ANDARILHO
ANDARILHO
Enquanto o sol brilhava, o clima era mais frio.
Nas madrugadas, cantava para o amanhecer.
Cujo verso, prosado, rimado, tempo ia prover.
Hora que o fato esquece e aparece o arrepio.
Mesmo sabendo que um dia acontece de tudo.
Faz parte da vida viver a certeza de apodrecer.
Onde o galho se rebaixa, tanto fruto, conteúdo.
Cobras se escondem, camufladas, pra morder.
Mirar lá longe e apertando por toque a buzina.
Cada passo algo revelador dobrando esquina
Um andarilho seguindo, pedindo próprio trilho.
Passarinho sumindo, fazenda, por faltar milho.
O abstrato vira concreto, sem tirar parte da cor.
Acreditando que o futuro não demora, é agora.
Se fez põe pra fora, não discuta, chora, demora.
Pois nada mais importa quando se perde na dor.