por inveja, por ciúme, traição, difamação.
É Babel, Babilônia, Sodoma, Gomorra.
Terrorismo, Islamismo, Fundamentalismo.
Ufa! É o mal se propagando, desde então.
Que profanação!
Eu me pergunto o que lhes faltou ou lhes falta então?
Educação?
Sim.
Educação para o amor, o carinho, a ternura, para com toda a criatura.
Só o amor pode unir corações, estabelecer relações, resgatar amizades estremecidas.
Só quem ama é capaz de enxergar além das aparências; reciclar experiências... Alguém já escreveu primeiro que eu:
“ O essencial é invisível aos olhos”.
“Só se enxerga bem com o coração”.
Educar para sensibilidade é educar a vontade, a generosidade, a paciência, a alegria.
Isso sim, é viver com sabedoria.
Somos anjos de uma só asa, e se a natureza dos anjos é voar, não podemos ficar em casa, sentados, isolados, mal humorados, desgastados, cansados de tentar voar sozinhos.
Precisamos sair ao encontro do nosso anjo.
Aquele que Deus nos presenteou na dor, para sentirmos o quanto é grande o seu amor.
É necessário abraçá-lo, carinhosamente, e assim unidos corpo e alma,
vislumbrarmos o céu; saborearmos o gosto prazeroso da alegria.
Ainda que venham noites pérfidas,
Ainda que percamos a “anima” nos momentos de intensa solidão,
Lembremo-nos de que o coração pode, às vezes, até cantar ou chorar de tristeza, mas haverá sempre alguém que o ausculta com doçura, e o abraça com ternura.
Basta apenas você deixar-se abraçar.