E É DE TANTO AMAR QUE EU NÃO AMO NINGUÉM

É amando amor e recebendo o antônimo que aprendi que somente a mim, o meu amor pertence. E mesmo que seja simpático, belo e arrumado, seu amor não me convence.

Porque, meu e para mim quero sempre o melhor e de metades não se sobrevive, e, viver faltando pedaços é um porre porque metade de mim eu não dou, não recebo e nem troco. Metade nunca serve de inteiro pra quem sempre está acostumado com o perfeito sem defeito.

E é de receber metades de quem não tem nada que aprendi a dar amor a mim mesma! Porque, até que se meu peito caia ou minha bunda desça, eu ainda tenho uma cabeça, e ela diz que somente o meu amor, me será completo! até nos dias mais vazios, viver num inteiro é muito melhor.

Nem adianta chegar no manso e devagar, pois sei que nem meio instante depois, o vazio se abre, o assunto acaba e o meu interesse vai pra vala junto com você.

Aprendi a ser -80 ou 80, nem 8 eu tolero mais. Se não for pra vir com tudo, trazendo tudo que tem, pode até voltar para trás! Por que de metade pra metade, prefiro ser uma só.

Se não for pra vir e fazer marca nem chegue perto, pois erros eu até tolero mas não tolero estagnatismo vitalício.

E, amando a mim mesma aprendi que o amor não se dá, amor se pega carona; de hora em hora vai passando amor e a gente junta até chegar no destino. Às vezes o destino é só meia hora e 30 contos de reis, mas isso não impede que mais amores de milênios não sirvam como carona também. Restos de você eu não quero! Não se chama uma visita pra sua casa e oferece o seu resto do prato de ontem, pois que se faça um novo prato, porque eu mereço de tudo o melhor. Metade de mim é amor e a outra metade eu juro que é também, mas descobri que meu amor é egoísta e não oferece carona pra ninguém.

Viana Karl
Enviado por Viana Karl em 30/05/2016
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