AO PRIMEIRO JULGAMENTO

Irmã casada que é vista no interior de um veículo em companhia de um homem que não seja o seu marido, pode estar praticando o adultério. Mas, pode estar, tão somente, na companhia de um irmão consanguíneo.

Pessoas que acumulam ausências no trabalho são vistas como preguiçosas. Mas, talvez trata-se de um irmão ou irmã que passa por algum problema que compromete a sua eficiência no serviço.

O irmão que empunha uma arma contra o seu próximo com o intuito de tomar-lhe o que não lhe pertence é visto como vagabundo, sendo condenado a morte pela imperfeita sabedoria popular. Porem, ainda que errado, pode tratar-se de um pai de família que, levado pelo desespero de não honrar o sustento do lar, tendo, ao seu ouvido, uma criança a chorar com fome, mergulha em decisões infelizes.

O aluno que apresenta péssimos rendimentos nas provas e aulas é visto como desinteressado. Mas, muitas vezes, trata-se de jovem mentalmente perturbado por questões domésticas.

E, assim, quantas são as situações que, no nosso desejo infame de julgar precipitadamente, acusamos sem estar cientes do que leva a alguém a agir dessa ou daquela maneira.

Nesse julgamento rápido e daninho, supomos o pior dos motivos. A pior das razões. Esperamos o pior das pessoas e das circunstâncias, chegando, muitos, a espalhar as suas defeituosas impressões nas rodas de maledicências e fofocas.

As más palavras proferidas sobre alguém, podem trazer enormes prejuízos a essa existência, incluindo casos de depressão e suicídio aos quais estaremos amarrados com as correntes do compromisso da justiça.

Procuremos nunca julgar, ao menos num primeiro momento.

Que se procure cientificar das verdades que levam às circunstâncias, se é que alguma benfeitoria tal ciência trará as nossas vidas.

Que perguntemos a nós próprios: nós, em situações idênticas, ficaríamos felizes com tais julgamentos?

André Luiz Gadelha
Enviado por André Luiz Gadelha em 22/12/2016
Código do texto: T5860793
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