Fan Fic Percy Jackson >> Decisões. (Capítulo 6)

É assim:esse capítulo começa razoável,mas ao final é PODRE. Sem brinks. Então,podem pular ele direto e ir pra o capítulo 7.Aqui não tem revelações importantes,enfim,nada que valha a pena ler :/ Foi crise inspiracional aqui,é.Brincadeira.Leiam,mas tenha o cuidado de ter um balde para vômito por perto :D

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Capítulo 6 : O Misturador Hipnossônico.

Ficamos os três nos encarando,com uma cara meio abestalhada. Realmente,era mesmo estranho ela não ter notado uma aranha com tamanho milhares de vezes acima do padrão normal.Esse é o tipo de coisa que até uma pessoa como eu notaria.

-Sem nóia,gente.Acho que eu tava ocupada demais decidindo se ria ou se chorava da reação do povo.

-Provavelmente os filhos de Ares estão se sentindo vingados.Se o que eles queriam era fazer bagunça,conseguiram com todo o louvor.

-Eu não sei vocês,mas tô indo pra cama – não sei se de propósito,mas Kay bocejou – Sinto que a situação aqui não vai ficar com um clima dos melhores,principalmente quando conseguirem colocar um mínimo de ordem nesse escarcéu.

-Se algum dia conseguirem fazer isso,você esqueceu de acrescentar – concluí

-Ela tem razão –Annie concordou – Pelo pouco que eu conheço dos meus irmãos,eles com certeza vão querer vingança.

-Pode crer. – Kay comentou - E vão ficar os dois chalés nessa rixa até o final do verão,querem apostar quanto? Vamos lá gente,ajudem a amiga necessitada de grana aqui – todos rimos – Enfim,tô indo mesmo. Até amanhã – ela deu beijos rápidos nas nossas bochechas,antes de sair em direção ao chalé 10,onde os cristais que pendiam nas janelas refletiam fracamente a luz da lua,iluminando um pouco a construção rosa-pastel.

-Vai um babador aí?

-O quê? – simultaneamente desviei os olhos do chalé 10,virei para Anne e acho que fechei a boca.

-Oh,vamos fingir que ninguém nota que você tem uma “quedinha” – ela fez o sinal de aspas com as mãos – pela nossa querida amiga Kay.

-De onde você tirou essa ideia não digna de uma filha de Atena? – graças aos Deuses que está escuro,ou ela podia ver o claro rubor que apareceu nas minhas bochechas

-Do simples fato que você fica automaticamente abestalhado quando ela está por perto,além de mais um zilhão de evidências que eu poderia passar a noite aqui contando nos dedos.

-Vai nessa.

-Você sabe tanto que eu tô certa que tá usando todo o seu sarcasmo pra encobrir.Sinto muitíssimo, mas não vai colar. – ela arqueou uma sobrancelha,e o sorriso dizia algo como “ganhei”

-Acho que eu vou dormir também – desviei – Meu braço tá começando a doer de novo.

-Aham.Vamos todos,então.

O silêncio reinava naquela ala de chalés.A ala “nova”,por assim dizer,os chalés que foram construídos depois da grande guerra. Hades, Héstia, Nêmesis, Íris, Hécate e Jano, e do outro lado Morfeu, Perséfone, Éolo, Pã e Medéia.

Pra mim,era a hora que as construções ficavam mais bonitas. Óbvio, você pode dizer,se for parecido comigo.Tudo fica mais bonito à noite. Mais misterioso,mais emocionante,por assim dizer.Mais legal.É a hora em que as luzes dos chalés são acesas,onde cada um fica mais diferente do outro, mais único e singular.Não é aquela mesmice de quando o sol brilha e tudo fica meio amarelado.

Puxeio forro da cama,me aninhando nas cobertas grossas de lã.A noite estava quente lá fora. Mesmo assim,o chalé em si tinha como um frio natural, inerente às paredes. Talvez fosse o reflexo do Mundo dos Mortos, porque nunca é quente lá.Sempre tem um ventinho frio, daqueles que, de manhã,dão vontade de nunca sair das cobertas.

Será que é pra nenhuma alma ter vontade de sair de lá de baixo?

Ok, irrelevem a frase sarcástica acima.

Não sei se foi o cansaço, se foi alguma outra coisa,mas gradualmente as tochas verdes foram se apagando,como se me convidassem a entrar no território de Morfeu.

Não recusei o convite.

Sabe, não sou do tipo de semideus que tem sonhos, por assim dizer. Chame de sonho ou premonição, a escolha é completamente sua.Essa noite,porém, foi diferente.

Eu andava por uma praia deserta.À esquerda,via algumas montanhas com vestígios de vegetação aqui e ali.À direita,o mar tinha uma coloração um pouco mais escura do que todos os mares que eu já tinha visitado, um azul-petróleo.As ondas baixas quebravam incessantemente contra a areia,a uma poucos metros de onde eu estava.O céu era de um cinza claro,carregado de nuvens baixas e pesadas,como se fosse chover.

Aí,do nada,eu parei.Como se tivesse escutado alguma coisa me chamar.Alguma coisa vinda do mar.

-Oi,tio.

Poseidon não parecia muito feliz.Surgiu do mar com tamanho extra-pra-lá-de-gigante,e foi diminuindo enquanto se aproximava de mim.Vestia uma camiseta havaiana e calções de pesca. Não parecia velho nem nada do tipo, e trazia uma barba rala no rosto eternamente bronzeado. Na mão esquerda,uma vara de pesca,que eu supus que fosse o tridente.

-Não há tempo,James.

-Como assim,não há tempo pra quê?

-Coisas ruins estão pra acontecer.Muito ruins mesmo.Você tem que estar preparado. – ele retornava lentamente pro fundo do mar,e parecia diminuir cada vez mais.

-Dá pra ser um pouco mais claro?Porque tipo,essa conversa não tem pé nem cabeça,sério mesmo.

-Lembre-se,James:você tem que protegê-la.É sua obrigação,ou tudo que conhecemos pode acabar.

-Proteger quem?

Não deu tempo de eu receber uma resposta.A última coisa que vi,antes dele desaparecer completamente no mar,foram os olhos verdes penetrantes fitando atentamente alguma coisa atrás de mim.Virei.

Era um precipício,diga-se de passagem,com P maiúsculo.Lá em cima, havia duas sombras: uma alta e forte,que ia mais atrás,e uma menor, que parecia estar sendo empurrada,e lutava desesperadamente contra a queda que se aproximava cada vez mais.Era,contudo,uma luta vã; a sombra menor não era páreo para a sombra maior,que ficou lá de cima, observando a queda com uma expressão satisfeita.

Aos poucos,tudo foi desvanecendo.Era como se alguma coisa me puxasse pro alto.Tudo ficava cada vez menor.Ainda deu pra ver um corpo caído no chão abaixo do penhasco,os braços e as pernas retorcidos num ângulo esquisito.Os cabelos compridos ondulados ficaram como um leque abaixo do corpo da garota (sim,era uma garota), como se tivessem sido arrumados,cada fio no lugar.A sombra maior, contente com o que havia acontecido,retornava,descendo o precipício.

Esse sonho só teve dois problemas:

Todos os rostos estavam borrados,e a cena do precipício passou como num filme antigo,em escala de cinza.

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Acordei de um pulo,as imagens do meu sonho esquisito ainda martelando meu cérebro.Tinha alguma coisa muito estranha ali,alguma coisa fora do lugar.Só faltava saber o quê.

Para o bem ou para o mal,o sonho não foi mais motivo de preocupação depois do café da manhã.O clima ainda tava meio tenso entre as mesas de Atena e Ares,e só piorou quando Max Simth,líder do chalé 6,(n/a: leiam em itálico) acidentalmente tropeçou no chão praticamente plano ao passar pela mesa 5.Ao levantar,virou com um olhar fuzilante,mas não disse nada,e arrodeou pra tomar lugar à sua mesa.

De manhã,tivemos aula de equitação.Um tempo depois do almoço, fomos para a Arena para demonstrações. A Arena era quase do tamanho de um campo de futebol, redonda e cercada por muros baixos, com uma arquibancada mais atrás.

Joguinho simples:primeiro,várias lutas entre dois campistas,quatro simultâneas no campo,até que todas as lutas tivessem um vencedor. Depois,os vencedores continuariam se enfrentando até que só restassem dois, que lutariam até que um se machucasse ou desistisse.

A melhor parte desse jogo,porém,não eram as lutas:eram as apostas, feitas principalmente nos três últimos rounds.Claro que não se apostavam dracmas, e sim coisas que não podiam ser achadas no Acampamento, tipo doces e outras coisas consideradas “inadequadas para a dieta de um semideus”.

Todos os campistas já sabiam mais ou menos em quem apostar,devido a verões e verões de convivência e lutas.

Modéstia à parte,as primeiras lutas era superfáceis.Como em qualquer outra área e lugar,há sempre os melhores espadachins.As vitórias eram até previsíveis,já que os finalistas eram quase sempre os mesmos,com pequenas e raras alterações.Nos primeiros sorteios de duplas,não tive adversários muito difíceis.Provavelmente eu ganharia até com uma mão só.

Na antepenúltima rodada foi que as lutas começaram a ficar mais legais.

A primeira das quatro foi Alan Mitchell,de Ares,contra George Fuchison, de Hefesto.Foi interessante porque Alan era especialista no ataque, rápido e preciso.George,por sua vez,tinha uma defesa e uma resistência invejáveis.A primeira por causa do total conhecimento dos melhores tipos de escudos,e a segunda por causa da forma física. Sério,o cara era um monstro, alto e musculoso devido ao trabalho nas forjas.Aqui e ali,alguma cicatrizes de queimaduras de metal quente.

Foi a luta mais longa.Resumindo:Alan atacava,George defendia.George atacava,Alan defendia, rodando a Arena um zilhão de vezes.Até que, numa hora,Alan teve uma manobra,no mínimo, muito ousada,que só teve sucesso devido à habilidade e rapidez dele.Ele fechou o lado do escudo de George com o corpo,provavelmente fazendo um esforço pra lá de grande,enquanto atacava do outro lado.Com o escudo preso, George ficou bem mais vulnerável,também porque teve que dividir a força do ataque na tentativa de soltar o escudo.Alan o atingiu na barriga,e depois derrubou-o no chão.

Segunda luta:Paul,de Hermes,contra minha linda irmãzinha Samantha. Outra luta pesada. Ambos eram ótimos espadachins,e num primeiro momento a luta foi equilibrada.Paul ainda estava ressentido com o nosso chalé por causa do episódio da captura da bandeira,e começou a pressionar cada vez mais,encurralando Sam contra um dos muros.Ela percebeu a manobra, e tentou várias vezes desviar,mas ele estava colérico e era grande demais pra deixar alguma espaço onde ela tivesse liberdade de movimentos.Ela ainda resistiu um bocado,entre o muro e Paul,mas ele derrubou a espada dela,e ela não teve escolha senão se render.

Terceiro round,a rodada feminina:Kay vs. Anne.O rosa - pastel da primeira contra o bronze da segunda.A espada de Kay devia ser no mínimo uns vinte centímetros mais comprida.Mais letal, porém mais lenta.Anne,por sua vez,não parecia ter chegado ao acampamento há tão pouco tempo.Devia ser difícil combater com um amigo seu,mas elas não tinham escolha.Ainda tentaram dar uns golpes mais fracos, provavelmente com medo de se machucarem.Até que uma faísca de violência se apossou delas,e começaram a lutar de verdade.O retinir de espadas era cada vez mais constante.Foi um golpe de sorte,como ela própria admitiu,mas Kay acabou derrubando Anne no chão (não sem depois estender a mão pra ela levantar).

Quarto round,o mais especial,obviamente devido à minha presença:Eu contra Max Simth.Foi a luta mais rápida,provavelmente,e pode ser resumida em uma frase:finta,reversão de movimento, uma espada no chão e a outra contra o pescoço de Max.Simples e prático assim.

Semifinal 1:Alan e Paul.Razoavelmente equilibrada,mas Alan não foi páreo pra o Paul colérico que tinha saído da luta com Sam,e acabou no chão depois de alguns minutos, provavelmente com a cabeça rodando por causa de uma pancada fortuita contra um escudo de bronze celestial.

Semifinal 2:Eu e Kay.No começo,estava com medo de bater forte demais.Infelizmente pra ela,o sentimento não era recíproco.Quando eu vi que ela estava REALMENTE querendo ganhar, acordei pra vida.Ou melhor,pra luta.Graças aos Deuses,ninguém se machucou,porque ela perdeu espada e escudo na minha sequência de ataque digna de um combo em qualquer jogo de luta.

E então,senhoras e senhores,a tão esperada final:Paul Bincher,de Hermes,contra James Beauchamp,de Hades.Façam suas apostas!

Se fôssemos medir o tempo,seria no mínimo o quádruplo do tempo da luta de Alan e George. Ele estava ressentido comigo (ganha um doce quem adivinhar o porquê),e eu tinha que vingar a derrota de Sam. Foram sucessões e mais sucessões de ataques,defesas,fintas e o que mais você imaginar.Os minutos passaram,nós começamos a cansar.Meu braço começou a dar sinais de vida própria,provavelmente devido ao esforço repetitivo.Quíron provavelmente percebeu isso,e Paul também. Começou a atacar preferencialmente do lado esquerdo.Infelizmente pra ele, eu sou ambidestro.

E,finalmente,o resultado!Tan tan tan tan...E o resultado é *música de suspense* EEEEEEEEEEEEEMPATE! O motivo,adivinha:tempo excessivo, ainda tínhamos que nos arrumar pra jantar.Claro que ninguém gostou.

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No outro dia à tarde,tivemos uma atividade,segundo Quíron,mais leve “para recuperar nossos corpos do esforço do dia anterior”.era uma coisa bem simples: aula de mecânica.Em duplas sorteadas aleatoriamente, teríamos que inventar alguma coisa que fosse útil num campo de batalha.Pra não ficar injusto,os filhos de Atena e Hefesto não poderiam ficar juntos.

Admiro o azar de Sam,tenho que comentar.Ela teve a sorte de ter como dupla Paul Bincher. Provavelmente,a invenção deles seria algo nomeado “o jeito mais rápido de matar minha dupla”.Kay acabou com Jake,filho de Deméter,Adam com Laura,de Afrodite,e eu com Anne.

-Sortudo! – foi o único comentário de Adam.

-Então,vamos fazer o quê? – obviamente,Anne ficaria com a parte ideias.

-A gente pode continuar um projeto meu.

-Que seria...

-Um misturador hipnossônico– ela disse,um sorriso presunçoso no rosto.

-Em português,por favor.

-Hahaha.É tipo uma máquina que imitaria o uso da névoa,e ia confundir a cabeça do adversário usando ondas de baixa frequência, que deixariam o cérebro meio doidão.

-Hunnn.Parece bom.É complicado?

-Não muito,eu tenho o projeto praticamente pronto.

-Trapaceando,hein espertinha?

-Você realmente acha que os outros filhos de Atena e Hefesto não vão fazer a mesma coisa?

-Claro que vão.

-Enfim,vamos começar.

Fomos até a lona onde estavam espalhadas as peças pra gente usar. Anne ainda saiu de fininho pra pegar algumas ferramentas e geringonças no chalé de Atena.Ainda bem que ninguém viu.

Estávamos todos lá,empolgados com nossas invenções (exceto Sam e Paul,que ainda não tinham se entendido) quando Quíron chamou nossa atenção.

-Campistas!Acabou de chegar mais um companheiro pra vocês. – claro que todo mundo virou – Ele veio da França,e realmente espero que tenham um mínimo de educação.Enfim,este é Louis Pierre,filho de Apolo.

Quando as meninas viram o cara,automaticamente ficaram abestalhadas. Os meninos ficaram desconfiados,mas alguns ensaiaram um cumprimento.

Ele era alto e forte.Pele muito branca,queixo quadrado com covinhas. Cabelo levemente ondulado,dourado,um pouco comprido,penteado ao melhor estilo super-homem.Olhos quase brancos de tão azuis.Devia ter uns 16 ou 17 anos.

-Pode se juntar a qualquer dupla,se quiser .Ou posso lhe mostrar o acampamento.

-Acho que o melhor jeito de começar com o pé direito é me socializar com os outros – ele deu um sorriso torto.Falava com sotaque francês, e não fazia a menor força pra escondê-lo – Posso conhecer tudo depois – Quíron deu-lhe um tapinha nas costas e se afastou.

Adivinha pra qual dupla ele foi?

Fui literalmente chutado pra escanteio, já que Anne teve que passar uns bons minutos explicando pra ele o que a gente tava fazendo, enquanto o único som que saía da minha boca era “aham”.

Não sei porque,mas acho que,mesmo com toda a simpatia e etc e etc,a aura dele não bateu com a minha.