Passado no campo

Seguia mansamente na trilha florestal

Recebendo a nata proteção das gigantescas

Árvores com as altas copas

Pondo os atentos ouvidos à escutar

A belíssima e sinfonia que ecoava pelos

Pulmões dóceis dos rouxinóis

Quando não percebendo

Estavam a poucas centenas de metros

De uma abandonada cabana

Porém bastante bem conservada a vista

Num topo de pequena elevação

Nesse instante meu corpo paralisou

Possuído de estrondosa emoção

Que suficiente paralisou as pernas

Tal sensação fortíssima provocou

A florescer a imaginação antes embotada

Renascendo felizes memórias no campo

Vinda da infância qual nunca retornara

Neste passado tão alegre

Lembro-me quando a anos atrás

Visitava a casa da minha avó já criança

Passando o tempo brincando

Com os meus primos

Jogando o simples futebol

No campo abarrotado ao lado da residência

Na abundante grama esverdeada

Outrora vezes seguia

Ao límpido rio

Apenas para mergulhar

E nada sem temor nas refrescantes águas

Sentido na pele toda a suavidade

Já detrás do domicilio rústico e vistoso

O cata-vento girava as hélices de ferro

Numa sincronia agradável

Sob as palavras inaudíveis dos ventos

Ah lindeza geniosa

Na cozinha saboreava junto

Aos meus companheiros de infância

As vezes no café da manhã servido

Na mesa coberta de tecido a lã

Deliciosos receitas de bolos

Contendo aromas agradáveis

A tanto o paladar quanto a olfato

As vezes havia dias a tarde

Tortas recheadas a bananas

Ou preciosos mirtilos

Saboreamos com imenso apetite

Devido ao gosto tão envolvente

Durante as férias

Quando desejava permanecer sozinho

Ia em direção a árvore pimenteira

Sentando debaixo do rochedo

Servindo a mim como cadeira pétrea

Para eu ler confortavelmente o bom livro

Graças a abundante sombra

Tempo saudoso

Qual jamais retornara

Apenas lembro e relembro

A noite no quarto

Ouvir o soar das raposas e lobos

Ecoando as diferentes vozes

Gerando leve apreensão ao meu pequeno coração

Ah, passado que nunca serás presente

Sempre estarás mantido

Na minha afetiva memória

Qual me fez ser o fidelíssimo

Amigo da graciosa natureza

M N Salomão
Enviado por M N Salomão em 18/12/2023
Reeditado em 09/01/2024
Código do texto: T7956840
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