MENINOS DA ROÇA
Cap.VII
Só estavam esperando as mudas de mandioca. Muitos colegas de Dom Mozart viriam ajudá-lo. Os compadres e conhecidos de Siá Doninha, também viriam. Os adultos tinham muitos compadres. Seria uma grande festa.
As cepas chegaram e o mutirão foi marcado para o fim de semana.
Na madrugada do sábado chegaram os compadres. Eles se encarregaram do abate de porcos e cabritos. Quando Menina e Zico acordaram, a casa já estava cheia. Era muita gente pra se ocupar do plantio.
A mesa de três tábuas, da sala de jantar, fora colocada na varanda e um jirau de tabocas tinha sido armado ao lado da mesa. Sobre o jirau, panelas enormes, cheias de comidas. Havia quase de tudo: farofa, carne frita, abóbora cozida, feijão tropeiro, mandioca cozida.
Enormes bules de chá, café e leite. Menina olhava tudo admirada, pois não conhecia aqueles objetos. Sinhá Doninha havia colocado cestas de palha cheias de bolo de arroz, bolos de milho, biscoitos de puba e de polvilho, garrafas de manteiga de leite, era uma fartura. As pessoas se serviam depois iam pra lida.
Diante de tudo aquilo, e vendo tanta gente estranha, Menina e o irmão ficaram parados. O jeito era pedir ajuda pra Maria. Eles a encontraram na cozinha, as voltas com temperos e um bando de comadres, todas ocupadas com alguma coisa. A moça estava de costas para a entrada, mas Menina aproximou-se e puxou-a pela saia.
_ Maria! Vem servir o nosso café.
_ Num possu, Minina! Tô muito ocupada. As coisa do café tá tudo lá di fora, no jirau. Pega sua caneca e a do Zico e vai tomá o chá doceis.
_ Mas eu também não posso. Nem o Zico. Tudo lá fora é de gigante. É muito pesado. Você é que tem de servir.
Uma das comadres ofereceu-se pra servir os pequenos. Eles recusaram.
_ Não! “Brigado”. A Maria é que sabe do que a gente gosta – retrucou Menina.
A moça viu-se obrigada a interromper o que fazia. Limpou as mãos e foi até à varanda onde serviu os garotos. Os dois se fartaram de bolo
continua...