Harry Potter - FanFic - Capítulo 04

HARRY POTTER E OS PESADELOS DO PASSADO

CAPÍTULO 04

Em direção aos elevadores, os três encontraram a excursão de Hogwarts mais uma vez, guiada por Neville, a fila de alunos seguia em fila indiana pelo meio do corredor e terminava em Minerva McGonagall. Quando Harry passou ao lado de Neville, com olhar indagador, ele confessou que Hagrid ficara no átrio, pois elevadores lhe davam enjoos.

Harry estava ansioso para saber o que Quim queria com eles, mas tinha a impressão de que o ministro não conversaria, a não ser em uma sala fechada. Quando as portas do elevador se abriram, três bruxos saíram, deixando o elevador vazio.

– Ministro, Potter, Weasley. – Cumprimentaram.

Harry sorriu. Nos tempos de Hogwarts, Rony teria sido completamente ignorado e todas as atenções convergiriam para Harry. Mas o tempo passara e, assim como Harry, Hermione e, inclusive, Neville, Rony era um herói no mundo bruxo.

Harry ficou confuso quando Quim apertou o botão de Nível 9 no elevador. Aquele era o andar do Departamento de Mistérios.

– Ah... Ministro, não estávamos indo para o seu escritório? – Perguntou.

Quim se virou para ele no momento em que as portas se fecharam e o elevador começou a descer, trepidando horrivelmente.

– Não, Harry. Você acha mesmo que eu fui pessoalmente chama-los por causa de uma carta? – Perguntou, balançando a carta na frente de Harry.

Harry sorriu.

– Nem por um momento, Ministro. A propósito, Adams e Wright são muito curiosos, não é mesmo, Rony?

– Muito. Os dois são excelentes profissionais, mas se o senhor dissesse que estamos com problemas no departamento de Mistérios, em duas horas isso aqui estaria um caos. – Rony apanhou a carta do ministro e começou a desdobra-la. Deu uma risadinha ao ler o conteúdo. – Parece que um probleminha com fadas mordentes no Beco Diagonal, aposto que foi o Jorge. Isso nem deveria ter sido encaminhado para a seção dos Aurores.

Mais uma vez Rony amassou a carta, desta vez a botou no bolso.

No nível 6 – Departamento de transportes mágicos, o elevador parou e Percy Weasley entrou, os óculos um pouco tortos no rosto e uma grande braçada de papeis nas mãos.

– Percy! – Exclamou Rony. – O que faz aqui em baixo?

– Ah, olá, Rony, será que você pode me dar uma mãozinha aqui?

Rony apanhou a papelada e Percy ajeitou os óculos, então observou melhor em volta e viu que o Ministro da magia estava ali. Ele fez uma pequena reverencia, tinha grande apreço pelas regras, embora nos últimos anos tenha relaxado um pouco. Quando começara a trabalhar no Ministério, ver o ministro da magia em pessoa lhe faria se curvar até que seu nariz tocasse o chão. Ele cumprimentou Harry e aceitou a papelada que Rony lhe estendia.

– Tivemos um pequeno probleminha com uma chave de Portal – falou, respondendo à pergunta de Rony. – Dois trouxas encontraram uma, por acidente, em Bibury, os coitados foram parar na Bulgária, mas já ajeitamos tudo. – Seu tom de voz orgulhoso mais uma vez fez Harry lembrar do adolescente Percy. – A proposito Ministro, o Ministro da Austrália vem visita-lo amanhã, bem cedo, segundo ele.

Quim revirou os olhos. O elevador voltou a descer.

– Espero que ele não queira conversar sobre pranchas de surf encantadas mais uma vez. Já cansei de lhe dizer, através de cartas, que nosso esporte é o quadribol e que sua ideia de implantar o surf aqui jamais daria certo, mas ele me escuta?

No nível 8, átrio, o elevador parou mais uma vez, e Hermione entrou.

– Olá, Percy! Ministro! – cumprimentou ela.

– Olá, Hermione, como vai? – Percy ajeitou melhor sua papelada e saiu do elevador. – É aqui que eu fico.

Hermione olhou atentamente para Harry, Rony e o Ministro, então olhou para o indicador de andares e viu que eles estavam descendo.

– Ah, vocês estão descendo? Continuem, eu pego o próximo.

Mas quando ela se virou, Quim a chamou.

–Sra. Granger. Eu ia mesmo mandar chama-la, será que você poderia nos acompanhar?

Embora ainda estivesse um pouco chateada com Rony e Harry, Hermione entrou no elevador, que fechou as portas e desceu até o nível 9, Departamento de Mistérios, sem encontrar mais interrupções.

Quim os guiou pelos corredores escuros, sem janelas ou portas, exceto uma, aquela lisa, preta, no finzinho do corredor. Harry sentiu um frio na barriga ao raciocinar que, pela primeira vez, estava voltando ao local da morte de Sirius. Lágrimas queimara seus olhos. Hermione agarrou sua mão.

– Está tudo bem, Harry. Estamos aqui com você.

Harry apertou sua mão e seguiu caminho, após hesitar alguns segundos. Quim abriu a porta e os quatro entraram na sala circular com as doze portas fechadas.

– Weasley, feche a porta, por favor – pediu Quim.

No momento em que Rony bateu a porta, a sala deu um tranco, como se correntes e engrenagens se encaixassem, e começou a girar. As luzes das velas ficaram gravadas na retina dos quatro, até que, com um novo ribombar alto, a sala parou.

– Certo – disse Harry – e agora Ministro?

Harry lembrava-se claramente da primeira vez que entrava ali, mais claramente agora do que nunca, lembranças jorravam em sua mente, nenhuma delas, boa. Uma dessas lembranças era que, uma vez que a sala girava, era muito difícil encontrar a porta que se procura.

– Harry, na última vez que veio aqui, além de ter apenas quinze anos, você não estava com o Ministro da Magia – ele se aproximou de uma das portas. – Os inomináveis tem um jeito de saber como ir a cada canto desse lugar. Além disso, esta sala em especial está sendo vigiada a mais de dezenove anos, para ser mais exato, desde que vocês e seus amigos invadiram o ministério, no seu quinto ano. Tive que aprender a chegar até ela nesse tempo, não acham?

Ele abriu a porta.

Era como voltar ao passado. Os quatro saíram em uma sala intensamente iluminada, com relógios em todas as superfícies, de todos os tipos e tamanhos, pendurados nas paredes, ou expostos sobre estantes e escrivaninhas. O tique-taque incessante enchia o ambiente. Em um vidro de cristal em forma de sino, em uma extremidade da sala, um ovo flutuava no que parecia ser luz. Do ovo emergia um beija-flor, que se impulsionava para o alto, caia, e voltava a ser ovo, infinitamente. Harry sabia que aquilo acontecia a muito mais do que dezenove anos.

No canto da sala, um fenômeno estranho acontecia: Um armário de portas de vidro na parede, cheio de ampulhetas, caia no chão, se abria, espalhava seu conteúdo e se despedaçava, em seguida se restaurava e o ciclo recomeçava.

Harry entendeu por que Quim dissera que aquela sala era observada atentamente há dezenove anos. Foram Harry, Neville e Hermione que quebraram aquele armário, lutando contra comensais da morte. Lembrava-se claramente de Hermione falar, ainda em Hogwarts, que mexer com o tempo era muito, muito perigoso. Bem, eles haviam mexido com o tempo. Eles mexiam com o tempo há dezenove anos, embora não soubessem disso.

E, aparentemente, o tempo viera cobrar os últimos dezenove anos.