Perdoa-me, amor
Cibele Carvalho
 
Perdoa-me, amor,
pelas palavras mal ditas
e também pelas caladas,
quando tu mais precisavas
e, por mim,  foram negadas.
Perdoa-me, amor,
por todos os excessos
e também pelos acessos
de ira extravasada.
Perdoa-me, amor,
pela falta de paciência
e pelos papos-cabeça
que, por incrível que pareça,
eu insistia em ter,
mas que nada esclareciam,
e a ti, mais confundiam.
Perdoa-me, amor,
se é que podes me ouvir,
e tenta compreender
que eu sou terrena demais...
que estou longe de atingir
a perfeição requerida,
pra enfrentar, serenamente,
as mazelas dessa vida.
 
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RJ, 04/12/09