Todos os dias, santos ou pagãos nos unimos
É como febre com hora marcada
Doente, demente te espero
Tem a pilha de louças por lavar
A refeição far-se-á ou não... sabe-se lá
Tudo depende e muito do estado da carruagem
Belo nome para o lixo que acumulamos na escrivaninha
Gosto de belezas cruéis como é a rede que nos envolve
Imagino a fada madrinha antes redonda e rendeira
Agora elegantemente anoréxica e sonolenta
Alguma alma boa salvou tremendas conjunções
Adornamos nossos pescoços com correntes
Depois ficamos sufocando como asmáticos
Amarelaram as antigas paredes do edifício
Escureceu definitivamente o cimento do telhado
Enferrujaram portões, grades e janelas
Não se varreu mais o chão
As folhas caem e se amontoam
A chuva deixou poças em latas vazias
Teias de aranha enfeitam todos os cantos
O pé de romã está secando e isto não te perdôo