Sem interesse ou desinteressado?
“Dizemos que na vida o que move são os interesses, é por eles que as pessoas vivem. Começa desde a infância. A criança pede algo ao pai e demonstra logo o seu interesse por ele. Assim, faz de tudo para conquistar o desejo. E muitas das vezes acaba se utilizando de meios não corretos. Mas o que importa é conquistar o objeto desejado.
Ela cresce e continua agindo deste mesmo modo nas suas relações sociais, seja no trabalho, no relacionamento com os amigos, namoradas (os), ou pais, elas se utilizam de argumentos e métodos, dos mais variados, para conseguir o propósito.
O problema repousa no fato de se utilizar de meios escusos para alcançar o desejo, muitas das vezes não se importando com as pessoas que serão descartadas para isso.
O que pode ser demonstrado nas relações mais simples, desde de um filho quando pede algo ao pai, até o empregado ao patrão. E é por causa disso que o mundo anda de forma tão drástica, parecendo que as pessoas têm um preço, valor monetário, parecendo que todos se vendem por algum valor, não importando se pouco ou muito.
Assim, diante duma observação mais específica sobre o modo de agir do homem nas suas relações sociais, percebe-se que falta gente desinteressada, ou seja, gente que aja sem interesse, que não queira algo em troca, que não se venda, nem por pouco e nem por valor monetário ou privilégio algum, onde estará?!
Acostumamos tanto com a demonstração, tão clara, de pessoas interesseiras, e não interessadas, que, na verdade, não se percebe, se é que há, pessoas desinteresseiras, ou desinteressadas com este tipo de barganha humana. Pessoas que ajudam a qualquer um, sem distinção, e sem querer receber algo por isso.
Que sejamos desinteressados em barganhar a toda hora e em todo tempo, o que dá a impressão que somos seres interessados naquilo que o outro tem, descontentes com o que temos. Que façamos algo proveitoso ao próximo despretensiosamente e sem querer receber por isso. Afinal, a vida é uma troca de experiências, mas não precisa ser na prática, uma troca de favores.
Aja de forma natural e humana, ou seja, reconheça-se no outro e não aceite subornos nem qualquer recompensa indevida, ou mesmo devida. Pois o ato que se faz sem desejo de recompensa vale mais que o recompensado. Mantenha-se com as mãos limpas até o final.
Até a próxima”.