PROVA PARA OS PAIS

As imperfeições da matéria, na maioria das vezes, são as causas das mortes prematuras. A importância da morte prematura, ou pouco tempo após a encarnação é quase nula para o Espírito, pois o ser ainda não tem consciência de sua existência; frequentemente trata-se de uma prova para os pais.

O Espírito, algumas vezes, sabe com antecedência, que o corpo que escolheu não tem possibilidade de viver; mas, se o escolheu por esse motivo, é que recua ante a prova. Quando falha uma encarnação para o Espírito, por uma causa qualquer, ele nem sempre é suprida imediatamente por outra existência; o Espírito necessita de tempo para escolher de novo, a menos que a reencarnação instantânea decorra de uma determinação anterior.

O Espírito, uma vez encarnado, não pode lamentar uma escolha de que não tem consciência, mas pode achar muito pesada a carga. E, se a considera acima de suas forças, é então que recorre ao suicídio.

Desde o instante da concepção, a perturbação começa a envolver o Espírito, advertido assim de que chegou o momento de tomar uma nova existência; essa perturbação vai crescendo até o nascimento. Nesse intervalo, seu estado é mais ou menos o de um Espírito encarnado, durante o sono do corpo. À medida que o momento do nascimento se aproxima, suas idéias se apagam assim como a lembrança do passado se apaga desde que entrou na vida. Mas essa lembrança lhe volta pouco a pouco à memória, no seu estado de Espírito.

No instante do nascimento o Espírito não recobra imediatamente a plenitude de suas faculdades: elas se desenvolvem gradualmente, com os órgãos. Ele se encontra numa nova existência; é preciso que aprenda a se servir dos seus instrumentos: as idéias lhe voltam pouco a pouco, como um homem que recorda e se encontra numa posição diferente da que ocupava antes dormir.

O Espírito que deve animar um corpo existe, de qualquer maneira, fora dele. Propriamente falando, ele não tem uma alma, pois a encarnação está apenas em vias de se realizar, mas está ligado à alma que deve possuir.

A vida intra-uterina é como a da planta que vegeta. A criança vive a vida animal e a vida vegetal, que se completa, ao nascer, com a vida espiritual.

Há crianças natimortas que jamais tiveram um Espírito destinado aos seus corpos: nada devia ir se cumprir nelas. É somente pelos pais que essa criança nasce. Algumas vezes, esse ser, pode chegar ao tempo normal de nascimento, mas não viverá.

Roberto Valverde
Enviado por Roberto Valverde em 08/11/2016
Código do texto: T5816933
Classificação de conteúdo: seguro