O filho pródigo, levado ao amadurecimento.

"E disse: Um certo homem tinha dois filhos; E o mais moço deles disse ao pai: Pai, dá-me a parte dos bens que me pertence. E ele repartiu por eles a fazenda. E, poucos dias depois, o filho mais novo, ajuntando tudo, partiu para uma terra longínqua, e ali desperdiçou os seus bens, vivendo dissolutamente. E, havendo ele gastado tudo, houve naquela terra uma grande fome, e começou a padecer necessidades." (Lc 15:11-14)

Na vida cristã é necessário que haja maturidade por parte daquele que professa a fé.

Quando falamos de maturidade, falamos de alguém que tem experiência; uma pessoa que aprendeu, e que não se deixa levar por qualquer coisa. Tal pessoa não permite que seus pensamentos e desejos lhe domine, se mantém firme no foco, observando todos os mandamentos sem transgredir nenhum; porque tal pessoa não vela pelo seu próprio interesse.

Caro leitor da palavra de Deus, temos um foco, temos um objetivo à ser alcançado; não podemos deixar que os mesmos sejam maculados.

A parábola em questão fala de dois filhos. Apesar do texto dá maior ênfase ao mais novo, sendo este o protagonista desta ilustre narrativa; o mais moço foi quem pediu a parte dos bens que lhe pertenciam, era um direito dele; nem tudo que é de direito a nós, vai nos fazer bem. Paulo disse: "Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas edificam." (1 Co 10:23) Não é porque vivemos no mundo, sendo nós herdeiros de tudo que é de Deus; vamos usufruir de tudo que nele há, a palavra diz: "DO SENHOR é a terra e a sua plenitude, o mundo e aqueles que nele habitam." (Sl 24:1) Eu preciso saber as coisas que me convém, saber se realmente estou preparado para receber algo; o pai ele sabe o momento certo de entregar algo para seu filho, ele conhece quando há maturidade; sabe quando o filho está apto para receber algo de seu pai. Houve uma antecipação na benção daquele rapaz, o próprio forçou o tempo para que recebesse algo de forma antecipada; e o que aconteceu foi que ele não suportou, não estava preparado para receber do pai aquela herança; não havia maturidade suficiente para tal benção, quando não há maturidade, a pessoa não terá capacidade para administrar o que recebeu; perde total controle da situação, não podendo este segurar o que lhe foi confiado.

Em meia as tempestades, e diversidades, ele mostrou que sua casa não estava firme o suficiente para suportar tamanha tempestade; e quando bateu o vento caiu, e foi grande a sua queda; ele perdeu tudo que tinha recebido de seu pai, desceu ao patamar mais baixo para um judeu; foi cuidar de algo que dentro da sua cultura era abominável, cuidar de porcos para um judeu era descer ao fundo do poço; e este rapaz chegou lá. Estando este no fundo do poço, ele lembra das maravilhas que era está na casa de seu pai, "E, tornando em si, disse: Quantos jornaleiros de meu pai têm abundância de pão, e eu aqui pereço de fome!" (Lc 15:17) A palavra nos faz entender que esse rapaz buscou para si este sofrimento, estando ele ainda na casa de seu pai; "E, poucos dias depois, o filho mais novo, ajuntando tudo, partiu para uma terra longínqua, e ali desperdiçou os seus bens, vivendo dissolutamente." (Lc 15:13) Já estava em seu pensamento, quando ele pediu sua herança o inimigo já tinha projetado isso no seu coração; ninguém se desvia da noite para o dia, a mente vai sendo trabalhada; o diabo planta sua semente, e com o tempo ela vai germinar; e ali ela vai crescendo. Se quiser ter uma experiência teórica, pergunte para alguém que se afastou dos caminhos do Senhor; que ele vai dizer que a cada dia ele ia se esfriando mais, por já está com o coração voltado para as coisas mundanas; a cada dia aumentava os desejos porque eles eram alimentados; algo que se nós não pormos um freio, a tendência é só aumentar. A falta de maturidade deixa brecha para o diabo trabalhar, lembre que quem fez isso foi o mais moço; alguém que não tem experiência de vida, alguém fácil de se enganar; é por isso que é sempre bom estarmos orando pelos jovens e adolescentes da nossa igreja, porque ainda há os que não tem maturidade suficiente, para discernir o que é certo e o que é errado; aquele rapaz sendo ele o mais moço, deixou seus pensamentos guiarem seus passos. Existe uma qualidade na vida do filho mais velho, apesar de ser um homem duro de coração; sem misericórdia, alguém que não tinha amor pelo próximo, uma pessoa que não visava os interesses alheios. Ele diz: Eis que te sirvo há tantos anos, sem nunca transgredir os teus mandamentos; ele tinha esta qualidade, de não fazer o que lhe era de interesse próprio, porém, visava receber algo em troca; era na base do toma lá, dá cá; não era por amor que ele fazia, não havia prazer em seu trabalho, mas sim porque esperava o pagamento; a Bíblia diz que os que para Deus trabalham, receberão galardão; mas isso não pode ser o meu interesse, porque senão estaremos buscando uma vida de barganha com Deus; e Deus não se deixa levar por isso, ele conhece nossos corações; sabe o propósito de cada um. É por amor que temos que servi-lo, e não porque ele vai nos retribuir; o filho pródigo ele reconheceu que havia progredido de forma errada, porém reconheceu que o caminho era retornar para onde jamais deveria ter saído; muitos se encontram nesta ocasião e não conseguem mais retornar para os braços do pai, acabam amando o local de lama, de lavagem, e permanecem cuidando de porcos; mas o filho pródigo não se conformou com aquela situação, ele caiu em si; viu que precisava ser o que ele era antes, alguém que tinha um nome; uma posição ao lado do pai, ele disse: "E, tornando em si, disse: Quantos jornaleiros de meu pai têm abundância de pão, e eu aqui pereço de fome!" (Lc 15:17) ele estava tomando conhecimento de quê ali não era o seu lugar, os próprios trabalhadores de seu pai tinham abundância enquanto ele padecia necessidades; ele rever os seus conceitos, a situação que ele mesmo buscou, ele reconhece que estava errado; percebe que seus interesses falaram mais alto, quando devia ter optado por não deixar suas convicções atrapalhar seus princípios. Cuidar de porcos neste contexto, é descer até o último degrau da baixeza mais desqualificada do mundo; esta expressão aqui usada, é para mostrar o nível mais baixo e mais vulgar que alguém pode chegar; é alguém que deixou levar pelos interesses próprios. Se ele tivesse pedido a opinião do pai, ele seria aconselhado a fazer o que era certo; ele não teria trocado o certo pelo duvidoso. "Com conselhos prudentes tu farás a guerra; e há vitória na multidão dos conselheiros." (Pv 24:6)

Depois da queda, o melhor é quando o que caiu consegue se levantar novamente; "O SENHOR sustenta a todos os que caem, e levanta a todos os abatidos." (Sl 145:14) Os abatidos que são levantados por Deus são aqueles que reconhecem suas fragilidades, alguém que engoliu seu orgulho; deixou a soberba. O filho pródigo ele era tudo isso. Ao sair de casa, ele achou que não precisava mais viver na dependência do pai, que o que tinha era suficiente para lhe manter; era orgulhoso, a soberba faz ele acreditar que era dono do seu próprio nariz; e que ele era capaz de caminhar sozinho sem a ajuda do pai. Bastou uma fome sobre a terra para ele compreender que estava errado acerca do que pensava. É na hora da necessidade que somos abatidos, enquanto estamos em um patamar elevado achamos que somos alguma coisa; é nessa hora que aprendemos a dá valor a vida, aprendemos amar aqueles que estão em nossa volta; damos importância às pessoas que querem o nosso bem, e muitas vezes desprezamos; o filho pródigo desprezou seu pai seu irmão, seus familiares mais próximos, amigos e vizinhos; para viver longe de todos eles. Deus permite uma fome logo após ele não ter mais dinheiro, porque enquanto ele tinha dinheiro para gastar, ele tinha alguém por ele; e a fome veio no momento em que ele não tinha mais à quem recorrer, o dinheiro acabou; a fome bateu acabou o orgulho, a soberba foi embora; só que as pessoas que lhe amava estavam longe, ele os havia deixado para traz. Agora vem as lembranças das pessoas que lhe amava com dinheiro ou sem dinheiro, o carinho do pai que lhe amava de qualquer jeito; tendo ou não tendo era seu filho. Vem a maior decepção da sua vida, decepcionado consigo mesmo ele faz uma encenação de como ele chegaria a casa de seu pai; com medo de não receber o perdão de seu pai, ele faz um ensaio, colocando pra fora todos os seus sentimentos de um filho que fracassou, e desapontou a pessoa que mais lhe amava; alguém que perdeu a credibilidade e a dignidade de filho. Não aceitando mais ser chamado de filho, ele parte para a casa de seu pai; não contando com uma boa recepção ele parte sem esperança de ser aceito pelo pai. A Bíblia nos dá à entender que todos os dias o pai esperava pelo filho, a Bíblia diz que de longe o pai o avistou; foram dias e noites aquele pai esperando pelo retorno de seu filho, a Bíblia está falando de alguém que estava com os olhos fitos na estrada; e este ao avistar correu lançou-se ao pescoço e o beijou, "Mas o pai disse aos seus servos: Trazei depressa a melhor roupa; e vesti-lho, e ponde-lhe um anel na mão, e alparcas nos pés;" (Lc 15:22) Aqui mostra a providência de Deus acerca daquele que se arrepende. As roupas significa que ele teria novamente o conforto na casa do pai, as sandálias tinham significado de liberdade, somente as pessoas livres usavam sandálias. Os escravos andavam descalços. O pai devolve a liberdade para seu filho que sempre ele tivera. Não estava preso em sua propriedade, o pai estava dando ao filho o direito de entrar e sair quando quisesse, ainda que tivesse gastado sua herança, ele com esse gesto estava dizendo; que a propriedade era sua.

O Senhor Deus, representado pelo pai, nesta parábola do filho pródigo, também fez questão de dar ao seu filho calçados, tanto para proteção de seus pés quanto para que ele tivesse uma vida confortável e digna. O anel era símbolo de autoridade, o pai estava restituindo a autoridade que havia perdido quando saiu da casa de seu pai; ele estava recebendo novamente a autoridade de filho.

Deus nunca abre mão daquele que retorna para casa, Jesus está de braços abertos para receber aqueles que vem a Ele; "Todo o que o Pai me dá virá a mim; e o que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora." (Jo 6:37)

Maturidade é uma necessidade na vida de cada crente, uma vida sem maturidade leva ao desastre espiritual; não podemos ser levados pelos impulsos do coração, não podemos o tempo todo ser meninos na fé; "Porque, devendo já ser mestres pelo tempo, ainda necessitais de que se vos torne a ensinar quais sejam os primeiros rudimentos das palavras de Deus; e vos haveis feito tais que necessitais de leite, e não de sólido mantimento." (Hb 5:12) Não há mais necessidade de optarmos pelo leite, comer o que é sólido fala de uma pessoa madura, pessoa madura não se deixa levar; por pensamentos, por emoções; o filho pródigo se deixou levar, porque não havia maturidade suficiente para enfrentar seus desejos; que não venhamos ser corrigidos pela correção dura do Senhor. Mas que optamos por agir dentro de sua vontade, para que não sejamos encontrados em falta; que Deus abençoe à todos em nome de Jesus, e que esta palavra traga edificação a sua vida.

Adalto Almeida
Enviado por Adalto Almeida em 23/01/2023
Reeditado em 24/01/2023
Código do texto: T7702352
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