MENSAGEM DA ESTRADA

Todas as estradas têm os seus mistérios.

Enxergar as luzes dos caminhos, aquelas que gratuitamente brilham sobre o nosso indesvendável mistério , é um dom Divino do Espírito, aquele dom de sentir Deus unipresente, uniciente e unipotente, um Deus que conhece o mais profundo cerne da Sua criação, a ouvir todos os nossos mais íntimos silêncios.

Certa vez Nietzche escreveu "Deus está morto"e deu uma confusão danada, uma confusão de interpretação que dura até hoje.

A Igreja , sensu latu, não entendeu porque sempre convém ao domínio do entendimento entender o que melhor lhe convém a de certa forma impedir que o todo seja devidamente compreendido.

O entendimento alheio sempre foi perigoso...para qualquer tipo de poder, todavia, "matar deus" é matar a consciência inata do Sagrado que existe em todos nós.

Mas sempre que constato Deus cada vez mais vivo dentro de mim compreendo a certeza da filosofia de Nietzche: convém ao Homem, de certa forma bem figurativa e até hoje, matar Deus todos os dias para reinventá-lo ao bel prazer da sua conveniência.

O Filósofo, ao meu entendimento, estava certíssimo: figurou no seu pensamento a recriação mundana de tantos deuses espelhados e multiplicados até hoje no palco surreal da vida, deuses que nunca estão vivos nas escuzas intenções do Homem, deuses matéria, deuses que se compra com qualquer moeda.

Em nome de tantos deuses reiventados, hoje temos um indústria da fé espalhada pelo mundo inteiro, aonde se compra um deus que melhor combina com a convenência momentãnea de cada um de nós, no entanto, o Homem demonstra a cada dia que está cada vez mais sem conscientizar Deus vivo dentro de si.

Deus está a espera de renascer no coração de todo aquele que entender que é milagrosa e sagrada extensão da Sua criação, o sagrado indivisível que deveria ser espelhado nas nossas vidas num simples olhar ao entorno das nossas estradas sem norte...a cada holofote dum nascer de sol que fala conosco sobre um Deus cada vez mais bem pertinho de nós...esperando para Nele nos reviver numa grande redenção.