A ilusória perfeição.

Às vezes reflito sobre a questão da perfeição que postamos nas mídias sociais e tentamos mostrar no nosso cotidiano: A mãe que não cansa, a dona de casa que nunca queima o arroz, o pai de família que não atrasa suas contas. É tanta gente perfeita que a maioria faz uso de medicamentos pra dormir, mas isso ninguém precisa saber! Afinal daria cabo daquela foto perfeita postada recentemente. Será que é daí que surge a inveja de algo que o outro lutou tanto pra conquistar? Mas ninguém sabe das lutas e noites em claro, sacrifícios que foram realizados pra alcançar os sonhos. Mas isso também ninguém precisa saber! Confessar os fracassos talvez tornaria comum demais a vida! Na visão da sociedade moderna ser comum é brega, tá fora de moda. É melhor mascarar! Mas pra quem afinal? Se temos que conviver com alguém que sabe tudo de nós e esse alguém não perdoa nossas fraquezas, nos faz refletir a todo momento sobre nossas máscaras e fantasias criadas no vazio de uma existência sem sentido e sem propósito de vida. E se resgatassemos o comum, o verdadeiro, o real, o simples! Não seríamos admirados e imitados? Ser de verdade poderia doer, mas seria uma jornada fascinante! A descoberta de que o que importa é ser autêntico: seja na dor, seja no riso, com recursos ou na escassez. Recuperar a essência é tudo o que precisamos no momento.