DOS NAVIOS NEGREIROS AOS NOSSOS DIAS:
 
Dos gritos dos porões da morte ecoa ainda as suplicas dos martirizados trazidos da mãe África pela força bruta dos tiranos brancos insensíveis a dor,
Homens iguais pelo sangue vermelho que percorre suas entranhas de seres vivos,
Algozes e vitimas velejam por mares de horrores,
A mãe negra e seu rebento esquálido já não choram mais,
Apenas treme de medo e de dor com o olhar perdido no infinito,
Uma terra esplendorosa espera estes filhos de além-mar,
Seus destinos traçados nos gabinetes dos poderosos da Europa venal e cruel,
Aqui chegados senhores emplumados os negociam nos mercados da vilania,
Pobres seres ditos humanos que vendem e traficam almas e corpos na insensível lida,
Não calar após séculos de injustiças é o que resta às consciências que sofrem juntas por tamanha crueldade difícil de esquecer,
Outros tempos vivemos,
Mas pouco mudou,
Apenas os métodos e as maneiras mudaram,
Outros povos continuam a serem escravizados e perseguidos,
As motivações,
Ganancia, egoísmo, ódio,
A força bruta em muitos casos foi substituída pela manipulação e alienação dirigida,
Mas o escravismo continua de outras formas,
Talvez a mão assassina do terror irracional que se espalha pelo mundo assustado,
Seja fruto de resgates de vidas ceifadas nos holocaustos perpetrados através de trágicos tempos,
Tende piedade senhor dos povos,
Que tua justiça seja feita um dia,
Que após os horrores,
Nasça um sol brilhante a emoldurar
A terra azul num ambiente de paz e concórdia,
Onde reine somente o amor entre todas as criaturas.
No dia da consciência Negra não poderia apenas falar em flores sem pensar nas dores,
A história da humanidade é repleta de injustiças e o esquecimento será sempre o caminho para as repetições das tragédias pessoais e coletivas.
Valmirolino. 
 
valmirolino
Enviado por valmirolino em 20/11/2015
Código do texto: T5455127
Classificação de conteúdo: seguro