O BILHETE AMOROSO

Anjo amado! Construíste um bonito recado amoroso, pleno de doçura... Porém, acho que não tens consciência de que essa peça não é exemplar de Poesia, porque se trata de um discurso linear, direto, derramado, sem nenhuma codificação verbal. Sem a apresentação de metáforas, que é a rainha da linguagem figurada, caracterizadora da linguagem em sentido CONOTATIVO, não há como se falar em POESIA. Sem este recurso linguístico não ocorre o poema (este é a materialidade do gênero poético), e, sim o trivial bilhete amoroso ou a mensagem de amor. Todavia, há público pra toda a espécie de mensagem. Abordo este tema porque imagino que estejas pretendendo ser poeta, e, para chegar a esse patamar, é necessário construir o poema... E mais: que nele esteja presente a Poesia...

– Do livro PALAVRA & DIVERSIDADE, 2011.

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