Nossa lástima

Todos querem saber

Por onde andam os meus passos,

E é por isso que às vezes

Eu nem olho aonde piso.

Todos querem entender

Do que são feitos os meus laços,

E é por isso que eu nunca

Deixo as pontas ao risco.

Mesmo assim é bem melhor

Suportar e não fugir,

Dessa tal impertinência

Que persiste em nos seguir.

Pois nas preces em que eu peço

A um relógio inconsciência,

Eu me sinto acomodado e

Não sei nem que horas são.

|O mistério da tua mágica,

|E o fracasso no seu número.

|O sentido de nossa lástima

|Que vem voando na contra-mão,

|Estão nas grandes avenidas

|Também na rota dos camelos

|Em colisão as paralelas

|Embaraçadas como o cabelo.

Sou o rei apresentável,

Que a corte não conheceu,

Eu sou um forte soberano

Na humildade de um plebeu.

Tão infiel comigo mesmo

Quando a vida me traia,

Vendo lerdo à partida

De quem não me conhecia.

|O mistério da tua mágica,

|E o fracasso no seu número.

|O sentido de nossa lástima

|Que vem voando na contra-mão,

|Estão nas grandes avenidas

|Também na rota dos camelos

|Em colisão as paralelas.

|No embaraço, fios de cabelo.