Hoje a chuva me fez chorar, ela, que para mim é sempre sinônimo de alegria, festa...

Mas, olhando-a da janela vou deixando fluir o choro, a lágrima presa, o medo aprisionado...

Você não está aqui, não pode secar meu rosto, nem frear meu pranto...

Estou assustada, não gosto de ser acordada com más notícias (ninguém gosta).

Mesmo não sendo supersticiosa, quando estou com medo lembro-me das bobagens que me assustam, e hoje está chovendo...

Quando pequena ouvia os mais velhos dizendo que quando adoece alguém muito bom e chove, é porque o céu já sabe que esta pessoa vai morrer e chora sua partida...

Minha razão sabe que isso não pode ser verdade, mas como faço para fazer chegar esta informação ao meu assustado e inquieto coração?

Imploro a volta do sol... Quero a luz do dia... Quero o fim desta agonia... Mas o dia escurece um pouco mais...

Numa oração silenciosa peço aos céus que cuidem de minha irmã, que Deus abençoe sua vida e que tudo não passe de um grande susto...

Em minhas orações peço a Deus que me faça esquecer o que ouvi dela ao abraçar-me no dia de seu aniversário...

Que ela esteja errada! Deus vai tirá-la deste hospital Célia. Foi um susto, apenas um grande susto... Não há de ser nada sério. Os exames hão de trazer boas notícias. Eu preciso acreditar nisso!  Chove forte...




Ângela M Rodrigues O P Gurgel
Enviado por Ângela M Rodrigues O P Gurgel em 28/02/2009
Reeditado em 14/12/2009
Código do texto: T1461942
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