Torre de Belém

 
O por do sol a adornava
e ela vaidosa realçava
seu estilo manuelino.
 A imponente guardiã do Tejo
no entardecer purpurino,
o turista encantava.
Sozinha,
 a espera da irmã,
que nunca foi construída
na outra margem despida
e que não chegou a ver o amanhã.
Mas a Torre se consola
com o Rio Tejo amigo
vindo de terra espanhola
num percurso bem antigo.
Águas que passam silenciosas
beijam as pedras, amorosas,
vendo na Torre um abrigo.
Bela torre manuelina
vê a água cristalina
para o Atlântico correr.
Parece quere dizer:
não te apresse
Tejo, Tajo,
é lá que tu vais morrer.

 
 






Este texto foi escrito em 2008, num entardecer em Lisboa. Saudades.