ALÉM dos CONFINS

Mamãe não entre

mamãe na veja

meu revólver

tão quente

arrasta no chão

não crescem flores

aonde me bate a sombra

longe

outro igual a mim

pactua a morte alheia

o tempo se desfaz em areia

soprando além dos confins

Mamãe não entre

mamãe não veja

minha pistola

atira as flores

do meu velório

fui otário?

cão de guarda dos senhores

do mundo?

ninguém suja de sangue os dedos

n'alça do meu caixão

ninguém cola no meu peito

a estrela maior do céu

não existe quem se lembre

d'algum feito

meu

Mamãe não entre

mamãe não veja

a peleja

é viver