A Coruja e a Águia

Vou contar uma história

Para mim e para você

Uma história fabulosa

De fazer coração tremer!

Atenção! Concentração!

A história vai começarrrrrrrrrrrrr

História de hoje: A Coruja e a Águia

A floresta estava um caos: ninguém mais se entendia! Os animais viviam assustados, tristes, trancados em suas tocas, de portas e janelas fechadas. O diálogo era a coisa mais rara e muita inimizade pairando solta no ar.

O ar era tenso, pesado, até uma certa tristeza era vista estampada pelas árvores, lagos e grama. Tudo muito diferente daquilo que se esperava.

Por lá duas grandes aves: a Coruja e a Águia! Aquela dona de uma sabedoria fora do comum, enquanto esta era considerada uma das mais belas dentre todas as plumosas. Não existia paz entre elas.

Até que um dia, depois de uma leve neblina, a Coruja olhando pela sua janela teve um estalo de consciência:

__Não aguento mais essa solidão! Não posso deixar que a floresta se torne um lugar isolado, de pessoas distantes, solitárias! Preciso fazer algo, e vou fazer.

Esperou o sol esquentar mais um pouco, colocou óculos escuros, penteou bem os cabelos, guardou bem guardado o livro que acabara de ler, pegou sombrinha e saiu de casa com destino a promover o que tanto lhe afligia.

Mais adiante, debaixo de uma frondosa árvore, a Águia tomava um delicioso suco de Mato fresco, folheava uma divertida revista e, vez por outra, deixava escorregar um sorriso de satisfação!

De fininho chega a Coruja, fecha a sombrinha, tira os óculos e vai chamando a atenção da Águia.

__Bom dia, amiga Águia! Precisamos conversar!

__Bom dia! Pode ser mais tarde, agora estou na hora do meu banho se sol, não gosto de ser interrompida!

__Tem de ser agora, não podemos mais esperar. Quanto mais o tempo passa, mais triste fica a nossa floresta, você não vê?

__Tudo bem, tudo bem, sou toda ouvidos.

__Vim lhe propor um pacto de paz!

__Como?

__Isso que você acabou de ouvir! Vim lhe propor um pacto de paz: a senhora não comerá mais meus filhotes, nem eu os seus! Desta forma estaremos preservando os nossos e ensinado os demais a também se respeitarem.

__Vejo bom senso em sua proposta. Para mim, combinado!

__Obrigada!

__Espere, mas como saberei quem são os seus filhotes? Como os reconhecerei no meio da nossa diversidade?

A Coruja, bem coruja como só ela sabe fazer, olhou bem nos olhos da amiga, encheu-se de uma vaidade sem tamanho e, diante de intensa satisfação, foi debulhando de contentamento.

__Simples assim: quando você encontrar uns filhotes lindos, bem definidos, emplumados, de olhos vivos e expressivos, de encher e encantar os olhos, uma perfeita perfeição de meninos, estes sim são os meus filhotes. Inconfundíveis...

__Tudo bem, tudo bem, eu já entendi __E assim se despediram...

Passados alguns dias, a Águia sentindo-se estressada, resolveu fazer uma caminhada às margens do rio que passava ao lado de sua casa. Caminhou alguns metros, respirou um pouco, percebeu a sujeira e o desmatamento de algumas árvores, ficou um pouco triste, mas, um sopro de som alegrou o seu coração! Estava faminta, instintivamente foi seguindo o som e encontrou um ninho com uns três ou quatro pássaros gritando de tanta fome!

A Águia olhou e viu que aqueles monstrengos não tinham nada com a descrição feita pela Coruja sobre os filhotes dela! Com a boca salivando, passou para dentro todos os filhotes, deixando o ninho vazio.

Não passou muito tempo, de volta ao ninho, a Coruja percebeu que estava vazio, apenas penas que ele já conhecia. Dentro de si algo lhe dizia que a amiga Águia havia quebrado o pacto de paz! Furiosa, armou-se de sombrinha na mão, foi ter com a Águia! Encontrou-a no outro lado do parque, exercitando as asas.

__Águia, você não tem palavra! Quebrou o nosso pacto! Eu não confio em você!

__Como? Mas o que foi que eu fiz?

__Não se faça de tola, você comeu os meus filhotes!

__Eu?!

__Sim! Aqui a prova. No ninho eu encontrei essas penas, veja! Vai negar que são suas?

A Águia parou um pouco e pensou:

__Deve estar havendo algum engano! Os monstrengos que há pouco eu decorei em nada se pareciam com a descrição que você fez dos seus filhotes! Eles eram horríveis!

A Coruja nada mais disse, baixou a cabeça e ficou pensativa.

Moral: Não devemos creditar em pintura se filho feita por pintor pai! Afinal de contas, quem ama o feio, bonito lhe parece!

Contei por mim, contando até três, depois que termino, agora é a sua vez....