COMO ACONTECE A CURA

COMO ACONTECE A CURA

Para quem fez uma leitura lógica do que escreve o psicólogo Dr. Joseph Murphy, pode achar que há um meio seguro para a cura. Quem sabe se Murphy não daria jeito para a cura da COVID 19? Já que para ele, tudo está no subconsciente. Com seus exemplos pontuais, procura justificar a sua tese sobre o poder do subconsciente. Faz atribuições apontando causas que levam as pessoas a ficar doentes, bastando estar confirmando de que está muito mal, tão logo, ela estará em cada dia cada vez mais pior na sua saúde; enquanto aquela que está sempre confirmando que está tudo bem, alcançar a cura pelo subconsciente. Tanto em um caso como em outro, a sua mente subconsciente rega a semente plantada, fertilizando a esperança de cura que logo brotará, sendo a fé apenas um elemento a mais, favorecendo a cura - o “milagre”. Diz mais: “As curas milagrosas de ouve falar, ocorridas em vários santuários, são devidas à imaginação e a fé total. Todas as doenças têm origem na mente”. Ao mesmo tempo em que afirma que há um processo de cura pela fé, afirma que só há poder curador, isto é, a mente subconsciente. Antes de entrar no mérito deste equívoco sobre a cura de um modo geral, precisamos entender a natureza das enfermidades. Entender o porquê as pessoas desejam vencer as enfermidades tão logo elas se apresentam. Muito simples a resposta: todos nós queremos viver, isso é bom, demonstra a nossa gratidão por existir, valorizando e encontrando o sentido para a sua temporalidade. Geralmente quando uma pessoa fica enferma, sendo fragilizada em qualquer das suas funções, o apelo é suscitado pela fé em que há um Deus provedor da cura e dos milagres, ou seja, não tendo onde se agarrar, procura por um deus que foi deixado na gaveta, é somente abrir a gaveta e dizer: me ajude, estou mal. É como se fosse uma peça de uso para ser procurada apenas na sua necessidade – esta é apenas uma dentre tantas situações em que a pessoa na sua ignorância, acha que pode dar ordem a Deus como se fosse seu mordomo. Assim, tenho para mim que, a doença é um fator determinante para se fazer lembrado ao homem que, ele é um mortal, ao que me parece tão lógico na história das enfermidades, por exemplo: quando a peste negra matou um terço da população europeia, o mundo inteiro se afligiu, a ciência lutou ferozmente para encontrar a cura. Nessa época houve um período político chamado “absolutismo”, quando a influência dos senhores feudais passava para as mãos dos reis. Foi quebrada também a hegemonia da igreja, também sendo criticada por seus seguidores, gerando uma visão antropocêntrica em oposição ao teocentrismo. Voltava-se para o homem, como estando no centro das realizações do universo humano. O mundo experimentou pelos menos cinco pandemias mais importantes: A peste, Varíola, Cólera, Gripe Espanhola e Gripe Suína. Atualmente, experimentamos a COVID 19. Quando o homem se volta para si mesmo como sendo o autor de todas as coisas e deixa o Criador do lado de fora, vem as doenças, as catástrofes como sinal de que o Senhorio sobre todas as coisas vem do Criador. Em consequência desse distanciamento, vem a lembrança, ou punição pelo que se chama pecado, ou seja, querer ser independente de Deus. Tão lógico, me parece, quando uma terrível doença é vencida, outra começa – quero dizer que sempre estaremos sendo lembrados que somos meros mortais e que, o controle está nas daquele que nos criou. De onde vem a cura? Não é verdade que a todo momento surge um “sábio” para determinar a “cura”, o “milagre”. A questão é: como se opera a cura? Por princípio, a Bíblia nos ensina que a fé “é a certeza daquilo que esperamos e a prova das coisas que não vemos.” A fé se opera numa entrega daquilo que se espera, a Deus o Todo Poderoso. Logo, quando faço essa entrega, o faço pela fé – está entregue o meu pedido. Quando vem a resposta, vem a prova daquilo que eu esperava e assim, recebida a benção, damos glórias a Deus. E quando a resposta não vem? Pela mesma atitude de fé, o crente continuará aguardando uma resposta, pois que não é o crente quem determina a resposta, ela virá sempre dentro da vontade de Deus, o que também é um ato de fé. Posso assim afirmar que a tese do subconsciente como operador da cura, tal como diz Murphy, não passa de uma prevalência a pretexto de “autoajuda”. Bem verdade que, a psicologia pode ajudar a pessoa a entender o problema, propiciar uma nova perspectiva para o assunto e evitar que ele comprometa a sua qualidade de, por meio da terapia adequada. Os problemas da mente, podem acontecer por qualquer situação que cause transtornos mentais, que são trabalhados de acordo com a classificação dos tipos relacionados à ansiedade. Quando se fala em ajuda, qualquer ajuda é bem-vinda, mas quando a coisa é mais específica, cada um na sua área deve ser respeitado. Problemas de distúrbios mentais, certamente que deverá ser tratado por um psicólogo ou psiquiatra; problemas da saúde do corpo, quem deve cuidar é o médico – cada um na sua especialização; problemas espirituais devem ser tratados por um ministro religioso conhecido e com qualidades de formação, vida e testemunho espirituais (diferente dos demais vocacionados, uma vez que não há, necessariamente uma classe que imponha regras e punições por qualquer desvio – charlatões, existem aos montes. Mesmo em outras áreas das demais profissões, sempre haverá um enganador). Quando a Bíblia afirma que: “maldito é o homem que confia no homem”, ela está dizendo acerca da salvação, ou seja, de alguém depositar a sua fé naquele homem, naquela igreja. Assim, se alguém quer ser honesto, dará a sua ajuda no que for capaz. Aconselhador e aconselhado precisam estar crendo que Deus pode usar de seus dons pessoais em detrimento do auxílio ao próximo – Deus gosta da gente, de verdade! Nisso, opera o poder de Deus que cura, resgata e salva qualquer pecador que se disponha a crer. Logo, ninguém pode se ufanar da vitória da cura, mas apenas dar glórias àquele que pode curar – o Senhor da vida. Se alguém diz:” venha à minha igreja que você será curado” - isso não é verdade; se alguém diz que vai te benzer, fuja dele, pois é um enganador; se alguém diz que vai ler a sua sorte, não faça isso. Do mesmo modo em que alguém ofereça favores do que não tem, se informe – isso vale para qualquer situação frente a sua necessidade pessoal. A Bíblia diz que “a oração dos justos muito pode em seus efeitos”. Sendo assim, podemos orar juntos e contar para Deus por que desejaríamos a cura de um amigo, e que razões teríamos para isso. Milagres também existem! Mas o que testifica, ou justifica o milagre? A resposta certa é: para que a glória de Deus se manifeste. No milagre, dê glorias a Deus, Ele é o único que é capaz de curar, restaurar e salvar. No entanto, quando alguém se dispõe a crer contando com a ajudada e boa intensão de pessoas fiéis a Deus, a cura acontece – por vontade única de Deus. Deste modo, não justifica dizer que a cura vem de um processo do “subconsciente”.

20\05\2021