FAMILIA TAMBÉM SOFRE

FAMÍLIA TAMBÉM SOFRE

“Meus problemas vão acabar. Vou investir minha vida, constituir uma família e ser meu próprio senhor. Vou ficar só mandando nas minhas horas e dias, colocar os pés sobre a poltrona, esticar minhas horas de sono e ser dono do meu próprio tempo”. Se esse é o motivo que leva você a sonhar com a constituição de uma família, é melhor não jogar fora sua vida. Mesmo quem tem uma vida de solteirão pode levar uma vida de causar inveja a muitos casados.

Dúvida? Pergunte ao primeiro casado o que ele pensava quando largou a sua vida de solteiro em plena juventude. Bruno e sua esposa Lourdes, fazendeiro e filha de fazendeiro, tinham como meta constituírem-se em família. Eles queriam duas coisas: 1)Ter a sua própria família 2)Serem muito felizes. Viver sem muito barulho e sem horário e muito tempo livre.

O primeiro objetivo do casal foi atingido. Há alguns anos, eles permanecem casados numa cidade tranquila do interior. O segundo objetivo... Bem, a realidade é muito diferente do esperado. Nos primeiros anos o silencio da casa incomodava, mas não queriam ter filhos, diz Bruno. Faz tempo que eles guardam o mesmo silêncio, e às vezes pensando em até mesmo adotar um filho, falta-lhes coragem, agora parece ser muito tarde para dar tempo para criar filhos.

Ficar noite á dentro cuidando das cólicas de uma criancinha sem ter em como resolver, e mesmo ter que sair ás madrugadas procurar um médico, e por não saber, por uma simples dor de barriga. Ter que ficar acordado até passar aquele sintoma e enquanto se espera dias se passam, meses e anos esperando que o filho cresça e aprenda a como defender-se sozinho de suas aflições. Coordenar o horário de trabalho com as necessidades de casa. Antes de ir para o trabalho ter que passar na Escola para deixar o filho, e estar sempre atento para não se atrasar no horário de apanhá-lo de volta para casa. Tudo isso, deixando longe a rotina de uma vida aparentemente sossegada e feliz. “Ter uma família requer bastante dedicação”, diz Lourdes. Você não pode deixar faltar nada e tem que dividir tempo com o filho, o amigo do filho, com as datas especiais, com as sociais, etc. Não sendo apenas dois, mas três, quatro, dependendo do tamanho da família proposta.

Se você pensa em constituir uma família, saiba que a sua vida vai ficar muito parecida com essa realidade da reflexão de Bruno e Lourdes. É verdade que eles pensaram muito tempo para chegar ao momento do casamento, talvez optando por não ter filho em relação ás suas idades e do tempo que levariam para verem formados seus filhos. Não os tiveram, mas se os tivessem certamente que era tudo isso quanto refletiram e muito mais ainda. Ficar deixando o tempo passar com medo de constituir a sua família não dá certo. Quando se quer casar, o nome do jogo é ter muita obediência a Deus, e muita disposição para amar.

Constituir uma família não é como ter uma empregada para dar roupa passada e comidinha quentinha a toda hora que desejar, e tantas outras fantasias. Você tem que ter dedicação inteiramente voltada para a sua família.

Um dos primeiros requisitos dos candidatos é ter afinidade em lidar com uma pessoa especial. A pessoa tem que gostar daquilo que pretende fazer quando sabe que vai dividir. Tudo o que é, e que vier a ser, tudo o que tem e que vier a ter, tudo o que sabe e o que vier, a saber, tudo o que crê e que vier a crer, tudo o que espera e tiver que esperar tudo o que faz e vier a fazer, tudo o que pensa e vier a pensar. TUDO! Ele vai ter que dar satisfação a sua família quando sai e quando chega. Se você detesta ter que explicar isso á sua esposa, saiba que por mais que ela demore em começar a perguntar, um dia ela vai começar e não vai parar mais. A disciplina e confiança também são essenciais. Casados têm que seguir regras, muitas regras, como se o pai e a mãe ainda estivessem por perto olhando por cima do ombro. Os casamentos duradouros podem definir desde os horários de trabalho aos momentos de trocar as fraudas em todo o tempo. Não há muito espaço para achar que vai ficar sozinho “sossegado”.

Os casados também têm que ser pacientes, porque a felicidade vem de momentos que ás vezes parece demorar tanto. É de fé em fé. É um pedacinho em cada dia. Um dia de cada vez. Aqueles dias bem especiais e cheios de emoção via de regra demoram um pouco mais. É preciso ter paciência em conquistar cada degrau do sucesso, do progresso. Não é um ato contínuo, é de cada conquista, o que, aliás, denota que antes vêm as lutas, e são elas que dão o sabor de cada momento vitorioso. Os jovens de hoje são muito imediatistas. Quem quiser constituir uma família deve saber que vai trabalhar duro por muito tempo para ver escrita a sua história de sucesso como homem, ou como mulher. Tem mais. Além de dedicação, disciplina e paciência, é preciso muita fé.

Se, se tivesse contentado em ter sido apenas “o filho do famoso senhor fulano de tal... respeitado e admirado por sua história”, teria permanecido onde estava, e no mínimo se candidatando a serem mais tarde, “titios ou titias” (o que poderia até ser interessante). Todavia, cada um de nós gostaria de escrever a sua própria história de vida. Vale até afirmar que o maior drama de Lourdes de Bruno é não ter sequer para quem deixar sua herança, e pior ainda, seus nomes logo estarão esquecidos, não haverá memória. Não haverá aqueles que deles se lembrem, suas árvores genealógicas terão sido secadas.

Assim, o aparente pessimismo para se constituir uma família, começa a dar origem aos valores reais para aqueles que dela se dispõe a doar suas vidas dentro de um propósito que a muito transcende á capacidade de pensar – da razão simples e pura. Se a disponibilidade é a de formar uma família, o ideal é ter uma reserva que dê suporte aos primeiros anos de adaptação. Esta reserva se constitui em não arriscar tudo, não dar todas as flores de uma só vez. É não ser meloso demais no princípio e depois deixar faltar açúcar. É não querer segurar demais certas decisões e coisas, mas dando tempo para que elas se ajustem – tais como a saudade da comida da mamãe, ou das mesadas do papai.

Boa parte dos casais não alcança suporte necessário para manterem seus casamentos. Atualmente este receio tem deixado grande parte das pessoas de fora de um casamento formal – preferem “ficar”. E com isso, a instituição da família sofre grande desgaste, e uma vez desgastada a família, há também a desagregação da sociedade como um todo, e o individualismo toma conta de tudo, deixando as pessoas ilhadas em si mesmas, muitas chegando até mesmo ao exagero do suicídio.

PS FLORENCIO
Enviado por PS FLORENCIO em 31/07/2017
Código do texto: T6070302
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