REFLEXÃO NOSTÁLGICA

Ah! meus tempos de capoeira... Lá se vão uns 15 anos do meu auge nessa arte, lá se vão uns 20 anos em que se via rodas de capoeira nas vilas, assim informalmente, fora de uma "escola de capoeira", ou os encontros das "escolas" nas praças da cidade... No entanto, ainda guardo em minh'alma o espírito, a ginga e a força dos meus ancestrais para encarar a vida de frente... Talvez me falte um pouco de flexibilidade, pois a vida me fez mais duro, não somente pelo tempo decorrido, mas pela falta de continuidade nas práticas capoeiristas, físicas e mentais. As adversidades vão nos emburrecendo, nos fazendo esquecer que assim como o negro na senzala disfarçou uma arte marcial misturando-a com dança para que seus planos de libertação da escravidão não fossem descobertos, eu também devo ser mais engenhoso, flexível e forte para superar os desafios e não ser afetado pelo veneno do mundo, pois de uma forma diferente dos meus antepassados, também enfrento crises e obstáculos que por vezes parecem intransponíveis em busca de um certo tipo de liberdade, haja resistência, haja força física e mental para libertar-se dos grilhões da vida, mas principalmente, para não se deixar entristecer e amargurar por ver tanta maldade, ódio, mentira, incompreensão e preconceito!

Vou à luta!

Rodrigo EL CID
Enviado por Rodrigo EL CID em 18/01/2019
Reeditado em 18/01/2019
Código do texto: T6553995
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