Contrapasso

Hoje eu perdi minha fé

Ontem Deus era tudo

Meu berro assusta a ralé

Às vezes, melhor ficar mudo

Caio, mas me ponho em pé

Por instantes eu me iludo

**Me arrisco enquanto puder**

Eu sou meu próprio absurdo

A vida, neste contrapasso

Me pune pelo que eu faço

Com um rigor exagerado

Não sei se é pelo meu pecado

Fico pasmo com a reação

Pautada apenas pela emoção

De todos os castigos postos

Qual me cobra mais impostos?

Então, Vida, então?

Você me ama ou não?

Me trata assim tão petulante

A morte é minha grande amante

Então vida então?

Por que me esconde a sua mão?

Vence a morte, que permeia

O amor, com a idade, escasseia?

Harlen Ribeiro e João Ernanes
Enviado por Harlen Ribeiro em 12/12/2022
Código do texto: T7670472
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