A PEDRA MÁGICA 2

Com os olhos vermelhos como fogo o enorme lobo o vigia. O mago preso na tenebrosa caverna da montanha grita:

Quando o céu for riscado

A fera enfraquecerá

Estou acorrentado

Venha me ajudar

Miguel acordou assustado com este sonho. Levantou-se e viu sobre o criado a Pedra Mágica que havia perdido. Então o sonho era verdadeiro, o mago estava em perigo e tinha-lhe enviado novamente a Pedra. Precisava ajudá-lo!

Procurou sua amiga e contou o que havia acontecido:

- Ana, sei que ele está na caverna, mas não entendo o que quis dizer com “quando o céu for riscado”?

Ela pensou bastante e de repente lembrou-se da notícia que escutara no jornal:

- Já sei, esta noite haverá uma chuva de meteoritos, eles aparecem como riscos de luz no céu! É isso! Hoje a fera estará fraca e poderá ser presa. Irei com você, precisa de ajuda e o mago é meu amigo também!

Miguel então escreveu rapidamente um bilhete para seu pai, avisando onde estaria, pegou duas lanternas, uma rede, seu canivete e a pedra.

Conseguiram chegar sem nenhum acidente até a caverna, mas não entraram, apagaram as lanternas e aguardaram escondidos atrás de uma rocha. Algum tempo depois viram os meteoritos deixando seus rastros no céu, era lindo, um visão deslumbrante! Então Miguel disse:

- Ana, agora podemos entrar, vamos abaixados, em silêncio absoluto e tome bastante cuidado onde pisa, quando lhe der o sinal, jogamos a rede sobre o lobo. Se algo acontecer de errado, você foge!

- Não se preocupe Miguel, tudo dará certo!

Logo que entraram, viram as sombras do mago todo acorrentado e do enorme lobo que parecia dormir. Esticaram a rede e jogaram com precisão em cima dele. Furioso o bicho uivava e tentando escapar, mais preso ficava. Miguel pegou a pedra mágica e antes de conseguir perguntar-lhe o que devia fazer, ela emitiu um fortíssimo raio de luz dourada sobre o animal. Ele foi encolhendo até transformar-se num duende, verde e horroroso.

O duende implorava para apagarem a luz, era insuportável. Miguel disse que só faria isso depois que libertasse o mago. Então ele gritou:

Corrente que prende gente

Desfaça seu elo e arrebente

SHAKA NAJA JABUM!

Imediatamente as correntes caíram. O mago aproximou-se do duende e ditou seu destino:

- Ser que se tornou do mal, nunca mais prejudicará ninguém, eu o enviarei para outro universo, onde tudo é inverso. Levantou os braços e pronunciando as palavras TONITRUI VENI, raios incidiram sobre o duende fazendo-o desaparecer.

Depois disto, abraçou os meninos agradecendo por terem salvado sua vida, estava orgulhoso pela coragem e amizade que tinham. Despediram-se.

Os dois desceram a montanha e voltavam felizes para casa, mas ao passarem pelo alagado, uma enorme sucuri dando o bote, enrolou-se no corpo de Miguel. Ana sabia que aquela cobra esmagava sua vítima. Segurou-o pela mão para que não se afogasse, conseguiu pegar o canivete dele e tentava golpear a serpente, enquanto gritava por socorro o mais alto possível. Miguel sentia que seus ossos iriam quebrar, quando zapt... um facão cortou a cabeça da cobra.

Era seu pai que, lendo o bilhete veio procurá-lo, e ao escutar os gritos de Ana, conseguiu chegar a tempo. Depois de passado o susto, disse-lhe que deveria ter contado o que pretendia fazer. Ele era seu filho amado e poderia contar sempre com a sua ajuda.

Voltaram para casa e Miguel teve uma certeza, quem ajuda a alguém, é ajudado também. Foi então que percebeu, perdera a pedra mágica.

Assim chegamos ao final, se você gostou, me mande um sinal!