NA BOCA DA NOITE

Boca da noite é lusco-fusco,

Hora incerta e eu me ofusco

Não vejo bem, chego de brusco

E não acho o que eu busco.

Não tá claro, nem tá escuro

Dou de cara com o muro

Não tá escuro, não tá claro

O que me vale é meu faro.

Boca da noite, me desgoverno

Seja outono ou faça inverno

Me valei meu Pai Eterno

Parece a boca do inferno.

Não tá escuro, não tá claro

O ingresso é muito caro

Não tá claro, não tá escuro

O que vai ser do meu futuro?

Boca da noite, hora ruim

Vocês podem ir sem mim

Tinha que ser difícil assim?

Será que é herança de Caim?

Tá claro mas tá escuro

Eu me sinto inseguro

Tá escuro mas tá claro

Tenho que botar reparo.

Olha a boquinha da noite

Ela quer que eu me afoite

Fica pior à meia-noite

Eu não vim para pernoite.

Silva Edimar
Enviado por Silva Edimar em 07/10/2015
Reeditado em 07/10/2015
Código do texto: T5407101
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