Preencha-se de gratidão.

Há menos de um mês atrás você reclamava por não ter tempo, reclamava porque não tinha ido em uma grande viagem, porque o namoro esfriou ou porque no casamento não havia companheirismo, reclamava de sua rotina sufocante com os filhos, do não reconhecimento do seu trabalho, da faculdade que te cobrava tanto, dos seus pais que lhe protegiam demais ou até que necessitava de sua maior produtividade no colégio e nos afazeres de casa, reclamava por não estarem rodeados de amigos, reclamava de estarem ansiosos com tanto o que fazer, reclamavam de não conseguirem se alimentar de forma saudável ou só fugiam do exercício físico, reclamava de não conseguir terminar de ler aquele livro inspirador, reclamava do aumento ou promoção profissional não ter saído, do crush não ter te respondido, de alguém que te decepcionou, da compra que você não fez porque não tinha dinheiro, iiiiii vou parar de dar exemplos de tantas coisas que tiraram seu sossego.

Veio a realidade de um vírus e você entendeu que sua vida não era tão ruim quanto pensava e sua maior reclamação é que poderia ter visitado os seus amigos, poderia ter aproveitado mais seus avós, poderia abraçar sem medo ou espirrar sem receber um olhar torto, e mesmo assim ainda reclama e reclama... do tédio que o isolamento te trás, do valor que você não deu aquelas pequenas coisas de sempre e não se engane, não continua vendo essas pequenas coisas como motivos sólidos de agradecimento.

Aproveite o silêncio! Esse é o momento de refletir sobre suas reclamações! É o momento de entender que os dias ruins tem sua identidade e beleza e que o valor de responder a pergunta: “bora? Bora!” está em viver os programas de índios, de sujar a roupa ao sentar-se no chão, de ajudar um amigo, de abraçar seu avô ranzinza, de entender as imperfeições dos seus cônjuges e ajuda-los em suas limitações, de agradecer poder ter tempo de estar com seus filhos “custosos” sim, quem disse que não? É o momento de agradecerem poder estar protegidos, de acrescer a dimensão do outro dentro de ti.

É o momento de planejar o que você quer ser, o que precisará fazer pra que isso aconteça, de se responsabilizar de forma saudável, de entender que você irá se chatear de vez em quando, que irá se estressar hora ou outra, mas que ao chegar no seu lar suas frustrações ficaram na rol de entrada.

É o momento de entender que a cobrança é um sinal de que você é capaz, de sentir saudade daquela casa de oração que você achava entendiante ir todo fim de semana, mas que suas saudades sejam saudáveis, que façam cocegas e aqueçam teu coração. Este é o momento de alimentar suas saudades saudáveis de lugares que você não foi porque estava arrumando sua casa, de pessoas que você não tinha tempo para ver e também é o momento de escolher não estar perto de quem não provoque sentimentos de gratidão? Porque não?! É o momento de você ver a beleza no imperfeito, de lembrar que a vida é imperfeita e por isso tão bela, tão única!

Isolado não é a palavra certa, talvez seria a palavra "conexão" com nossas necessidades sem que sejamos cegos pela vaidade de que as situações sejam conforme nosso querer, em nosso tempo. Aprendendo a respeitar como você florescerá no lugar que Deus te plantar, mesmo que o solo seja infértil. Estamos juntos hoje, porém separados pelo menos há 1,5m de distancia e basta-nos! BASTA-NOS o HOJE! Esse é o presente... agradeçamos por Ele!

25/03/20

Keith Danila
Enviado por Keith Danila em 26/03/2020
Reeditado em 26/03/2020
Código do texto: T6897870
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