Vítimas amedrontadas

Olhos vermelhos, arregalados

De onde inocência e paz foram retirados

Refletem a face do agressor sorridente

Livre enquanto ela foi presa para sempre

Algemada, torturada, julgada e acusada

Por ser vítima do próprio nascimento

É tamanha a desonra que não há palavra

Pra descrever tanto sofrimento

Espíritos lamentam em suas dimensões

Relembram suas vidas nos grilhões

E as lembranças da terra, sempre desprazeres

Se mesclam com a dor de terem sido mulheres

Corpos feridos e maculados

Contra suas vontades foram violados

E agora têm a ordem de aguentar caladas

À dor da violência têm que estar acostumadas

Suas lágrimas são injustas porque aqui não há justiça

E com os olhos abaixados, cobertos com véus choram por um mundo mais humanista.

Espíritos lamentam em suas dimensões

Relembram suas vidas nos grilhões

E as lembranças da terra, sempre desprazeres

Se mesclam com a dor de terem sido mulheres