A Justa Medida

Num tesouro perdido mergulhei,

Estava sonhando.

Quando acordei

Trazia uma esquecida joia na cabeça.

Como não compartilhá-la,

Se pertence à humanidade,

Como não anunciá-la,

Se é a essência da liberdade.

No Sermão da Montanha,

O Cristo fala da justa medida,

Princípio ético fundamental da vida.

“Não julgueis e não sereis julgados. Pois com o mesmo julgamento com que julgardes os outros sereis julgados; e a mesma medida que usardes para os outros servirá para vós. Por que observas o cisco no olho do teu irmão e não reparas na trave que está no teu próprio olho? Ou, como podes dizer ao teu irmão: ‘Deixa-me tirar o cisco do teu olho’, quando tu mesmo tens uma trave no teu? Hipócrita! Tira primeiro a trave do teu olho, e então enxergarás bem para tirar o cisco do olho do teu irmão.”

O emérito professor-acadêmico do Cristianismo, Emmet Fox, em seu Sermão da Montanha, diz de maneira sucinta e clara que ao contrário do senso comum, estes versos não pregam os preceitos do não julgamento (“Não julgue”), que significaria uma desistência da responsabilidade de pensamento e do comprometimento com a verdade:

“O simples fato é que o que é dito nestes versos é a Lei da Vida: “conforme pensamos, falamos e agimos em relação aos outros, os outros irão pensar, falar e agir em relação a nós mesmos.

Qualquer coisa e tudo que fazemos aos outros irá, mais cedo ou mais tarde, ser feito a nós por alguém em algum lugar. O bem que fazemos aos outros, iremos receber de volta na mesma medida; e o mal que fazemos aos outros, da mesma forma, também iremos receber de volta.

Isto, de nenhuma forma, quer dizer que as mesmas pessoas que tratamos bem ou mal serão aquelas que irão devolver nossas ações. Isto quase nunca acontece; mas o que acontece é que em algum outro lugar ou época, um outro alguém que não sabe nada da ação anterior irá, mesmo assim, pagá-la de volta a nós, grão por grão.

A lei do equilíbrio diz que você receberá não apenas a reação igual e sequencial de outro ser humano a seu pensamento, fala e ação, mas também a auto-reação igual e simultânea a seu pensamento, fala e ação. Portanto, quando você verdadeira e profundamente ama um ser humano, simultaneamente você derrama amor em si mesmo e, na sequência, outros seres humanos certamente irão retornar a você seu amor em relação a eles; já quando você odeia um ser humano, simultaneamente você derrama ódio em si mesmo e, na sequência, outros seres humanos certamente irão retornar a você seu ódio em relação a eles. Quando você ama outro ser humano, você ama a humanidade, incluindo você mesmo; quando você odeia outro ser humano, você odeia a humanidade, incluindo você mesmo.

Assim, quando e se você entender este princípio de justiça, você irá naturalmente começar a praticar o preceito da justiça, que declara:

- Pense sobre os outros da maneira como você gostaria que os outros pensassem sobre você;

- Fale sobre os outros da maneira como você gostaria que os outros falassem de você;

- Aja em relação aos outros da maneira como você gostaria que os outros agissem em relação a você".

Nos bastidores da vida, tudo o que desencadeamos entra em ação, buscando as ressonâncias e o tempo próprios para a inevitável colheita, da responsável ou irresponsável semeadura.