VOLTANDO PRA MINHA TERRINHA

Pois não é que estou morrendo de medo,

de ver que o melhor é me esconder.

Indubitável, invariável, certamente.

O bicho pega e não há mais o que fazer.

Tamanha gana de barriga vazia.

Queixa de um todo, que transforma, transmuta o ser,

em mercenário atrás de covardia

ou num vilão que não tem nada a perder.

Que se esquece do respeito, do moral,

e faz cadáver achando isso normal.

Assim está aquela cidade,

onde se quebra lâmpada para camuflar.

Eu tô voltando pra minha terrinha,

aonde não tem luz pra quebrar.

Saio na rua ninguém fala comigo,

Procuro a porta da chave esperança.

Inevitável, incontrolável, lentamente,

tem se fumaça apagando a lembrança.

Por onde passo só vejo agonia.

A solidão, na multidão, transpira, transborda no ser.

O psicótico da loteria, ou o maníaco viciado em tv.

Que não procura no seu divino semblante.

Comum convívio com seu semelhante.

Assim está aquela cidade....