PRINCESA DA LUA ACESA
 
 
 


Olhando do alto da montanha, a noite parecia ser só dele.

Mas não!

Logo a lua se acendeu e pediu-lhe que separasse algumas estrelas. Queria que piscassem para ela a noite toda.

Então ele lhe disse:

- Princesa da lua acesa, de quantas estrelas precisas? Não basta que o sol se ponha para que brilhes sozinha?

A lua não respondeu. Emburrou e se escondeu.

- Princesa da lua acesa ilumina aquele mar, disse-lhe mansamente. Sabes distinguir o canto do encanto da sereia?

- Ora por que devo me preocupar com essa ingrata. Eu é que lhe dou brilho. No entanto, quando ela aparece ninguém mais olha para mim. O que sei é que muitos já mergulharam atrás de sua beleza e do seu canto e jamais retornaram.

- Quieta, princesinha! Não esconda teu corpo redondo. Não a deixe desaparecer. Quero vê-la pentear os longos cabelos cor de cajú.  Ela é linda demais!

- Ora, ora, até você! Não sei por que ainda perco meu precioso tempo contigo. Preciso iluminar o outro lado da montanha.

- Não fique zangada, princesa da lua acesa. Sabes o quanto te admiro. Hoje nem é dia de festa e por acaso eu não observava o céu negro no aguardo de tua presença?

- Sei, sei! Olhavas para cima porque as estrelas não paravam de piscar na tua direção. Sei bem o quanto és vaidoso!

- Não é bem assim, eu esperava por tua figura. Queria saber se tinhas mesmo olhos e coração de lua cheia.

- Ora, ora, quem te contou meu segredo?

- Ah! Sinto muito, princesinha, não posso dizer ainda. Mas se tens mesmo olhos e coração de lua cheia jogue um pouco da tua luz lá embaixo, na floresta.

- Por que queres alumiar a floresta? Disseste que hoje não era dia de festa...

- Não é mesmo, princesa da lua acesa. Mas me disseram que um grande amor me aguarda naquela clareira. 



 
 

heleida nobrega
Enviado por heleida nobrega em 20/08/2011
Reeditado em 20/08/2011
Código do texto: T3171359
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