O casal saiu de casa, para uma conversa nada fácil. Na parte debaixo do pequeno condomínio de três blocos, em tijolos aparente avermelhados. Uma espécie de pracinha com duas arvores bancos branco, muito agradável. Mas, decidiram sentar-se nos degraus, logo na entrada de frente para as grades cinzentas, mas com acabamento clássico, que permitia ver os carros que passavam na avenida em frente. Quem passava pela calçada, poderia achar que era uma cena bela, um casal conversando na noite de clima agradável, cercados pela segurança do seu lar. Impossível enxergar a turbulenta tempestade, que parecia estar a ponto de levar uma família ao pior momento de sua história.
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O tal casal, anos antes se embrenhou pela selva e trabalharam a fio por anos, juntou economias e trocaram a selva, por uma cidade arborizada, mas já com um amontoado de concreto, para que os filhos pudessem se adaptar e quem sabe então a família iria para uma cidade maior. Investiram em um comercio que prosperou, mas, quando tudo parecia estar bem uma crise econômica acarretou em um episódio que lhes tirou o chão. A principio reduziu-se os gastos, em seguida, alguns bens foram vendidos, mas no momento em que as poupanças foram bloqueadas e a desordem se instalou, o comércio fonte de sustento foi saqueado. Na calada da noite, bandidos abriram um buraco na parede e levaram tudo que podiam.
 
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A família amargou o prejuízo, e com a necessidade de pagar os fornecedores, vendeu o que restou para não entrar em dívidas, as crianças agora entravam para a escola pública, não havia mais como pagar o colégio caro. E uma pequena parte do estoque foi armazenada na dispensa de casa.  Não se sabia quanto tempo se passaria até conseguir um emprego, em tempos de crise, em um local desconhecido. Com princípios cristãos, a família ia a igreja pedir ajuda ao Pai-do-céu. E a igreja simples ajudou aquela família como podia. O restante da parentela também em crise se espremeu como pode para ajudar a superar o momento difícil. O pai e cabeça de casa, outrora o grande chefe em uma companhia multinacional, agora como ajudante de pintor de paredes, ensinava aos filhos, que todo trabalho é digno e se esforçava para trazer o sustento para casa.

Mas, toda esta história chegava ao auge dos ensinamentos, naquele momento, naquela conversa, na escadaria de entrada do prédio. E o diálogo que sucedeu foi algo assim:

_ Amor só tem um pacote de macarrão. Um daqueles que sobrou do estoque. Mas, só tem o pacote de macarrão. Não temos óleo, nem margarina, não tem cebola... Não tem nada. Não sei como vou cozinhar só o macarrão e servir para as crianças.
_ ...

Uma pausa talvez por um nó na garganta, ou pelo tempo de um pensamento de como solucionar essa equação, deixava um funesto silencio no ar. Mas, o silencio foi interrompido por uma mendiga, que chegou a beira da grade para pedir ajuda. A senhora, suja, e com duas crianças dizia:

-Vocês podem me dar uma ajuda, pelo amor de Deus. Estou com as crianças e não temos nem o que comer.

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O casal de alma solicita e que sempre ajudou, respondeu com tristeza que não tinha o que dar naquele momento. A pedinte, interfonou para alguns moradores sem sucesso. Quando já se retirava. O casal se entreolhou, uma faísca da essência do amor ao próximo que existia neles, os fez incendiar.

_Vamos dividir o pacote de macarrão com essa mulher... – disse o marido!
_ Amor, ela não deve ter óleo, nem nada com o que cozinhar o macarrão.
_ Nós também não temos...

Antes que ele terminasse a frase a esposa já interfonava, a filha mais velha ouviu o estranho pedido para que cortasse o pacote de macarrão ao meio e descesse depressa. A menina sem entender nada abriu o armário da dispensa, vazio, o pacote de macarrão de 1kg, embalagem de papel parecia imenso... Cortou o ao meio, colocou em uma sacola e desceu as pressas. 

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Os pais praticamente, lhe tomaram o pacote de macarrão da mão e saíram correndo em direção à avenida. A menina sem entender nada, ficou alguns momentos, desistiu de esperar e voltou para casa. O casal correu pela avenida e alcançou a pedinte, e lhe entregou o macarrão.
 
_Infelizmente, não podemos ajudar mais, mas é o que temos...

Ao entregarem a sacola com meio pacote de macarrão, a mulher agradeceu vibrante e antes de seguir o caminho, disse o clássico:

_Deus abençoe vocês!

Voltaram ao prédio. Subiram em silencio as escadas, após a euforia do momento pensavam como seria agora com meio pacote de macarrão ? Mas, de alma tranquila sentiam que apesar de parecer loucura, haviam feito o que era certo. 

Ao entrar em casa, a esposa andou de um lado para outro, tomou coragem encheu uma panela de
agua e ligou fogo. O marido parado diante da janela da sala olhou para o céu e em pensamento disse:
 
_ Deus, sei que tu não nos dá uma carga maior do que podemos aguentar... O que tu queres me ensinar, pois cheguei ao meu limite...
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Antes que terminasse a conversa em forma de oração, foi interrompido pelo barulho do interfone.  A esposa informou que um casal amigo, que estava a pouquíssimo tempo na mesma igreja, havia chegado. E todos podem pensar:

“Mas, que hora para chegar uma visita!”

No entanto, quando abriram a porta, o outro casal e seu filho, chegavam trazendo um carrinho cheio de compras. Receosos apressaram-se em explicar o que estava acontecendo e o amigo disse:
 
_ Desculpe a hora e vir sem avisar. Mas, fomos fazer compras hoje e somos só nós três e quando sai do mercado e olhei tudo que tinha comprado, tive a sensação que comprei coisas suficientes para duas famílias. Fiquei me perguntando:

“Meu Deus, porque compramos tudo isso? ”. 

E essa família veio a minha mente... 

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O amigo da família  complementou dizendo:

_Entendi que era para ajudar vocês e por isso estamos aqui...

Se as lágrimas ainda hoje rolam no rosto da filha mais velha do casal principal, da história – que é moça que agora vos escreve – imaginem as emoções naquele dia ... E as compras que nos foram doadas naquela noite foi apenas o começo da ajuda, desses queridos amigos, anjos colocados por Deus nessa terra para nos ajudar naquele momento. Com o carrinho de compras chegou também a notícia da indicação para uma entrevista de emprego. Emprego que sustentou nossa família nos 14 anos que se seguiram, nos levou por grandes cidades desse imenso e lindo país, e nos permitiu resgatar nossos sonhos. O casal hoje tem bem mais do que o comercio dos primeiros planos e segue trabalhando para conquistar novos horizontes.Toda fábula tem uma moral. Então segue a “moral da história” dessa fábula real:
 
 
Sempre devemos ajudar, mesmo quando nos parece que o que estamos fazendo é muito pouco! É plantando uma semente do bem que colhemos os frutos da árvore da vida!


E você já ajudou alguém essa semana?
Gizz Sousa
Enviado por Gizz Sousa em 05/06/2014
Código do texto: T4832938
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