SEGUINDO EM FRENTE

A sensação de culpa é muito comum em nossas vidas e pode gerar grandes transtornos e distúrbios emocionais. Às vezes, nos sentimos tristes, cansados, sozinhos, aflitos e não entendemos o porquê de tudo isso. Isso nos acontece porque estamos começando a nos arrepender de termos ou estarmos fazendo algo errado.

A Depressão, a Síndrome do Pânico, a Esquizofrenia e toda e qualquer outra doença de cunho físico e psicológico começam em nosso campo mental, ou seja, são doenças do espírito ou da alma que se refletem em nosso corpo ou comportamentos, alterando-os, disturbando o nosso estado psicológico a se refletir no campo emocional.

Espírito: O todo, o conjunto. É a soma de sentimentos, sensações instintos e intelecto ao longo de sua caminhada evolutiva. O espírito é o ser total, integral.

Psique: A mente ou a psique representa a parte intelectiva e cultural de nós espíritos, e processa o que capta de nosso íntimo, de nossos sentimentos, sensações e valores, exteriorizando e reproduzindo-os, imprimindo racionalmente e acionalmente aquilo que tem como conteúdo.

Mas qual a diferença de espírito para a psique? O espírito cria a psique e a desenvolve através de seus estágios reencarnatórios. A psique não existe por si só; sem o espírito. Ela é parte do espírito, e para que exista depende da existência do espírito.

Emoção: Significa “movimento para fora”, ou seja, o jeito de agir, reagir, se expressar e se portar. O choro, o riso as lágrimas, as palavras, as declarações e tudo que sai de nós são manifestações externas, portanto são nossas emoções exteriorizadas.

O espírito é como um dínamo, cuja função é gerar energia, um captador, que capta vibrações, pensamentos, sensações e sentimentos, e um catalisador que modifica a energia que recebe dentro e fora da matéria. Um espírito são é incapaz de gerar energias negativas.

Mas como se forma um Espírito? O Espírito é o elemento inteligente do Universo, criado por Deus, simples e ignorante, com o destino de chegar à perfeição. Deus criou todos de forma igual, dando a cada um seu livre arbítrio, após sua capacidade de raciocinar. Até chegarmos nesse estado, passamos pelos Reinos Mineral, Vegetal, Animal, adquirindo neles experiências instintivas, sensitivas, absorvendo a energia da natureza para plasmarmos futuramente, através do perispírito (elemento de ligação entre o espírito e o corpo, sendo o agente modelador biológico do corpo do qual nos revestimos e que se modifica a cada reencarnação) os corpos nos quais encarnaríamos. Até então, fomos sendo puxados e guiados por nossos instintos e uma vontade latente de chegarmos ao Criador, atraídos pela energia divina. O espírito, em todas as suas fases é como uma limalha de ferro, enquanto Deus é um ímã.

Os reinos inferiores da criação estão subordinados a nós espíritos, porque estamos à frente deles e sabemos como utilizá-los. E somente conseguimos isso pelo fato de termos passado por essas fases como princípios inteligentes, mergulhados na matéria.

Para conseguirmos compreender os reinos que nos antecedem, em parte, e fixarmos em nós as noções que nos facultam, tais quais alimentação, sexo, vida em sociedade, utilização do fogo, terra, água, o andar, nadar, voar, e através de tudo isso nos tornarmos seres pensantes e nossos instintos se aprimorarem, temos que passar por todos eles antes, onde, futuramente, compreenderemos aquilo que fomos. Só podemos compreender algo quando nos tornamos ou fomos esse algo. Você já se perguntou como aprendeu a mastigar? Nós fazemos certas coisas automaticamente como andar, comer, dormir, olhar, movimentar. Se o fazemos é porque aprendemos, e se aprendemos foi em determinada época ou condição. Somos hoje, então, o somatório de hábitos ou experiências de outras épocas.

O que é o Princípio Inteligente? Façamos uma analogia. O princípio inteligente é como o espermatozoide, e os reinos divinos são como óvulos. O espermatozoide fecunda o óvulo e nasce um novo ser, com características de ambos os lados, do espermatozoide do pai e do óvulo da mãe, porém com sua individualidade. O princípio inteligente em contato com a matéria primitiva, penetrando-a, se condensa, energeticamente, e se torna espírito, trazendo consigo memórias de sua estada nos outros reinos, onde agora ele é capaz de pensar, falar, raciocinar, planejar andar, criar e realizar as mais diversas obras. Os processos dentro da cadeia divina são similares, e as formas mais evoluídas são as formas primitivas purificadas. O Principio Inteligente torna-se Espírito quando chega à capacidade de raciocinar. Assim como o espermatozoide e o óvulo conservam suas cargas energéticas, e o ser humano carrega seu DNA, o espírito tem seu mapeamento espiritual, seus traços gravados em si. As formas de reprodução e aprimoramento são semelhantes em todos os tempos e épocas, só que vão tornando-se quintessenciadas. O Princípio Inteligente é uma energia simples e ignorante criada por Deus, e ao se unir com o Fluido Cósmico Universal começa a gerar a matéria em seus estados rudimentares, e aí começa sua caminhada evolutiva.

É muito complexo falar de vidas nos diversos reinos, energia, evolução, mas se você observar em sua volta vai entender que nada fica parado para sempre em um estado ou lugar. As rochas, com o tempo, se quebram ou mudam de cor; os animais mostram uma inteligência que surpreende, as crianças aprendem com muito mais facilidade que em tempos idos, os eletrodomésticos e eletroeletrônicos estão cada vez mais sofisticados, as TVs os computadores, os celulares vão aparecendo com muito mais recursos. Se assim se dá com as máquinas e os objetos imóveis, imagine conosco que somos vivos, pensantes, e somos nós que criamos e aprimoramos todas essas máquinas, utilizando dos recursos naturais; porque é que ficaríamos estacionados neste estado carnal?

Pense agora em seus avós, bisavós, os desbravadores, os primeiros homens a habitarem a Terra, se estiverem até hoje esperando o Juízo Final, e nós, com toda essa tecnologia, a energia elétrica, Internet, medicamentos, carros e todos os recursos atuais. O que fizemos para estarmos aqui com tudo isso e o que eles fizeram para não os terem? É simples de responder: Evolução.

Através da reencarnação, vamos nos lapidando. Somos nós, nascendo, morrendo, renascendo ainda e progredindo sempre que vamos passando por todas as situações necessárias para adquirirmos conhecimento e sabedoria, nos tornando espíritos de escol.

Se Deus cria um espírito junto com o corpo, naquele momento em que o feto nasce, Ele é injusto, imperfeito e age sem lógica, pois crianças nascem deficientes ou morrem em tenra idade; alguns têm tudo, outros nada; outros aprendem tudo com uma facilidade e outros têm dificuldade de aprendizado. Todas essas são fases que o espírito necessita passar para crescer, resgatar faltas que cometeu a partir do momento em que adquiriu a capacidade de pensar. Deus é amor e justiça.

Embasados nisso, pessoas podem pensar que ao virem alguém passando dor, fome, dificuldade e problemas não devem ajudar, uma vez que ele está resgatando dívidas. O resgate de dívidas quita a consciência pesada com relação às transgressões das Leis Divinas, sem dúvida, mas quando alguém se sente amado, a vontade de caminhar permanecerá e esse gesto será repassado por ele à outra pessoa. A dor é professora que corrige, o amor é a mãe que educa e que dá forças para prosseguir. O resgate alivia a consciência, mas é o amor que dá as condições e oportunidades de caminhar. E quando Jesus nos pediu para que amássemos ao próximo como a nós mesmos, não mencionou reencarnação, vidas passadas, resgate, dívidas, nada disso. Isso, porque Ele sabe que se quisermos aprender a amar teremos que ajudar a todos que precisam de nós, e que quem ama estende sua mão a qualquer um, independente do que tenha feito, pois o próximo representa todas as criações de Deus.

Quando respeitamos a natureza, oramos por todas as pessoas, por aqueles que já partiram e por aqueles que estão voltando; quando não ingerimos álcool, quando comemos moderadamente, quando não guardamos mágoa, ao perdoarmos, quando oferecemos uma palavra amiga, um ombro para alguém se recostar ou praticamos qualquer ato caridoso, estamos nos amando. Todas as vezes que fazemos isso, a sensação de culpa e pesar vai desaparecendo e nossos caminhos vão se abrindo. Ficar pelos cantos se culpando e não fazendo nada para reparar as faltas é retardar a conquista da beatitude.

Seguindo esse pensamento, algumas pessoas podem dizer também que se uma pessoa tem a mente sã, ela poderá beber, fumar, se jogar de um prédio que nada vai lhe acontecer? Resposta simples. A pessoa que tem uma mente sã não pensa em fazer isso, pois está sintonizada com o Criador, plenamente. O que vem de fora poderá ferir a matéria que transporta, mas não o espírito que a conduz.

Ao entendermos isso estaremos desabrochando para as verdades divinas e conhecendo esta verdade estaremos livres. Perceber e admitir erros nos quais estamos envolvidos e mudar para solucioná-los farão com que ressurjamos com nossa face da essência divina.

Após tentativas seguidas de fracasso, o que nos cabe é aguardarmos por nossa ressurreição, a ressurreição de nossas forças. Saber esperar. E necessitamos da mudança, buscando outros caminhos, outros meios de vencer obstáculos e desafios, não reincidindo-nos nos mesmos erros.

Deixar de lado atitudes e hábitos infelizes é renovar a vida, virar páginas e contornar situações adversas. Somente através do reconhecimento de nossas falhas, do desejo sincero de corrigi-las e do começar a fazê-lo: São essas posturas que nos farão sentir bem, estarmos bem e praticarmos o bem. É seguindo em frente que chegaremos ao cimo de qualquer montanha, mas recorde-se que uma jornada de mil quilômetros começa com um primeiro passo.