Tico travesso que vira do avesso

*Há muito tempo atrás escrevi essa estorinha do Tico, só que nunca cheguei a publicar. Motivo? Não gostei muito do que escrevi,rsrs. Hoje a encontrei e resolvi publicar. Essa é apenas um pedaço da estória, se eu conseguir encontrar o restante talvez tb publique. 

PARTE I

     Tico era um macaco pequeno, de poucos anos de vida, mas apesar de sua pouca idade já aprontava todas. Sua mãe a macaca Maricota, coitadinha, vivia cansada de tanto tomar conta deste filhotinho peralta que não parava quieto um só instante.
     O pequeno vivia levando bronca do pai, o macaco Chicão. Este era muito bravo e sempre que voltava do trabalho ia logo perguntando para mamãe Maricota o que o seu filho havia aprontado naquele dia.

     É, mas apesar de todos os conselhos e sermões do papai Chicão, Tico sempre continuava a repetir suas peraltices dia após dia.
     O pequeno Tico acordava cedinho, antes do canto do galo e lá ia ele já procurando o que fazer. Mexia com todos os bichos da floresta, aprontava todas e escapava de todos os animais sempre com sua esperteza de macaco, pulando de galho em galho, pendurado de cabeça para baixo e de que jeito fosse.

     Tico como se costuma falar pintava e bordava, e como pintava! Ele pintava as listras da zebra, assim: as pretas de verde e as brancas de amarelo. E lá vinha a dona zebra parecendo a bandeira do Brasil. Das pintas da girafa fazia círculos, triângulos e quadrados cada qual de uma cor. Dona girafa ficava parecendo um destaque de carro alegórico, com umas dessas fantasias espalhafatosas. Nem o tigre escapava, esse ele pintava de cinza, e o tigre animal feroz que é, ficava parecendo um gatinho manso, desses mais comuns.

     Mas nem só de obras de arte vivia o Tico, como já falei: ele aprontava todas. Outro dia raspou a juba do leão e esse ficou parecendo uma leoa. Arrancou as penas do pavão transformando-o numa pavoa.

     O Tico mexia até com os da sua espécie. Enquanto os macacos dormiam, ele amarrava o rabo de um com o rabo do outro, depois dava um grito forte. Os macacos acordavam assustados e cada qual corria para um lado saia correndo, só que um para cada lado. Mas como o rabo estavam amarrados eles acabavam voltando e batendo um no outro. Ai que dor de cabeça depois! Aonde o Tico chegava era assim, aquela confusão!

-Que macaco mais mal-educado!
Era o comentário geral entre a bicharada.
-Esse macaquinho precisa de limites!
Dizia o coelho.
-Há se ele fosse o meu filho!
Falava o rinocerante.
-esse macaco está precisando de uma lição!
Comentou outro dia o elefante.


     Todos os bichos da floresta concordaram com o elefante e decidiram então marcar uma reunião para juntos pensarem um modo de parar com as traquinagens do pequeno macaco.
Os animais da floresta começaram ase organizar, enviaram convites a todas as espécies de animais (menos para os pais de Tico , é claro). Esta era a mensagem do convite:

     "Pela paz na floresta, pela paz entre as espécies ameaçadas por um certo macaco traquino. Sinta-se vossa bicharada convidado(a) a participar de uma reunião secreta na caverna dos morcegos azuis, ao cair da tarde." 
Assinado : O rei dos animais

     
A caverna ficava no lugar mais afastado da floresta e lá com certeza o macaquinho xereta não os encontraria.

     No horário combinado deu-se inicio a reunião. O leão que era então o presidente, digo, o rei da floresta, apressou-se em pronunciar a primeirissíma palavra a todos os bichos ali presentes.

_Queridos habitantes desta foresta, marcamos esta reunião extraordinária para juntos procurarmos uma solução para o problema que todos nós estamos enfrentando: a falta de paz na nossa floresta, falta de paz provocada por um macaquinho chamado tico.

Todos aplaudiam a fala do rei e gritavam eufóricos:

_É isso aí! E isso aí!

_Apoiado!Apoiado!

E o rei continuou:

_A sessão está aberta e quero ouvir a opinião de todos. O que devemos fazer para dar um basta nas traquinagens desse peralta?

     Nesse momento o silêncio foi geral. Ninguém sabia o que dizer. Nenhuma idéia surgia naquelas mentes.

    

Márcia Kaline Paula de Azevedo
Enviado por Márcia Kaline Paula de Azevedo em 10/07/2011
Reeditado em 12/07/2011
Código do texto: T3086956
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