VIAGEM AO PLANETA ÁGUA (Teatro Infantil Sobre Ecologia)

VIAGEM AO PLANETA ÁGUA - Peça Ecológica

(Ale Silva)

Personagens:

Rei

Conselheiro/Space-Boy

Lixex

Personagens do Planeta Verde

*(Pode-se dividir o número de personagens do Planeta Verde de acordo com o elenco, redistribuindo as falas. O Conselheiro do Rei também pode ser representado por um outro ator)

CENA I

(A cena se passa no palácio do Rei, que entra acompanhado do seu Conselheiro)

REI – Eu tenho que encontrar um jeito! Eu tenho que encontrar um jeito!

CONSELHEIRO – Majestade, perdoe a minha ignorância, mas encontrar um jeito pra que?

REI – Mas como você é ignorante!!

CONSELHEIRO – Foi justamente o que eu disse, majestade...

REI – Eu preciso encontrar um jeito para tornar o meu reino ainda maior do que já é.

CONSELHEIRO – Ah, mas é claro! Como eu não pensei nisso antes...?

REI – Porque você é um trouxa! Aliás, em vez de Conselheiro Real, você deveria ser o Bobo da Corte...

CONSELHEIRO – Não entendi, majestade...

REI – Deixa pra lá... eu tenho que encontrar um jeito logo! (começa andar de um lado para o outro, pensativo. Pára) Estou cansado de ficar pensando! Vá um pouco no meu lugar! (o Conselheiro toma o lugar do rei e fica andando de um lado para o outro enquanto o rei fica sentado no seu trono. De repente, levanta-se e vai para o centro do palco olhando para o chão) Achei!! (neste momento o Conselheiro tromba no rei e o derruba)

CONSELHEIRO – Achou um jeito, majestade?

REI – (ainda caído) Não!! Achei uma moeda de ouro!! (o rei volta para o trono enquanto o Conselheiro continua andando de um lado para o outro) Mas do que me vale essa moeda de ouro se os outros reinos têm muito mais riquezas do que o meu...

CONSELHEIRO – Mas riqueza não é tudo, majestade...

REI – Claro que é!! Então você não sabe que quanto mais riquezas tiver um rei, muito maior será o seu poder e o seu país?(pensa. Tem uma idéia) Conselheiro, traga-me o mapa múndi!

CONSELHEIRO – (sai, volta com um enorme mapa) Aqui está, majestade.

REI – Bem... vamos ver! Tem de haver algum país que ainda não foi descoberto. E se a gente descobrisse esse país amarelinho aqui?

CONSELHEIRO – Mas majestade... esse aí é o nosso país!

REI – Ah, sim... Claro! Então vamos descobrir outro!

CONSELHEIRO – Mas, majestade...

REI – Nem “mais” nem “menos”! Hum... que tal esse aqui?

CONSELHEIRO – Majestade, esse aí é o Hawai...

REI – Ora essa! Tem de haver algum país que ainda não foi descoberto! E essa ilha bem pequenininha aqui no Oceano Pacífico?

CONSELHEIRO – Mas majestade... se está no mapa, é porque já foi descoberta...

REI – Quer dizer que não tem mais nada pra gente descobrir??

CONSELHEIRO – Majestade, hoje em dia, ninguém mais sai de navio por aí procurando outras terras, porque todas já têm dono. O negócio mais vantajoso hoje em dia é descobrir outros planetas...

REI – Outros planetas?

CONSELHEIRO – Sim, majestade... hoje, reis e presidentes mandam para o espaço, exploradores para que descubram outros planetas, outras galáxias... coisas desse tipo...

REI – Mas é claro! Por que eu não pensei nisso antes?

CONSELHEIRO – Porque v.m....

REI – Não precisa responder, Conselheiro! É isso aí, vamos enviar um explorador galáctico para o espaço para que descubra outros planetas para eu governar!

CONSELHEIRO – Mas, majestade...

REI – Eu já disse! Nada de “mais” nem de “menos” nem de “vezes” nem de “dividir”. Mande logo um explorador galáctico para o espaço!

CONSELHEIRO – Então, majestade... o problema é justamente esse! Nós não temos nenhum explorador galáctico!

REI – Como não temos?

CONSELHEIRO – Ora, não tendo!

REI – (pensa um pouco, depois) Mas agora temos!

CONSELHEIRO – Temos?

REI – Claro! Você vai ser o meu explorador galáctico!

CONSELHEIRO – Eu??!!

REI – Você!!

CONSELHEIRO – Mas, majestade... (o rei levanta o indicador, como quem vai falar) Já sei... já sei...nada de “mais...”...

REI - Muito bem, Conselheiro. Faça os preparativos para a sua aventura e não volte aqui sem que tenha descoberto algo maravilhoso!

CONSELHEIRO – Ai, meu Pai do Céu... seja o que Deus quiser! Até logo, majestade...

REI – Até logo e boa sorte, Space-Boy!

CONSELHEIRO – Space-Boy??

REI – É! Agora esse será o seu novo nome! Space-Boy! Traduzindo... Garoto do Espaço...

CONSELHEIRO – Eu mereço... (vai saindo)

REI – Enquanto isso... eu vou planejar um milhão de coisas a serem feitas no meu reino. E quando eu for dono de todo o planeta... é... bem... hum... bom, aí eu tenho que pensar no que vou fazer... (sai de cena)

CENA II

(Space-Boy entra empurrando a nave espacial, toda feita com materiais recicláveis)

SPACE-BOY – Olha só o que me arrumaram! Estou prestes a fazer uma viagem interplanetária e o que me dão é este caco velho. Aposto que esta geringonça não é capaz nem de sair do chão, quanto mais de chegar até outra galáxia. É bem verdade que é uma viagem muito perigosa e que alguém tem que fazer... mas... por quê eu?? Bom... vamos lá! (entra na nave) Senão vejamos... onde será que liga isso aqui? Pronto! (para o público) Agora vou precisar da ajuda de vocês... vamos fazer uma contagem regressiva e eu vou tentar decolar com esse negócio aqui. Atenção... Ligar retrofoguetes! Iniciar contagem regressiva... dez, nove, oito, sete (começa a contagem incentivando o público a contar também) três, dois, um...zero!! Decolar!! (sai de cena com a nave)

CENA III

(esta cena será feita com uma nave menor, que aparece sobre o fundo espacial. Ouve-se a voz do Space-Boy em off)

SPACE-BOY – Estou no espaço sideral!! Nossa! Como é escuro aqui... mas assim mesmo vou cumprir a minha missão indo em busca de planetas desconhecidos sem mesmo imaginar que criaturas podem existir em outras galáxias... (passa a lua, perto da nave)Ahhhh! Ufa! Essa foi por muito pouco! Quase que eu trombo na lua. (pára, de repente) Essa não! Um meteoro enorme está vindo na minha direção! Vou me mandar daqui! (volta seguido por um meteoro, até sair de cena)

CENA IV

(Space-Boy entra pelo outro lado caindo com a nave)

SPACE-BOY - Ai, uma aterrissagem perfeita! Nenhum osso quebrado. Essa passou perto. Por pouco eu não viro poeira espacial. Minha sorte foi encontrar esse planeta aqui. Que planeta será esse? (olha em volta. Neste momento o fundo espacial já terá sido substituído por um fundo que daria idéia de como é o planeta, o mais feio possível, como se fosse um lixão) Nossa que planetinha imundo! Esse planeta é mais feio do que brigar com a mãe por causa de mistura. (enquanto Space-Boy fala, aparece atrás dele, o Lixex, personagem coberto de lixo) Mas que cheiro horrível! (para alguém da platéia) Foi você que soltou pum? Que feio... poluindo o ar...

LIXEX – Ei, seu bobalhão!

SPACE-BOY – (para outra criança da platéia) Você me chamou de quê??

LIXEX – Aqui, seu boboca!

SPACE-BOY – (para outra criança) Ahá! Então é você que está me xingando!?

LIXEX – Aqui, seu paspalhão!

SPACE-BOY – (para a primeira criança) Ah, além de ficar soltando pum por aí, você fica me xingando também, é?

LIXEX – Ei, aqui atrás!

SPACE-BOY – Olá, como vai?

LIXEX – Bem... já que perguntou... vou muito mal. Na verdade estou me sentindo um “lixo”.

SPACE-BOY – Eu imagino... quem é você?

LIXEX – Meu nome é Lixex, o “ser” de lixo.

SPACE-BOY – Então esse cheiro ruim está vindo de você?

LIXEX – É sim... sinto muito, mas o meu desodorante está vencido.

SPACE-BOY – Ehh... um banho de vez em quando vai bem...

LIXEX – Sou o único habitante do planeta Lixão.

SPACE-BOY – Planeta Lixão?

LIXEX – Planeta Lixão?

SPACE-BOY – É... bem, na verdade ele se chamava Planeta Água. Mas olha só o que virou. Essa porcaria que você está vendo. E você, como se chama?

SPACE-BOY – Meu nome é Space-Boy.

LIXEX – Space-bobo??

SPACE-BOY – Não!! Space-bobo não!! Space-Boy, que quer dizer: Garoto do Espaço.

LIXEX – Quer dizer então que você mora no espaço?

SPACE-BOY – Não. Eu moro no planeta Terra. Eu saí pelo espaço para descobrir algum planeta para o meu rei.

LIXEX – Oh, então você é do planeta Terra?

SPACE-BOY – Sou sim, você conhece?

LIXEX – Conheço. Eu fui pra lá uma vez, nas férias da escola. Mas já faz muito tempo. Sabia que esse planeta era igualzinho o planeta Terra?

SPACE-BOY – Isso aqui???

LIXEX – É!

SPACE-BOY – Tá brincando?!

LIXEX – É verdade! Pode não parecer, mas aqui onde você está havia uma linda floresta... (começa projeção de slides)

SPACE-BOY – Tá brincando?!

LIXEX – Tô não! Aqui havia muitas flores e frutos... os rios viviam repletos de peixes e as águas eram cristalinas... havia verde por toda parte...

SPACE-BOY – Tá brincando!... Cê tá mentindo, cara!!

LIXEX – Tô não! Isso aqui era um verdadeiro paraíso.

SPACE-BOY – Tá brincando!

LIXEX – Ihhh... mas só sabe falar: tá brincando, tá brincando!

SPACE-BOY – E o que aconteceu para o planeta Água ficar assim, todo desmazelado?

LIXEX – Bom... as pessoas que viviam aqui só pensavam em construir coisas, em tecnologia, em progresso e não cuidavam da natureza. (slides) Jogavam lixo e materiais tóxicos nos rios e mares poluindo-os e matando os peixes. Queimavam e devastavam as florestas para construírem rodovias e cidades gigantescas. Matavam os animais... até que um dia, tudo se acabou. Toda aquela beleza virou esse monte de lixo que você está vendo.

SPACE-BOY – Nossa! Então se a gente não cuidar do planeta Terra, pode acontecer a mesma coisa que aconteceu com o planeta Água?

LIXEX – É isso aí, meu chapa!

SPACE-BOY – Então eu tenho que voltar logo e alertar as pessoas da Terra antes que seja tarde demais!

LIXEX – Espere um pouquinho aí! Onde você pensa que vai, com tanta pressa? Você vai ficar para o almoço.

SPACE-BOY – Almoço?? E o que vai ser? Sopa de sapato?

LIXEX – Nada disso! Muito melhor. Sopa de “Garoto do Espaço”.

SPACE-BOY – Nunca experimentei... Êpa! Espere aí! Como assim “garoto do espaço”?

LIXEX – Você vai ser meu almoço hoje!

SPACE-BOY – Mas você não pode me almoçar.

LIXEX – Claro que posso.

SPACE-BOY – Mas você não prefere outra coisa? Eu sou muito magrinho, ó... (mostra os braços)

LIXEX – Não importa!

SPACE-BOY – (mostrando alguém da platéia) Você não prefere esse garoto aqui? Olha só!

LIXEX – Não! Depois a diretora da escola iria brigar comigo.

SPACE-BOY – Quer me trocar por um cachorro quente?

LIXEX – Não! Eu quero almoçar você. Você é a única pessoas que aparece aqui desde que tudo se acabou. Há milhares de anos-luz. E eu estou com uma fome do tamanho da galáxia.

SPACE-BOY – Olha, sr. Lixex... eu gostaria muito de ser o seu almoço, verdade, mas sou pior que carne de pescoço.

LIXEX – Hã!? Tá brincando?!

SPACE-BOY – É verdade! Não quero assustá-lo, mas a minha carne pode envenená-lo.

LIXEX – Tá brincando!

SPACE-BOY – Pode acreditar. Sou todo carne de segunda.

LIXEX – Carne de segunda?

SPACE-BOY – É, carne de segunda. Da cabeça até a...

LIXEX – Tá, tá bom... já chega! Vai embora logo antes que eu mude de idéia. Na hora que a fome apertar eu vou me arrepender disso... (vai saindo de cena, reclamando)

SPACE-BOY – Muito obrigado, sr. Lixex. Até mais ver!! (enquanto fala vai entrando na nave) Bom, agora vou precisar da ajuda de vocês novamente. Vamos fazer a contagem regressiva para eu me mandar desse planeta horrível. Atenção. Ligar retrofoguetes! Iniciar contagem regressiva... dez, nove... oito... (mesma cena) três, dois, um... zero!! Decolar!! Ahhhhhhhhhh... (sai de cena)

CENA V

NARRADOR – Missão cumprida! O valente Space-boy, após Ter enfrentado muitos perigos num planeta estranho e primitivo, está voltando para casa são e salvo, sem nenhum arranhão. Cortando a escuridão do espaço sideral como um cometa, pilotando sua espaçonave malfeita e desconjuntada, morrendo de vontade de fazer xixi sem Ter nenhum banheiro por perto e sempre pronto para vencer qualquer desafio, Space-Boy desconhece a palavra medo...

SPACE-BOY – Ai, meu Deus... acho que estou meio perdido... esse mapa da galáxia é muito complicado. Não me lembro de Ter passado por essa estrela... acho que eu devia Ter entrado à direita logo depois daquela nebulosa... e agora? Ah! Tem um pequeno planeta ali na frente, vou parar e pedir informação... (sai)

CENA VI

(mudança de cenário. O espaço é substituído por muitas árvores e flores, barulho de água correndo. Space-Boy entra com a nave)

SPACE-BOY – Mais uma aterrissagem perfeita. Agora preciso encontrar alguém que me informe como voltar para o planeta Terra. Olá. Tem alguém aí? Nossa! Que planeta bonito... muitas árvores... flores... água limpinha... sem poluição e nem barulho. Já vi tudo! Esse planeta é desabitado. O meu rei vai adorar. Acho que vou levar algumas coisas daqui para ele ver... (abaixa para pegar flores. Voz de todos os personagens em off)

PERSONAGENS EM OFF – Deixe as nossas flores em paz! (aparecem, cercando Space-Boy)

SPACE-BOY – Quem são vocês?

P1 – Nós somos os habitantes do planeta Verde.

SPACE-BOY – Planeta Verde?

P2 – É. Pelo jeito você é novo por aqui... De onde você é? Quem é você?

SPACE-BOY – Eu sou o Space-Boy e venho do planeta Terra. Vocês conhecem? (todos se olham)

TODOS – Já ouvimos falar... mas não sabemos como ele é.

SPACE-BOY – Tudo bem. Vou mostrar pra vocês. Deixem eu pegar a minha luneta espacial. (pega a luneta) Pronto. Agora só falta eu achar a Terra. Ah! Não, aquele ali é Marte. É aquele. Não, também não... aquele é Vênus. Ah, lá está ele. Tão azul...

TODOS – Azul? Deixa eu ver! Deixa eu ver!

SPACE-BOY – Calma! Um de cada vez!

P3 – Nossa! É azul mesmo. (passa a luneta para os outros)

P4 – Que bonito. Eu nunca tinha visto um planeta azul.

P5 – O que existe nele?

SPACE-BOY – Já mostro pra vocês... preciso ajustar a luneta para vocês conseguirem ver tudo o que existe na Terra. Pronto.

P1 – Lá tem floresta?

SPACE-BOY – Bem... mais ou menos...

P1 – Como mais ou menos? Ah.... entendi! As árvores de vocês estão todas cortadas...

TODOS – Hã??

P2 – Quer dizer que vocês não tem mais árvores?

SPACE-BOY – Muito poucas... é que as pessoas cortam para usar a madeira...

P3 – A gente também usa a madeira... mas sempre que cortamos uma árvore, plantamos outras três no lugar.

P1 – (olhando) Por que o céu de vocês é escuro? O nosso é bem clarinho...

SPACE-BOY – Ah, isso é poluição... toda a fumaça que sai dos carros... das fábricas...

P4 – O que aquelas pessoas estão fazendo naquele enorme monte de lixo?

SPACE-BOY – É... bem... eles estão procurando restos de comida...

TODOS – O quê??

SPACE-BOY – É que na Terra, muita gente não tem o que comer, não tem emprego... e ficam pegando restos de comida e frutas no lixo para matar a fome...

P5 – Que triste... aqui tem muita fruta, muita comida e ninguém passa fome, porque os alimentos são de todos.

P4 – Porque a água dos rios do seu planeta é escura e cheia de...? de coisas...?

SPACE-BOY – Ah, isso também é poluição. Muitas empresas jogam seus esgotos nos rios...

P4 – Esgoto?

P1 – Quer dizer que os rios de vocês estão cheios de cocô? (todos riem)

TODOS – Que nojo.

P2 – Que pena... um planeta tão novo e quase destruído!

SPACE-BOY – Novo?! Sabiam que a Terra tem 4,5 bilhões de anos?

P3 – Só? O nosso tem 10 bilhões...

SPACE-BOY – Tudo isso? E ainda está muito bem preservado...

P4 – É que os habitantes do planeta verde cuidam dele!

P5 – É... a gente usa tudo o que tem por aqui, mas na medida certa.

P2 – A gente não polui rios e mares...

P3 – Não desmatamos nossas florestas...

P4 – Cuidamos de todos os seres vivos...

P5 – Vivemos sem guerras...

P1 – Dividimos tudo o que temos... e ninguém passa fome!

SPACE-BOY – Nossa! Queria que tudo fosse assim na Terra.

P2 – Só depende de vocês...

P3 – Isso mesmo! Ainda há tempo de preservar!

SPACE-BOY – Mas como? Temos tantos problemas que não sabemos por onde começar a consertar...

P4- Podem começar cuidando da água, que é a fonte de vida de todo o planeta. Não poluindo... não desperdiçando...

P5 – Depois resolvam o problema do lixo. Reciclando todos os materiais que puderem. Assim vão estar economizando energia e preservando os recursos naturais...

P1 – E principalmente... dando empregos para as pessoas...

P2 – Assim elas não vão ficar catando comida no lixo, pois ninguém merece isso.

SPACE-BOY – Vocês tem razão. Vou correndo falar com o meu rei. Adeus, pessoal! Foi um prazer conhecer vocês...

TODOS – Adeus, Space-Boy... (saem)

SPACE-BOY - Iniciar contagem regressiva... dez, nove, oito... (mesmo jogo das outras vezes) dois, um... zero!! (voando, com a espaçonave) Ah, lá está a Terra! Como ela é bonita! Agora temos que cuidar melhor dela, para que continue sempre assim...

NARRADOR – Space-Boy já está perto de um final feliz, mas... eis que surge um pequeno problema: o motor pifou!

SPACE-BOY – Ahhhhhhhhhhhhh.... Socorroooooooooo!!! (Space-Boy sai de cena)

CENA VII

(a cena é novamente no palácio do Rei. Este entra em cena lendo um enorme livro sobre os mares)

REI – (lendo) Nossa! Quanta beleza e riqueza podemos encontrar no fundo do mar. Coisas fantásticas. (fecha o livro) estou ficando preocupado com o Space-Boy. Já faz muito tempo que ele foi para o espaço. Será que aconteceu alguma coisa com ele? (pára e pede silêncio para o público) Psiu.... escutem. Você estão ouvindo este barulho? (pausa. De repente ouve-se os gritos do Space-Boy, que vão aumentando gradativamente) Que diabos é isso??! (Space-Boy atravessa o palco, ainda na espaçonave, quase atropelando o Rei)

SPACE-BOY – Sai da frente! Está sem freio!! (sai pelo outro lado. Ouve-se barulhos de coisas quebrando, sons de vários animais e gritos. Space-Boy aparece novamente em cena segurando o controle da nave e com alguma parte dela pendurada no pescoço)

SPACE-BOY – (levantando e sacudindo a poeira da roupa) É... mais uma aterrissagem perfeita, só algumas costelas quebradas...

REI – Space-Boy??

SPACE-BOY – Aos seus serviços, majestade.

REI – Você está bem?

SPACE-BOY – Estou ótimo, majestade...

REI – Que bom que voltou, Space-Boy. E então? Encontrou algum planeta?

SPACE-BOY – Sim, meu rei... passei por dois planetas.

REI – Então me conta logo!

SPACE-BOY- Conheci o planeta Água e logo depois o planeta Verde. O planeta Água era igualzinho o nosso planeta.

REI – Que ótimo! Agora eu tenho dois planetas só para mim!

SPACE-BOY – Espere um pouquinho, majestade. O planeta Água agora se chama planeta Lixão.

REI – Planeta Lixão?

SPACE-BOY – Exatamente. E não se parece mais nada com a Terra.

REI – Explique melhor, Space-Boy.

SPACE-BOY – Pois não! Como eu disse, era um planeta igualzinho o nosso, mas as pessoas que viviam lá eram gananciosas e só pensavam em riquezas. E para conseguirem essa riqueza, foram destruindo as florestas, matando os animais que viviam por lá, poluindo os rios e mares, matando assim, todos os peixes. Construíram grandes cidades e jogavam o lixo nas ruas. Em pouco tempo ninguém mais conseguia viver lá por causa do barulho, da poluição e do mal cheiro. Hoje, só o que existe lá é um enorme monte de lixo.

REI – Nossa! Exatamente o que estamos fazendo com a Terra!

SPACE-BOY – Infelizmente sim!

REI – E o planeta Verde?

SPACE-BOY – Ah! Esse sim dá gosto de se ver... é um planeta maravilhoso. Não existe guerras, poluição, desmatamento, as pessoas são felizes, ninguém passa fome... lá tudo é perfeito.

REI – Hum... então vamos deixá-lo em paz. Para que continue assim...

SPACE-BOY – Sábia decisão, meu rei.

REI – Agora temos duas alternativas... a primeira é ficarmos de braços cruzados e deixarmos a Terra se transformar no planeta Lixão... a outra é começarmos a fazer alguma coisa para que a Terra volte a ser tão bela e perfeita quanto o planeta Verde...

SPACE-BOY – Então??!...

REI – Então vamos tomar providências urgentes, Space-Boy.

SPACE-BOY – Que providências, majestade?

REI – Vamos alertar as pessoas sobre como é importante preservar a natureza. Não queimando nem devastando as florestas, não poluindo rios e mares, não matando os animais que estão em extinção, não jogando lixo nas ruas...

SPACE-BOY – Que bom, majestade! Vamos fazer isso o mais rápido possível! Espalhando cartazes, conversando com os vizinhos, os amigos...

REI – E aproveitando toda essa empolgação, vou te dar uma grande notícia, Acqua-Boy!

SPACE-BOY – Acqua-Boy?!

REI – Isso mesmo! Acqua-Boy. Agora este vai ser o seu novo nome...

SPACE-BOY – Como assim?

REI – Enquanto você estava “no mundo da lua”, viajando pela galáxia, eu andei lendo um livro sobre os mares...

SPACE-BOY – Sobre os mares...??

REI – Exatamente. E descobri que os oceanos guardam riquezas incalculáveis lá no fundo! Coisas incríveis que jamais alguém pensou existir...

SPACE-BOY – (à parte) Sinto que vou Ter um sério problema...

REI – (continuando) Então mandei construir um submarino para você explorar o fundo dos oceanos...

SPACE-BOY – Essa não! (desmaia)

REI – (para o público) Ué... o que será que deu nele??!

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Ale Silva
Enviado por Ale Silva em 01/05/2017
Código do texto: T5986639
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