O ESPIRITO PROGRIDI

O perispírito é o liame que une o Espírito à matéria do corpo: é tomado do meio ambiente, do fluido universal, contém ao mesmo tempo eletricidade, fluido magnético, e até certo ponto, a própria matéria inerte. Poderíamos dizer que é a quintessência da matéria. É o princípio da vida orgânica, mas não o da vida intelectual, porque esta pertence ao Espírito. É também o agente das sensações externas. No corpo, estas sensações se localizam nos órgãos que lhes servem de canais. Destruído o corpo, as sensações se tornam generalizadas. Eis porque o Espírito não diz que sofre mais da cabeça que dos pés.

Durante a vida, o corpo recebe as impressões e as transmite ao Espírito, por intermédio do perispírito, que constitui, provavelmente, o que se costuma chamar de fluido nervoso. O corpo, estando morto, não sente mais nada, porque não possui o perispírito. Se o Espírito não tivesse perispírito, seria inacessível a todas as sensações penosas: é o que acontece com os Espíritos completamente purificados. Sabemos que quanto mais o Espírito se purifica, mais etéreo se torna a essência do perispírito, de maneira que a influência material vai diminuindo, à medida que o Espírito progride, ou seja, à medida que o perispírito se torna menos grosseiro.

Ao dizer que os Espíritos são inacessíveis às impressões da nossa matéria, queremos falar dos Espíritos mais elevados, cujo envoltório que torna etéreo não encontra termos de comparação na Terra. Não se dá o mesmo com aquele cujo perispírito é mais denso, pois ele percebe os nossos sons e sentem os nossos odores, mas não por uma parte determinada do seu organismo, como quando vivo. Poderíamos dizer que as vibrações moleculares se fazem sentir em todo o seu ser. Tomado do meio ambiente, o perispírito varia segundo a natureza dos mundos. Ao passar de um mundo para outro, os Espíritos mudam seu envoltório – o perispírito - , como mudamos de roupa ao passar do inverno ao verão. Os Espíritos mais elevados, quando vêm visitar-nos, revestem o perispírito com as vestes terrenas, e então as suas percepções se assemelham às dos Espíritos vulgares.

Roberto Valverde
Enviado por Roberto Valverde em 22/10/2016
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