Pode ser
A chuva que não cai
A mão que não sente calor do toque
A voz que não se ouve
O choro que não cessa
O tempo que não passa
O voo que não alcança
A música que não dança
A taça que não seca
O mar que não viajo
O olhar que não vejo
Tudo isto estando em desarmonia, não se tem esperança, não se constroem confiança, mas um dia vem a calmaria, e veremos o que passou e que mal nós fizemos o que era certo perceber, já se vai mais um dia e quem sabe adormeça com algum sonho na visão, afastando a solidão de um profundo labirinto, vou cumprindo minha sina de ser sempre este ser.
Rosemary Borges Xavier