"Junto ao impossível TENTAREMOS"
Precisamos "soprar" consciências
Para que a chama do amor se faça!
Quem ama preserva a vida, não mata!
Obrigada,
Por estar junto
Nessa luta de amor!
Diga não ao aborto!
SOS-VIDA!
NEU* em prol da VIDA
DIREITO à vida |
Vote certo e evite que leis contra a vida sejam aprovadas |
dr. luiz Carlos Formiga |
Como age o cidadão espírita em relação à política? Como vem sendo sua conduta em época de eleição? Parece-me que a grande maioria não é apaixonada pelo tema, ficando alguns surpresos com o doutor Bezerra de Menezes. “A política é a ciência de criar o bem de todos e nesse princípio nos firmaremos” (Deputado A. Bezerra de Menezes). O cidadão brasileiro é responsável na escolha dos representantes para o Poder Público. Como deve o espírita comportar-se neste momento grave? Qual a importância do seu voto? Seremos responsáveis pelos resultados do novo governo? “O pior analfabeto é o político. Ele não houve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas. Esse analfabeto se orgulha dizendo que odeia política. Mas é da sua ignorância política que nasce a prostituta, o menor abandonado e o pior de todos os bandidos que é o político vigarista e corrupto.” Foi, mais ou menos, assim que disse Bertold Brecht. Que contribuição podemos dar como cidadãos espíritas? Será que a frase corriqueira “não devemos misturar Espiritismo e política” na realidade não está escondendo insuficiências e deficiências? Se examinarmos a frase do Deputado Bezerra de Menezes vamos notar que está implícita a idéia de que o homem de bem é um ser político. O que precisa ficar claro é que não devemos misturar Doutrina Espírita com política partidária. Mas podemos, num critério apartidário, examinar a ciência de criar o bem de todos. A finalidade da Doutrina Espírita é contribuir para o progresso da humanidade. Isto é pensar no próprio bem estar futuro, isto é, reencarnar numa sociedade melhor, mais justa, onde encontrará uma liderança intelecto-moral. “Saber é o supremo bem, e todos os males provém da ignorância.“ (León Denis, “No Invisível”, sétima edição, pág. 341.FEB) O espírita deve ficar atento para não repetir os erros do passado. Para tanto bastará lembrar os períodos históricos de evolução das Religiões. No início encontramos a pureza original da fé, em seguida surge a organização eclesiástica, que num outro momento sente a ambição pelo poder temporal, levando-a à decadência. Dizia o professor N.G.Barros: “o terceiro período caracteriza a ausência de confiança na maternidade do espírito. Logo, podemos concluir que a Religião deixa de ser movimento espiritualizante, para se transformar em Partido Político de conquista do Poder Temporal. Sem a conscientização de que há em nós um princípio inteligente eterno e perfectível, nenhuma Religião ou Filosofia se liberta do Poder Temporal e da Decadência Própria.” É pertinente enfatizar que precisamos estar atentos para não deixar a casa espírita se transformar em comitê de campanha ou palanque de candidato. Ela deve ser apartidária e aí, também concordamos, que “Espiritismo e política não se misturam.” O espírita, como ser social, deve participar da sociedade e colaborar na sua transformação. A casa espírita não está impedida de orientar seus freqüentadores, quanto à importância do voto consciente. A pessoa vê a sociedade como algo abstrato e fica com a sensação de que não faz parte dela, lavando as mãos. A resposta do espírito Bezerra de Menezes nos deixa cientes da necessidade do voto consciente: “quando você votar e o país tomar o rumo, então você é responsável, porque o rumo que o país seguir, será o resultado do homem que você escolheu.” Para o espírita, o candidato deve estar liberto do ter. Zaqueu seria, na época, um bom candidato: “Senhor, dou a metade dos meus bens aos pobres e, se causei dano a alguém, seja no que for, indenizo-o com quatro tantos.” O moço rico perdeu a eleição! Dar aos pobres talvez fosse mais fácil, o problema era seguir Jesus. O candidato deve estar liberto do poder. Na estrada de Damasco Saulo de Tarso era o poder equivocado, mas compreendeu a verdade que o libertou. “De boa vontade pois me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo.” (2 Corintios 12: 9) Uma outra característica dos políticos do futuro, líderes autênticos, é que serão “pobres de espírito”. A incredulidade zombou dessa máxima. Eruditos, doutores não entenderam a mensagem de Jesus, porque julgavam possuir muito saber e, por isso, alimentaram a falsa idéia de superioridade e infalibilidade. Alguns dizem que o parente-candidato não é bom, mas que vão votar nele assim mesmo, porque pelo menos tirarão algumas vantagens. É o pensamento inconsciente imediatista incapaz de prever as conseqüências. O mesmo espírito Bezerra de Menezes adverte: “Se você escolheu, porque tinha interesses pessoais e não os interesses da comunidade, responderá pelo carma histórico e coletivo que virá.” E, se com essa mesma falsa idéia, diante das câmaras de TV, o candidato escolher o aborto? Algumas pessoas, sem refletirem, defendem o aborto dizendo que a sociedade deve fazer sua opção num plebiscito. Poder-se-ia, no mesmo momento, perguntar sobre pena de morte, eutanásia e outros. Após ouví-los alguns vão chegar à conclusão que: “matar é a coisa mais natural deste mundo”. Li, na Ciência e Cultura (37 (8): 1296-1297. 1985), um artigo que não aceitava o argumento de que o aborto “mata uma vida em formação”. Ora, diz o médico e autor, “se seguirmos esse tipo de raciocínio, teremos de admitir que os métodos anticoncepcionais também fazem o mesmo: matam pela raiz. Continua o articulista: - “o casal que evita o coito genital nos dias férteis da mulher, consciente e deliberadamente está a impedir uma criança de viver.” Seguindo a mesma linha de raciocínio, lembramos dos espermatozóides na masturbação masculina, o que, para ele, deve impedir muitas crianças de viverem. Será que, para ele, um programa de planejamento familiar não seria uma medida preventiva do aborto? O problema não é tão simples como parece e por isso mesmo não pode ser tratado simplisticamente. O articulista de Ciência e Cultura, no entanto está coberto de razão, quando afirma que “temos o dever de nos integrarmos ativamente no debate, pois não nos cabe o direito de permanecer alheios à discussão de nenhum tema de relevância nacional.” É necessário realmente refletir antes de votar! Não concordamos com sua tese, mas o felicitamos por discutir a questão, expondo-se com coragem. Lembramos que este é um tema mascarado e escondido por hipocrisias e tabus, que sofre pressão até internacional, além de ser um grande estimulante de radicalismos. No Jornal do Conselho Federal de Medicina (página 10, agosto de 1994) duas cartas receberam o mesmo título: “Aborto e Anacronismo". Nelas, as representantes da Comissão de Cidadania e Reprodução e da CEPIA (Cidadania, Estudo, Pesquisa, Informação e Ação) manifestam profundo respeito e admiração pela atitude que chamaram de corajosa de dois médicos. Eles admitiram publicamente que, mesmo contra a Lei, por solicitação materna, interrompiam gestações em casos de anomalias fetais graves. Uma professora de Filosofia, nas suas reflexões, diz que “a reivindicação do direito de decisão sobre o aborto é contestada pela Igreja Católica como negação das orientações religiosas.” E, continua: - “estranha argumentação, que parece esquecer que nem toda a humanidade é católica (ou mesmo cristã) e que aqueles que não o são devem ter o direito de optar por diferentes regras de vida.” Isto me lembrou debate onde um ex-deputado, depois de fazer um resumo crítico do pensamento exposto pelos debatedores, acusou-os de estarem batendo sobre a velha tecla ao defenderem o voto. Disse o ex-deputado: - “Vocês me desculpem, mas já vi esse discurso. O cidadão vota, cruza os braços e vota quatro anos depois. As democracias modernas não se explicam mais apenas com modelos de representação.” Um jornalista usou da palavra e ironizou a crítica, dizendo que o interesse do ex-deputado não era debater, mas impedir um acordo que estava começando a surgir. Para colocá-lo no que considerou o eixo do debate perguntou-lhe: “O voto é o ponto central da democracia ou não é?“ E, continuou: “Não adianta dizer que é velho. Você tem uma novidade melhor? E sabe porque é tão difícil aceitar isso? Porque dá trabalho, é lento, é chato! Porque, não é bastante ser brilhante, inteligente e ter boas idéias, é preciso ter a maioria, e isso complica as coisas!” (O Globo, 12. O País. Sábado, 7-9-1996). Será que candidatos à Presidência da República, por medo de se revelarem ou por ausência de reflexão, vão se recusar a discutir o assunto na TV? Certamente alguns candidatos (deputados e senadores) vão ficar escondidos na sombra de sua covardia. Pergunta central: deve-se aceitar o aborto de uma jovem, gestante HIV-positiva, grávida pelo estupro? O candidato pensará: “a gravidez vai acelerar a infecção do vírus e a mulher, já agredida pelo estupro, certamente não vai querer um filho, que vai nascer com Aids.” Gostaria de pedir ao leitor e eleitor que nesse momento parasse e refletisse um pouco antes de responder a questão. Deve-se aceitar o aborto? E, nessas condições? Responda para si mesmo. Marque a resposta no parênteses correspondente para depois verificar se mudou de idéia. Sim ( ) Não ( ). Marque, também, a resposta do seu candidato ( ) Sim ( ) Não. Somos livres para pensar e decidir. Eu, particularmente, sou contra qualquer tipo de censura, o que não é o mesmo que denunciar a “televisão” que está deseducando a população em geral e a criança em particular. É dever do cidadão, principalmente dos especialistas em saúde integral, exigir o cumprimento do disposto no Capítulo V da Carta da República, sobre Comunicação Social. A Constituição Federal, estabelece prioridades educativas, artísticas, culturais e informativas para o rádio e a televisão, afirmando que um dos princípios que devem guiar a programação é o respeito aos valores éticos e sociais. O Artigo 220 recomenda a criação de meios legais que garantam à pessoa e à família a possibilidade de se defenderem de programas de rádio e TV. Não podemos deixar de lembrar que a família, base da sociedade, tem proteção especial do Estado e é dever da família e do Estado assegurar à criança e ao adolescente acesso à cultura, à dignidade e à convivência familiar e comunitária. O Ministério Público Federal deve tomar as providências que lhe cabem no sentido de fazer cumprir o disposto na Carta da República. Qual a colaboração que o candidato, em quem você votou, tem dado nesse sentido? O Carlos Eduardo Novaes era colecionador de pérolas políticas e disse certa vez que “os maus governantes são eleitos pelos bons cidadãos que votam mal.” Alguém pode querer manipular o que foi dito e é necessário enfatizar que o voto é o centro da democracia. Podem falar mal, botar milhões de defeitos, podem dizer que o processo é enfadonho, trabalhoso, lento, digam o que quiserem, mas os cientistas ainda não descobriram algo melhor. Em uma coisa temos que concordar com o Novaes: “O maior defeito da democracia é que somente o Partido que não está no governo sabe governar.” “Bem aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos.” (Mateus, 5) E sobre o aborto? Qual a posição do seu candidato? E a sua? Gostaria de modificar a resposta oferecida naquele primeiro momento? Ainda há tempo! Na época em que estudei os aspectos legais e éticos do abortamento o capítulo VI do Código de Ética, que trata da responsabilidade profissional médica, dizia que o médico responde civil e penalmente por atos profissionais danosos ao cliente, a que tenha dado causa por imperícia, imprudência, negligência ou infrações éticas (artigo 45). Será muito diferente para os profissionais da Comunicação Social? O aborto é um tema que origina hoje reações extremadas, em países desenvolvidos, resultando em sérios problemas de segurança, como descrito por Sampaio (Reformador, pág. 176-179, junho de 1998): “Certo Pastor de uma igreja fundamentalista passou quatro anos preso por colocar bombas em dez clínicas onde o aborto era realizado. Sua agressividade chegou a tal nível de insanidade que, solto persiste em sua cruzada, e é responsável pela origem de adesivos para serem colocados em vidros de veículos com a seguinte sugestão: Executem os Aborteiros Assassinos.” Na sociedade que ainda dá os primeiros passos da evolução, a luta, que se deveria processar no campo das idéias, se transforma em agressões físicas. O movimento religioso, deturpando os verdadeiros valores produzem as “guerras-santas”. A liberdade de credo é constitucionalmente garantida no Brasil, mas já existem ensaios de violência de alguns que se dizem religiosos. Recentemente, houve uma manifestação ruidosa em um “Shopping”, pasmem, no Rio de Janeiro, contra um espetáculo teatral, onde o Codificador da Doutrina Espírita estaria representado. A idéia de imortalidade e reencarnação apavora tanto quanto a do “Príncipe das Trevas”. É tão difícil produzir argumentos racionais contrários à primeira, quando favoráveis à segunda! Diante da impotência e do desespero só resta a eles uma alternativa. Aí o argumento às vezes é muito forte! O médico não deverá provocar o abortamento, salvo quando não houver outro meio de salvar a vida da gestante ou quando a gravidez resultar de estupro, mas sempre depois do consentimento expresso da gestante ou de seu representante legal (Código Penal, art. 128). “É na consciência humana que se encontram os princípios que darão autoridade para todos, quando forem proclamados pela vontade nacional e convertidos em leis pelos eleitos do povo.” León Denis (6) Uma de minhas filhas fazia o internato no Hospital. Lá ela recebeu e trouxe para casa um “material didático” que trazia o título: “Pratique Solidaried’Aids”. Nele encontramos “os dez mandamentos da luta contra a Aids”. O primeiro era: “Amarás a vida sobre todas as coisas”, e, o quinto, “Não engravidarás nem amamentarás sendo HIV positiva”. A gestante, da questão central, recebeu estas informações. E, se o feto foi gerado sem os hemisférios cerebrais (anencéfalo)? Isso, também, acontece na vida real! Questões semelhantes nos fizeram escrever o livro, “Dores, Valores, Tabus e Preconceitos” (ver livraria do Geae - http://www.geae.org), porque raciocínios como estes muitas vezes transcendem o espaço de um artigo. O leitor gostaria de pensar novamente na questão originalmente proposta? Lembremos a existência de um dado complicador, o estupro. É uma questão complexa como aquela que ocorreu durante a tempestade no mar. Num naufrágio mãe e filha única se separam. As ondas afastam a filha. De repente uma outra criança agarra-se à mãe. O que fazer? Salvar a criança, que tem nela a última chance de sobrevivência, ou largá-la e procurar salvar a própria filha? “A vida isolada é a vida egoísta, a vida selvagem; a vida em comum é a vida moral, que faz nascer o direito e o dever...” (Leon Denis) Como devemos agir? Como justificamos o agir? Todas as decisões implicam num processo de escolha, que é precedido de julgamento, que por sua vez é determinado, entre outros fatores, pelo valores pessoais daqueles que decidem. Os valores ou a formação de valores, por sua vez, são uma conseqüência das atividades dos indivíduos dentro de um meio social. É bom lembrar que a influência de valores pessoais em julgamentos muitas vezes não é consciente. Será que o leitor respondeu, a questão central deste texto, de modo inconsciente? Existe estudo informando que o direito de matar o nascituro, em ambiente hospitalar, não diminuiria o aborto ilegal ou clandestino. Este argumento, utilizado a favor do aborto, é assim muito desvalorizado. Você exclamaria: mas é um caso de estupro! Recuso-me a aceitar uma gravidez que se originou de um ato violento. E, tem toda a razão, pois é difícil aceitar que a Justiça Divina se valha de um expediente tão sórdido para provar ou punir. Que Deus é esse que ainda deixa a criança nascer com Aids? Aliás este Deus é hoje responsável por tantas outras coisas! Alguns deseducadores religiosos, que trabalham com a Pedagogia do medo, substituem o Deus por outra “divindade” capaz de fazer o grande milagre, o de extrair dólares de pessoas ingênuas. Todos um dia saberão que temos guias espirituais que nos protegem e que nos falarão a respeito de que estamos aqui para aprender; do propósito superior de nossas vidas. No entanto, respeitando o livre arbítrio individual, nos permitem prosseguir numa situação se assim o desejarmos. Eles têm o cuidado de não eliminar nossas lições. Se estivermos avançando na direção de algo que irá nos ensinar uma lição valiosa porém difícil, eles poderão nos mostrar maneiras mais alegres de aprender a mesma coisa. Se resolvermos persistir no caminho original, eles não tentarão impedir-nos. Cabe-nos escolher a alegria, mas caso aprendamos melhor através da dor e do esforço, os guias espirituais não os afastarão de nós (9). A Doutrina dos Espíritos nos ensina que o acaso não existe no universo, onde Leis Divinas e justas regem a vida física e moral. Alguns médiuns nos deixam estupefatos. Nostradamus previu a decapitação do Duque e deu o nome do carrasco, que foi escolhido “ao acaso”, na hora. Isto 66 anos após a morte do médico francês (1503-1566). O cálculo matemático da probabilidade desta predição estaria na proporção de um para cinco milhões contra o acaso. Conheci uma pessoa que não consigo esquecer. Fomos visitá-la e, para não ir só, convidei um amigo. Era uma visita fraternal porque o nosso amigo estava numa enfermaria. Quando chegamos, encontramos um grupo que tinha ido levar a bioenergia aos pacientes. Ao perguntarem quem rogaria ao Pai, antes do passe, o meu amigo “enfermo” se ofereceu. Eu e o outro, sentados com ele na cama, ouvimos sua prece que arrancou lágrimas de todos. Marcondinho agradeceu a Deus, justo e bom, pelo dom da vida. Agradeceu à sua mãe a oportunidade da reencarnação e às Entidades Venerandas, através de Kardec, pela Codificação da Doutrina Espírita, que ele aprendera a amar no Centro Espírita Filhos de Deus, A Casa do Caminho, no Curupaiti. E, onde ele havia adquirido resistência moral contra as dores. Se a mãe de Marcondinho soubesse que a Hanseníase, na época sem tratamento, o deixaria cego, com os braços e as pernas atrofiados, levando-o à cadeira de rodas; se ela soubesse dos seus sofrimentos, talvez tivesse feito a opção pelo aborto. No entanto, teve um filho amado e inesquecível, também para outras pessoas. Os espíritas vão entender quando eu disser que o Marcondes trabalhava na reunião mediúnica e teve oportunidade de ajudar espíritos desencarnados, que ainda estavam sofrendo com o estigma da lepra e as seqüelas da hanseníase. Marcondes havia entendido a frase registrada por Marcos, Lucas, Mateus e João, que é estudada no Evangelho Segundo o Espiritismo, no capítulo 24, item 18. “Se alguém quiser vir nas minhas pegadas, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me.” “Bem aventurados os que choram, porque serão consolados” (Mateus, 5). Emmanuel pede que reparemos, em plena Natureza, todos os elementos, que em face do mal, oferecem o melhor que possuem para o reajustamento da harmonia e para a vitória do bem. “Quando o temporal parece haver destruído toda a paisagem, congregam-se as forças divinas da vida para a obra do refazimento. O sol envia luz sobre o lamaçal, curando as chagas do chão. O vento acaricia o arvoredo e enxuga-lhe os ramos. O cântico das aves substitui a voz do trovão. A planície recebe a enxurrada, sem revoltar-se, e converte-a em adubo precioso. O ar suporta o peso das nuvens e o choque da faísca destruidora, mas torna à leveza e à suavidade. A árvore de frondes quebradas ou feridas regenera-se, em silêncio, a fim de produzir novas flores e novos frutos. Aprendamos a receber a visita da adversidade, educando-lhe as energias para proveito da vida. A ignorância é apenas uma grande noite que cederá lugar ao sol da sabedoria. Entendamos o bem”. ( Fonte Viva, décima nona edição, p.85-86, FEB). Com esse pensamento Paulo se dirigiu aos companheiros: “Não te deixes vencer pelo mal, mas, vence o mal com o bem.” (Romanos, 12: 21) Voltemos à questão central! Que estigma! Filho de um estupro! Tendemos a acreditar que alguém com um estigma não seja um ser humano. Com base nisso, fazemos discriminação, reduzimos sua chance de vida, como o fizemos com os antigos leprosos, com a filha da prostituta ou com o ex-presidiário. Hansenianos e indivíduos HIV positivos são portadores de um estigma mais do que de uma doença. Antonio Magalhães Martins, autor do livro “Do Outro Lado Da Fronteira” disse certa vez que eu jamais teria possibilidade de entender o que é ser discriminado como leproso. Mas, o seu livro é tão esclarecedor! Disse-lhe na ocasião. Ele retrucou: “experiência vivida não pode ser transmitida”. Esta foi a resposta de minha mulher, quando indaguei sobre a dor do parto. Será Deus tão injusto? Mas, se for injusto deixa de ser Deus! Como compreendê-Lo? Luciano dos Anjos (1) escreveu que não devemos nos cansar de pesquisar, discutir e conceber a Eterna Substância, que deve ser ainda um dos primordiais - senão o único - objetivos filosóficos da criatura. Comenta que após um politeísmo esdrúxulo, embora acalentando-o com a unicidade mosaica desse Criador, nada melhor nos apresentaram além de um Deus antropomorfo, pessoal e todo-poderoso. A conseqüência natural é o ateísmo, quando não leve direto ao materialismo absoluto. No livro de uma professora de filosofia, formada pela USP, nas suas reflexões finais ela diz que “numerosas investigações científicas parecem atestar que o número de óvulos fecundados, que são expulsos espontaneamente, antes da implantação no útero, é extremamente elevado - cerca de 30%. No entanto, continua a pensar a professora, há argumentos religiosos que insistem que a alma passa a pertencer ao novo ser no momento da fecundação.” Em seguida, pergunta: “qual o destino dessa alma que tem seu futuro interrompido precocemente por um Deus tão esbanjador?” (Maria Tereza Verardo. 1987. Aborto. Um direito ou um crime. Editora Moderna). Certamente se fôssemos esse Deus, também não faríamos melhor! “Não há, não houve, não haverá poesia. Vencido o silêncio, a palavra é mutilação.” (J.G. de Araújo Jorge, apud L. Anjos) O espírita, que é jornalista e escritor diz que não é fácil concebê-Lo ( embora talvez não seja impossível) fora dessa idéia em que a maioria das religiões e das escolas filosóficas O apresentam. Mas é preciso compreender que, afinal, é exatamente fora dessa idéia que Ele se encontra e daí a dificuldade mesma de entendê-Lo. “Arte é ânsia de conter o infinito numa expressão.” (Gilka Machado, apud L. Anjos) Após passar rapidamente em revista algumas escolas filosóficas, o escritor, nos mostra o esforço de muitos que tentaram resolver a Grande Equação. Definições e conclusões enquadram-se, duma forma ou doutra, dentro de três posições fundamentais para explicar Deus: o Ateísmo, o Panteísmo e o Teísmo. O Teísmo, sem dúvida, foi que mais se aproximou da verdade, porém, ainda assim, apenas nas suas linhas gerais. Adotou a melhor posição teológica no quadro genérico das concepções. Todavia não soube avançar na explicação detalhada. E, quando o fez, fê-lo mal. “Deus! O terrível problema! Quando a ciência chega aqui, ou emudece ou blasfema.” (Guerra Junqueiro, apud L. Anjos) O leitor já percebeu que não há intenção de nossa parte em desenvolver a questão como alguns gostariam de ver desenvolvida. Por isso, sugiro a leitura da obra, colocada nas referências bibliográficas, para que possam apreender o pensamento do autor. Cabe-nos transcrever, ainda, que “ninguém se aproximou tanto da concepção de Deus, capaz de suportar o raciocínio moderno, do que o monismo vedantino.” “Uma generalização que termina num Deus pessoal não pode ser universal, não pode ser verdadeira. Temos de ir adiante, ao Impessoal. O Deus Impessoal que propomos não é um Deus relativo; por isso não se pode dizer que ele é bom ou mau, mas que é algo além do bem e do mal, porque não é bom nem mau.” (Swami Vivekananda, apud L. Anjos) Luciano dos Anjos (1) diz: “ importa esclarecer bastante um aspecto da questão: Deus impessoal na transcendência e pessoal na imanência já se propôs e representa de fato um grande passo na direção da Verdade; entretanto, o Deus que proponho é impessoal na imanência e na transcendência”, dentro de um absurdo que analisou posteriormente. Informação pertinente é que o autor, depois de inúmeras reflexões afirma que a melhor explicação de Deus, sem dúvida, há de ser aquela dada pelos Espíritos a Allan Kardec, por vários motivos e, ainda, porque se houvessem ido mais além nos confundiriam a razão. “Que é Deus? - Deus é a Inteligência suprema, causa primária de todas as coisas.” Anteriormente, discutindo as condições da vida após a morte, aproveitando a dúvida apresentada por um médico, nos socorremos do depoimento de um outro. O médico André Luiz retorna à nossa dimensão graças a extraordinária mediunidade de Francisco Cândido Xavier e conta com detalhes a sua experiência do outro lado da vida. Para ilustrar o pequeno capítulo utilizamos as experiências de quase morte, quando as pessoas se lembram de sua breve passagem do outro lado. Comentamos que a nossa ansiedade nos faz desafiar uma pessoa, que passou pela experiência autoscópica, a provar que a morte do corpo não mata a vida. No entanto, observa-se que estas pessoas não estão interessadas em fornecer tal prova a terceiros. Uma delas disse: “Quem teve a experiência sabe. Os outros devem esperar a prova final”. (Dores, Valores, Tabus e Preconceitos. CELD Editora) Para as pessoas que tiveram a experiência do “Transcendente”, a existência de um Deus Imanente e Transcedente não é uma questão de crença infundada, mas um fato baseado numa vivência direta. Assim como nossas atitudes acerca da realidade material da nossa vida diária são baseadas, primeiramente nas percepções sensíveis. Guardadas as devidas proporções este comentário faz lembrar o de Erick Fromm quando afirmou que “o inconsciente só o é em relação ao estado normal de atividade”, “são simplesmente estados mentais diversos, que se referem às modalidades existenciais diferentes.” Assim, podemos admitir que a mente consciente constitui apenas parte do psiquismo total. Existe uma vida psíquica chamada de “inconsciência”. Esta atividade psíquica é o principal protagonista, quando o sono retira a outra de cena. Na realidade o inconsciente acha-se representado naquela fração do sonho que se registra na memória consciente. “Se eu quiser falar com Deus tenho que aceitar a dor, tenho que comer o pão que o diabo amassou, tenho que virar um cão, tenho que lamber o chão dos palácios suntuosos do meu sonho, tenho que me ver tristonho, tenho que me achar medonho e apesar de um mal tamanho alegrar meu coração.” (Gilberto Gil) Você também lembrou do Marcondinho? Devemos permitir que uma mulher portadora do vírus da Aids fique grávida? Já se falou até na esterilização de homens HIV positivos, embora não haja justificativa de ordem ética ou legal capaz de legitimar esta prática. E se a mulher HIV positiva desejar ter um filho? Não discutimos o valor do diagnóstico precoce permitindo à mulher evitar a gravidez. Mas, e se ela já estiver grávida? Legalizado o aborto, o médico que se recusar a fazê-lo poderá ser demitido por justa causa? Quando estamos diante de um dilema devemos discuti-lo e só tomar uma decisão após profunda reflexão. Quando discutimos estamos perguntando a resposta a Deus. Ele nos responde quando estamos fazendo a reflexão, com profundidade e extensão. Há, então, maior lucidez, aumento do nível da consciência, local onde estão escritas as Leis Divinas. Por isso oramos, antes da decisão. “É da discussão que nasce a luz”. DR. LUIZ CARLOS FORMIGA é professor universitário da UFRJ e UERJ, aposentado. |
Aborto é Crime
(matéria publicada na Folha Espírita em Novembro de 2007)
No momento atual, é mais do que oportuno relembrar as ponderações de Chico Xavier no livro Lições de Sabedoria: “Sabendo que o aborto, mesmo legalizado no mundo, é uma falha nossa na Terra, estamos certos de que ninguém deveria praticá-lo seja no regime das convenções humanas ou fora delas. Se há anticoncepcional, por que promover a morte de criaturas nascituras ou em formação?” O médium ensina que se deve evitar o crime do aborto, favorecendo o planejamento familiar.
Há quem diga que o aborto é um direito da mulher. Não existe engano maior. A vida pertence ao embrião, ninguém tem o direito de tirá-la. Felizmente o povo brasileiro em sua esmagadora maioria tem se manifestado contrário à legalização do aborto, convicção que cresce a cada ano, e que se evidenciou na última pesquisa do Datafolha. Aliás, as leis do nosso país espelham essa certeza. O artigo 5º da Constituição Brasileira garante a inviolabilidade do direito à vida, defendendo-o como bem fundamental do ser humano. É certo que o artigo 4º afirma que a personalidade civil do homem começa no nascimento com vida, mas a lei põe a salvo que ela deve ser defendida desde a concepção (Código Civil, lei federal 3.071). E mais, a Convenção Americana sobre Direitos Humanos celebrou, em 22 de novembro de 1969, o chamado Pacto de São José da Costa Rica, assinado por inúmeros países, entre os quais o Brasil, garantindo esse direito, desde a concepção.
Assim, qualquer projeto de lei em prol da legalização do aborto, que tramite no Parlamento brasileiro, é, antes de tudo, inconstitucional.
O que a gestante realmente precisa é de amparo à maternidade, de esclarecimentos quanto ao uso de métodos anticoncepcionais e de vias fáceis de acesso a eles. Uma sociedade organizada, segundo as leis de Deus, obrigatoriamente, deve ter o amor na sua base de sustentação. Deve cuidar da educação de crianças e jovens, dar todo o apoio à maternidade e à paternidade responsáveis, além de cuidar dos que trabalharam uma vida toda e têm de ser amparados na velhice.
A sociedade que apela para o aborto declara-se falida em suas bases educacionais, porque dá guarida à violência no que ela tem de pior, que é a pena de morte para inocentes. Compromete, portanto, o seu projeto mais sagrado que é o da construção da paz.
http://www.amebrasil.org.br/html/abortoecrime.html
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