Reflexos. (Capítulo 13)
Olha como eu sou lecau,postando um dia depois :B Comentem tá *-*
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Capítulo 13:Verde,preto,verde,preto.Preto.
Só de lembrar de onde eu reconhecia aquela cor,senti calafrios.Não,não podia ser.Olhos não mudam de cor assim de uma hora pra outra,e mais pruma cor tão nadaver.Pqp,o que é que tá acontecendo comigo?
Sabendo que agora o risco de eu morrer era quase nulo,ninguém mais estava preocupado.Meus pais sumiram no mundo de novo,pra variar. Mas,na verdade,até que isso não era de todo mal.Acho que,pela falta de contato diário,eu me sentia um pouco desconfortável quando tava todo mundo em casa.Provavelmente já estava tão acostumada a estar sozinha que estranhava quando a casa estava "cheia".
Não que eu gostasse de ficar sozinha,muito pelo contrario.O fato é que,pra mim,meus pais eram praticamente alienigenas.Não sei se eu parecia assim pra eles também,mas só o fato de eu sempre ganhar dinheiro em vez de presentes mostrava que pra eles eu não passava de uma conhecida.
No fundo no fundo,eu me sentia solitária mesmo no meio de uma multidão.Sempre fora assim.Talvez fosse ser assim até a eternidade.
Enquanto eu tinha essas reflexões esquisitas,me olhei de novo no espelho.Cabum,meus olhos estavam normais de novo,verdes como sempre foram.Estranho.Muito estranho.Ou talvez eu só estivesse realmente ficando louca.
Bem,não vou pensar nisso agora.Chega de preocupações sem sentido, antes que eu tenha um treco de novo.
Posso dizer que realmente tentei parar de me preocupar.Infelizmente, não foi NADA fácil.Se eu divagava por um milesimo de segundo,vinham à minha mente os pensamentos mais estranhos,desde um desastre de avião,passando por um cachorro perdido,um assassinato e um órfão depressivo.
Mais uma coisa pra adicionar às minhas estranhices: visões estranhas e completamente sem nexo que vem do nada.
Como se não bastassem as visões,quando elas iam embora o tédio reinava.Não,pensando bem,não era o tédio,era a morbidez.
A noite foi um pouco mais agradável,por assim dizer.O céu estava bem claro,cheio de estrelas,como pontinhos brilhantes num veludo preto. Sem nuvens.O vento soprava devagar,balançando as folhinhas das árvores do jardim.Por um milagre da natureza,minha mãe apareceu em casa antes de eu ir dormir.Mas essa não foi a melhor parte;minha avó veio com ela,disse que a casa do sítio tava reformando.Eu simplesmente adorava quando minha avó vinha pra cá.Colocávamos um colchão no meu quarto,eu dormia nele e ela na cama.Minha mãe sempre dizia que não era preciso fazer isso,que tinha um quarto de hóspedes,que minha avó até parecia uma criança,etc e tal.Mas a gente não ligava.Era muito bom.
Eu me sentia muito bem quando fomos dormir.Minha avó sempre me deixava feliz,tirava todas as preocupações das minhas costas.
Infelizmente mesmo,essa foi uma noite "privilegiada" com um pesadelo.
Na minha opinião,o pior dos piores.Não gosto de entrar em detalhes, porque fico em pânico.Na verdade,esse sonho não é ruim pelos detalhes,mas sim pelo conteudo em si.Aquele troço estranho e cadavérico dizia alguma coisa que falava sobre uma tal missão,uma obrigação.A voz era tão rouca que parecia o esfregar do giz num quadro-negro,que dá agonia enquanto arranha.Enquanto ele falava, cada vez mais alto,eu via pessoas.Minha família,meus amigos.Todos aqueles por quem eu sentia qualquer sentimento,afeto,aqueles com quem eu me importava.Um a um,eles iam sendo desfigurados.Era horrível.Se eu tentava virar o rosto,no outro lado tinha uma cena pior ainda.Se eu fechava os olhos, sentia mão rugosas e frias me puxando,pelos pés,mãos,tudo.
Acordei com a minha avó chamando meu nome e me sacudindo, desesperada.Eu gritava,berrava de pavor.
Também pelo sonho,mas não só por ele.Provavelmente porque,quando abri os olhos,ainda gritando,vi olhos pretos me encarando pelo vidro da janela.
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Amanhã sai o próximo,2bjs :**