O moceguinho e o caçador

O morceguinho era pequenino e encantado com as cores e a beleza das flores resolveu passear.

Mas coitado do morceguinho como era tão novinho não havia aprendido a observar.

-Cuidado morceguinho o mundo é perigoso! Disseram-lhe os amigos. Mas o morceguinho de nada tinha medo e quis logo voar.

Era uma linda noite de luar e com suas asas começou a fazer piruetas pelo ar.

Até que de repente: - Peguei! Peguei! Gritava um menino com o morceguinho preso em uma espécie de gaiola.

- Nossa que horror! Falou a menininha.

-Mata logo esse bicho! Disseram outras crianças.

Até adultos vieram ver o que estava acontecendo.

Alguns se assustaram, outros mandaram jogar no lixo!

Mas o menino caçador exibia com alegria a sua presa.

- Na na ni na não, não vou jogar fora e nem matar. Ele vai ser minha cobaia. Disse ele.

-Cobaia para que?

- Para experiências científicas. Vou tirar as orelhas. Quero ver como vai ficar.

O morceguinho não entendia nenhuma palavra do que era dito, mas em seu coraçãozinho o medo passou a dominar. As pessoas não eram amáveis como as árvores que ele resolvia se pendurar. E nem gentis como a lua que o admirava a voar. Nem calorosas como as cavernas que ele se escondia do sol. Algo estava errado. Uma sensação muito ruim invadia o seu coração. E agora? Seria o seu fim,tão novinho?

Tão entristecido estava o morceguinho. Já há dias preso naquela gaiola, apenas vendo o seu caçador. Para lá e para cá.

Certa noite quando o menino caçador abre a porta ansioso, pega logo a gaiola do morceguinho. Coitadinho, se encolhe todinho o bichinho.

O que é isso? Havia algumas pessoas lá fora. Parecia que tinham um livro na mão. Distribuíam livros e revistas e pincéis para a garotada. Vejam. Ki legal! Parecia uma festa. Mas peraí e o morceguinho? O que será que vai acontecer com ele?

O menino entregou a gaiola para um adulto que estava sentado junto com outras crianças e ouviu uma estória sobre os animais e a criação do mundo.

Ele entendeu que todos as espécies tem um motivo para existir. Grandes ou pequenos. Ferozes ou domésticos. Feios ou bonitos. Não importa. Devemos respeitar as espécies e lembrar que eles fazem parte da natureza que o Criador nos deu.

O morceguinho sentia que os olhares mudaram de horror para admiração. Aquele homem era um entendido em morcegos também e explicava a respeito do bichinho com muito carinho e dedicação.

No final do bate papo, o adulto pegou a gaiola observou o bichinho se ele estava bem, foi para o meio daquele quintal. E vocês não vão acreditar, ele soltou o morceguinho. Era bom demais para ser verdade. Ele voava alegre parecia que estava agradecendo a liberdade.

O morceguinho foi para casa e encontrou seus amigos e sua família e contou que descobriu que o ser humano pode errar, mas também pode se arrepender é só ele querer.

Criswatson
Enviado por Criswatson em 22/09/2013
Código do texto: T4492387
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